terça-feira, 17 de agosto de 2010

"O neo-marxismo das esquerdas radicais"

Postado por Attman

“Um dos objetivos do autor é refletir ‘não apenas sobre o que é, mas também o que é desejável (...) [colocando] em questão a ordem existente de uma forma global’ através de ‘uma das teorias críticas mais estimulantes no momento (...) a de Marx’”, escreve o sociólogo Valery Rasplus, em sua resenha publicada no sítio BibliObs, 02-08-2010. A tradução é do Cepat.

O livro resenhado é: Razmig Keucheyan, Hémisphère gauche. Une cartographie des nouvelles pensées critiques [Hemisfério esquerda. Uma cartografia dos novos pensamentos críticos]. Paris : La Découverte, 2010.




Eis a resenha.










Membro do comitê de redação da revista Contretemps e da Sociedade Louise Michel, think tank fundado em 2009 e ligado ao NPA [Nouveau Parti Anticapitaliste], o sociólogo Razmig Keucheyan reuniu seu conhecimento universitário e militante para nos apresentar simultaneamente uma ambiciosa “teoria geral da emancipação” e um panorama dos “novos pensamentos críticos”.

Ou seja, segundo a doxa em questão, pensamentos e teorias (pró)marxistas influentes nas diversas comunidades de revolta das esquerdas radicais tomando de assalto o mundo liberal-capitalista.

Um dos objetivos do autor é refletir “não apenas sobre o que é, mas também o que é desejável (...) [colocando] em questão a ordem existente de uma forma global" através de "uma das teorias críticas mais estimulantes no momento (...) a de Marx”. (1)

Herdeiros em conflito

Os pensamentos radicais são pensamentos de conflitos e de tensões entre herdeiros ("antigos" ou "novos"), principalmente universitários, onde os estilos e conteúdos distinguem as escolas e os movimentos de contestação. Entre aqueles que se identificam com os princípios de 1789, ou mesmo de 1793, e, mais genericamente, com o espírito do Iluminismo (sinônimo de ponto de partida da modernidade política pós-moderna), entre aqueles que reclamam para si o legado da Revolução Russa de Outubro de 1917, via o marxismo "clássico" (Kautsky, Luxemburgo, Lênin, Trotsky, Stálin, Bauer, etc.) ou o marxismo “ocidental” (Lukács, Korsch, Gramsci, Adorno, Marcuse,Althusser, etc.), entre aqueles que tiveram um choque intelectual com a queda do Muro de Berlim, em 1989 – quando não foi antes, como no processo de Kravchenko (1949), na "conspiração das batas brancas" (1953) ou no relatório Kruschev (1956), na insurreição de Budapeste (1956) ou na Primavera de Praga (1968), por exemplo – e com a desintegração do bloco comunista que se seguiu, enfim, entre aqueles que pensaram a "renovação da crítica social e política" engajando-se em "uma crítica radical do capitalismo" (2), no seio de uma nova esquerda de transformação social ou de uma esquerda da esquerda (3), herdeira das organizações “esquerdistas” (maoístas, trotskistas, etc.), anarquistas (4) e outros novos movimentos sociais, cujas "teorias críticas atuais são herdeiras do marxismo ocidental", segundo o autor.

Razmig Keucheyan classificou os pensadores críticos em seis tipos ideais.




1. Os convertidos: até recentemente, revolucionários que contestavam o capitalismo antes de se adaptar e defender a sociedade liberal-mercantil como ordem social dominante.




2. Os pessimistas: céticos e niilistas, próximos aos convertidos no que "consideram a transformação da sociedade como impossível ou perigosa”, não vendo "um além do capitalismo" possível sem reviver os "grandes desastres do século XX".




3. Os resistentes: figuras positivas que “mantiveram sua posição após a derrota da segunda metade da década de 1970 [quando] eles reivindicavam de uma ou de outra forma um outro marxismo, de um outro anarquismo", e que permaneceram “fiéis (...) ao seu compromisso original". São, finalmente... conservadores – radicais – realizando pequenas adaptações e inovações ligadas ao tempo. (5)




4. Os inovadores: lidam com a hibridação, as referências heterogêneas e as misturas, onde “vemos antigas referências ao corpo crítico serem combinadas de maneira nova, ou estarem associadas a novos autores ou correntes que não estavam presentes nesse corpo anteriormente”.




5. Os especialistas: e os contra-especialistas (muitas vezes universitários ou ligados ao mundo acadêmico), “visam tomar o contrapé [do] discurso dominante”, ao contrário de outros especialistas, provenientes do mundo dominante.




6. Os dirigentes: ligados a uma organização, eles colocam um problema de escolha ao militante. Há aqueles que acreditam que um bom pensamento radical não pode fugir de uma forte ligação e de uma implicação ativa com uma estrutura (política, sindical, operária, etc.) de luta (6), onde o intelectual revolucionário está ligado tanto a uma escola do partido como a uma função militante ativa e, especialmente, de direção, estratégia confrontada com problemas políticos reais tendo “necessidade de saberes empíricos para a tomada de decisões”, realizando a síntese escrita/pensamento – ação/experiência. Paralelamente a este intelectual orgânico, se encontram aqueles que, simples simpatizantes, companheiros de viagem por um momento mais ou menos longo, fazem malabarismos com a distância e a fusão. Finalmente, há aqueles que marcam uma clara separação, pela "profissionalização crescente da atividade intelectual, que tende a mantê-los afastados da política", a ser menos interdisciplinares, acercando-se de análises e campos abstratos, metafísicos, herméticos, inacessíveis “ao comum dos operários” e submetidos “às regras e recursos que regem o campo social."







A migração da crítica




Para Razmig Keucheyan, o centro de gravidade da produção teórica dos pensamentos críticos mudou de continente, deslocando-se da Europa para os mundos anglo-saxônicos, em particular os Estados Unidos, ladeando "o caminho da produção", onde “novas ideias surgem quando são confrontadas com novos problemas”. Se alguém seguir o autor ePerry Anderson, que o inspirou (7), os futuros locais da geografia dos pensamentos sociais críticos devem se mudar, nos próximos anos, para a periferia e a margem do "sistema mundo”, na China, na Índia, no Brasil, no México e na África do Sul.

Outra causa da migração intelectual, “o clima intelectual [que] se deteriorou seriamente entre a esquerda radical na Europa Ocidental, especialmente na França, a partir da segunda metade da década de 1970”. Será por que já não se colocavam mais novos problemas sociais ou de produção capazes de fazer emergir novas ideias, ou será por que elas eram suspeitas de conduzir a um novo totalitarismo (8) e que "nessas condições (...) as teorias críticas abandonaram seu continente de origem em busca de pastos mais verdes”? A contra-argumentação na França e na Europa é tão débil e inoperante, tão inexistente, tão pouco inovadora? Como realmente explicar que os países (capitalistas) tão favoráveis à doxa radical de esquerda, como os Estados Unidos (para dar um exemplo), puderam acolher com tanta benevolência pensamentos críticos marxistas, seus inimigos políticos e suas antíteses de sociedade? (9) Para Razmig Keucheyan, teríamos, na velha Europa e no contexto da globalização mercantil, não só entrado em um período de "glaciação teórica", mas também em um mundo de "liquidação de possíveis", onde os pensamentos críticos inovadores não mais seriam viáveis.







Novos objetos e conceitos antigos







A antiga política tinha como objetos a razão, a ciência, a nação, a cidadania, as classes sociais, os dominados, o terceiro mundo, o anticolonialismo, etc. A nova política crítica radical, sem abandonar totalmente esses primeiros objetos, focaliza sobre novas categorias sociais, muitas vezes externas ao seu corpus tradicional, como as redes, a identidade, as minorias, o feminismo, o pós-colonialismo, a ecologia, o decrescimento, etc., vistos como possuir um forte potencial emancipador, inteiramente conduzidos por um “paradigma bem vivo [e] estimulante”, um “paradigma completo” (10), o marxismo. Um marxismo pensado como novo, “adaptado à nova conjuntura”, que desconfia dos partidos políticos e sindicatos tradicionais julgados (muito) reformadores e administrativos.

Tomemos um exemplo. As crenças, a teologia e as religiões são pensadas por alguns escritores da crítica radical (Alain Badiou, Giorgio Agamben, Toni Negri, Michael Hardt, Slavoj Zizek, etc.) necessitadas da construção real do socialismo (comunismo), não como reacionárias, alienantes ou como um ópio do povo (11), mas como pensamentos positivos, potencialmente libertadores de toda dominação. Contra aqueles que acreditam que as religiões alienam os indivíduos (hierarquia, idolatria, veneração, misticismo, exorcismo, imortalidade, saúde, além, milagre, superstição, etc.), estes herdeiros do Iluminismo, no qual há algumas organizações de orientação marxista (12), Razmig Keucheyan defende a ideia de que “taxar os movimentos religiosos atuais – especialmente o Islã e as correntes evangélicas – como simples ‘arcaísmos’ é um pouco precipitado". O autor pensa que "a relação dos pensamentos críticos com a religião está longe de ser anedótica. Ela terá um impacto especialmente decisivo sobre as alianças que irão costurar – ou não – no futuro os movimentos progressistas ou revolucionários com as correntes religiosas, no mundo ocidental e em outros lugares" (13), e pode se revelar estrategicamente interessante. Mas "disputar o fato religioso com os fundamentalistas, demonstrar que as formas progressistas, muitas vezes revolucionárias, da religiosidade existente, é uma estratégia inteligente [que consiste] em enfrentar o inimigo em seu próprio terreno" pode levar a um efeito perverso: o de justificar in fine a religião como auto-suficiente para a libertação do homem, a ação revolucionária, capaz de emancipação, contra a exploração e a alienação do gênero humano.







Sistemas...







Os pensamentos críticos radicais são apresentados neste livro sob dois eixos principais: os pensamentos sistemas, que tratam da "natureza e da evolução do sistema global”, e os pensamentos sujeitos, que tratam dos atores em suas práticas e ambientes.

No primeiro eixo, encontramos Toni Negri e Michael Hardt, famosos por suas obras escritas em colaboração, Império e Multidão. Guerra e Democracia na era do Império, onde o operaísmo (14) desempenhou um papel nada negligenciável na gênese e no desenvolvimento desse “pensamento ‘totalizante’”. Na época, se considerava o obreirismo como o motor histórico que impunha ao capitalismo se adaptar em conformidade, reestruturando-se. Hoje, para esses autores nada mudou realmente, “a Multidão tem (...) sempre a iniciativa, e o Estado fica atrás dela". O capitalismo contemporâneo é apenas "o resultado das transformações que esses movimentos [operários] impuseram ao sistema [capitalista]". A Multidão tomou conta deste antigo obreirismo, deste poder do proletariado, tornando-se o "novo sujeito da emancipação, que suplantou neste papel a classe operária”, enquanto que o Império é um outro nome para o poder do capitalismo mundializado, difuso e integrador, descentralizado e desterritorializado, total e global, “uma entidade supranacional que transcendeu a divisão do mundo em Estados-nação”. Combater o Império é combater “uma estrutura ‘parasitária’ que se alimenta da capacidade criativa e cooperativa da Multidão".

Ao lado do Império, é preciso repensar as teorias do imperialismo com autores como Leo Panitch (15), que evidencia a vontade de poder dos Estados e a primazia do político sobre o econômico; Robert Cox, que se inspira na teoria de Antonio Gramsci para construir a sua teoria dinâmica e histórica (materialismo histórico) nas relações internacionais, onde "para tornar-se hegemônico, um Estado deve estabelecer e proteger uma ordem mundial universal na sua concepção, isto é, não uma ordem na qual um Estado explora diretamente os outros, mas uma ordem que a maioria dos outros Estados (...) considera como compatível com seus próprios interesses"; e David Harvey, que construiu um materialismo geográfico histórico, destacando a dimensão espacial do capitalismo (socioespacial), alargando sua ação (mercado, tráfego, transporte, desregulamentação, deslocalização, privatização, etc.) para todas as comunidades, espaços sociais (escolas, hospitais, cidade, campo, espaços "virgens", etc.) e continentes (fronteira, meio ambiente, etc.). (16)

Depois do Império e do imperialismo, intervém a nação (o Estado-nação), que tem muito a sofrer com as ações de desregulamentação das multinacionais capitalistas e com as organizações internacionais (OMC, FMI, etc.), assim como com o nacionalismo beligerante, este “‘essencialismo’ que transforma as entidades ‘eternas’ provenientes de um passado imemorial e se projetando em um futuro indefinido” apoiando-se “sobre os elementos provenientes de tradições antigas, mas (...) transformando-os para fazer deles um fenômeno moderno” podendo fazer surgir “etnicidades fictícias”, ou o pós-nacionalismo dos internacionalistas anti-nacionais (17), militantes sem fronteiras dos direitos dos povos à autodeterminação dentro de uma nação, de uma micro-nação ou de uma comunidade local. Benedict Anderson e Tom Nairn explicitarão essa "relação problemática que o marxismo mantém com o nacionalismo”, enquanto Habermas eEtienne Balibar pensarão a existência de entidades supranacionais soberanas como intermediárias entre o Estado-nação e o Império, apostando no declínio da capacidade atrativa da nação gangrenada, em nossas democracias, o que Giorgio Agamben chamará de estado de exceção. (18)

E o capitalismo contemporâneo em tudo isso? Para Robert Brenner, o capitalismo continua sendo ainda e sempre uma questão de luta de classes. (19) Ele coabita com os modelos antigos (capitalismo mercantil, capitalismo fóssil, etc.), acrescentando novas formas, organizações adaptadas e inovações cada vez mais complexas (como o capitalismo cognitivo de Michel Husson), produzindo outros tipos de alienação, de exploração e de opressão dentro de nossos microcapitalismos locais e de nossos “sistemas-mundos", estes conjuntos geográficos teorizados por Giovanni Arrighi eImmanuel Wallerstein, que contêm “muitos subsistemas culturais, mas não [têm] uma única divisão do trabalho".

O marxismo tradicional parece se transformar gradualmente em marxismo ecológico, em luta contra o capitalismo verde. Na família dos novos pensamentos críticos radicais de esquerda, a ecologia política (ecologia política, decrescimento, antiespecismo, etc.) tomará nos próximos anos um lugar cada vez mais destacado. (20)







... e sujeitos







O outro eixo diz respeito "aos atores suscetíveis de serem os vetores da transformação social” e aos meios de sua emancipação.

Entre estes, Jacques Rancière, ex-aluno de Louis Althusser, revela-se menos doutrinal que um Alain Badiou platônico-maoísta ou que um Slavoj Zizek leninista-lacaniano. Ao contrário de seu ex-mestre, que via no "Partido e no intelectual munido da teoria marxista [os únicos objetos sociais] para acessar diretamente (...) o movimento histórico real", quando "sem sua contribuição, as massas [permaneceriam] na ignorância da realidade e em sua própria condição”, necessitando que “a consciência de seu destino histórico deve ser insuflado de fora na classe operária”, Jacques Rancière se revela, em seus escritos, fundamentalmente antiplatônico e um promotor da "igualdade das inteligências”.

Uma das características de identificação dos novos pensamentos críticos é a utilização recorrente do prefixo "pós". Como tal, o pós-feminismo representa uma de suas componentes mais em voga, tendo como figuras emblemáticas a ecofeminista Donna Haraway, que vê no ser cyborg "a figura emancipadora central de nosso tempo", a representante da queer theory, Judith Butler, ou os subaltern studies, com Gayatri Spivak.

Os indivíduos, os atores sociais, ainda são considerados como elementos de classes contra outras classes em uma sociedade minimamente polarizada, razão pela qual é multipolarizada e integrada por outras divisões possíveis dentro de cada uma destas (de sexo, de gênero, de religião, de nacionalidade, etc.). Para Edward Palmer Thompson, as classes são dinâmicas e socialmente construídas, isto é, que elas não são “um fenômeno sócio-econômico que existe independentemente da consciência” dos indivíduos, mas antes categorias relacionais complexas (de colaboração ou de conflito), relativamente singulares e tributárias da história (do tempo e do espaço), comportando uma cultura e uma “experiência, que é mais ou menos homogênea segundo as épocas, e que evolui ao longo do tempo”, dependentes "em parte das relações de produção”. Contra uma visão holística de classes e um determinismo histórico e implacável, Erick Olin Wright propõe uma "tentativa [empírica] de fusão entre o marxismo e o individualismo metodológico" (marxismo analítico), aí onde Álvaro Garcia Linera acentuará a dimensão indigenista, espacial e temporal das identidades de classes onde “o tempo de classe mistura inextricavelmente os tempos pessoais e coletivos”. Esta identidade também é questionada do ponto de vista do reconhecimento, como em Charles Taylor, que se centra sobre o multiculturalismo, em Nancy Fraser, Axel Honneth, ou no cosmopolitismo de Seyla Benhabib.

Hoje e amanhã

Seguindo o exemplo de Perry Anderson (21), a propósito do possível destino do socialismo, podemos supor que os novos pensamentos críticos aparecerão no futuro, quer como uma experiência ideológica e uma experiência empírica inacabada, quer como um conjunto de teorias e práticas a serem repensadas, renovadas e reformuladas à espera de um momento histórico favorável para os mesmos, quer como início e impulso de uma nova tradição revolucionária cumulativa (combinando continuidade e ultrapassagens), quer, finalmente, elas anunciem a saída de um tempo de eclipse e a chegada de sua hegemonia política.

Mas, por enquanto, lendo os novos pensamentos críticos atuais, parece que eles estão na mesma condição que o altermundialismo, em estado de crise existencial. (22)










Notas:





(1) Razmig Keucheyan voltará a esse tema no próximo dia 28 de agosto, na Société Louise Michel por ocasião da Universidade de Verão do NPA, em um fórum intitulado “História e atualidade dos pensamentos críticos”.

(2) Manifestação contra a Organização Mundial do Comércio, Seattle, 1990; Fórum Social Mundial, Porto Alegre, 2001; etc.

(3) BOURDIEU, Pierre; CHARLE, Christophe; LACROIX, Bernard; LABARON, Frédéric; MAUGER, Gérard. “Pour une gauche de gauche”, Le Monde, 8 de abril de 1998.

(4) Ao contrário de Razmig Keucheyan, considero e situo as estruturas anarquistas em uma galáxia diferente das organizações “esquerdistas”, como evocava, por exemplo, em “Un anarchiste chez les anthropologues », BibliObs, maio de 2010.

(5) Razmig Keucheyan indica justamente que os trotskistas – inscritos como “um contingente importante de resistentes” – inscreveram “sua atividade teórica em uma dialética que alia conservação e inovação”, uma “dialética entre a continuidade e a ruptura com o passado”.

(6) MONOD, Jean-Claude. Penser l'ennemi, affronter l'exception. Réflexions critiques sur l'actualité de Carl Schmitt. Paris : La Découverte, 2006.

(7) ANDERSON, Perry. In the Tracks of Historical Materialism. Londres : Verso, 1983. Perry Anderson é ex-redator-chefe da New Left Review e professor de história e sociologia na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA, Departamento de História).

(8) GLUCKSMANN, André. Os Mestres Pensadores. Lisboa: Dom Quixote, 1978; LÉVY, Bernard-Henri. La Barbarie à visage humain. Paris : Grasset, 1977. Ver também a crítica da Escola de Frankfurt, ADORNO, Theodor ; HORKHEIMER, Max. A Dialética do Esclarecimento. São Paulo : Jorge Zahar, 1985.

(9) Estamos somente na ideia de que “contrariamente à universidade francesa, onde o fechamento sobre si mesma é notório, a universidade norte-americana é aberta ao mundo”?

(10) Este paradigma é considerado como total porque “há uma perspectiva marxista em todas as disciplinas das ciências humanas: economia, geografia, sociologia, ciências políticas, filosofia, linguística, etc.”.

(11) “A religião é o suspiro da criatura oprimida, a alma de um mundo sem coração, como ela é o espírito das condições sociais em que o espírito foi excluído. Ela é o ópio do povo”. MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Crítica da Filosofia do Direito de Hegel. São Paulo: Boitempo, 2005 (1844); LÖWI, Michael. “Ópio do povo? Marxismo crítico e religião”, emNPA, fevereiro de 2010.

(12) Lutte Ouvrière, Les religions; Dawson, « Le combat du marxisme contre la religion », Revue Internationale, 2005.

(13) HOUTART, François. « De nouveaux défis pour la théologie de la libération », NPA, maio de 2010; ACHCAR, Gilbert. « Marxistes et religion, hier et aujourd'hui » NPA, fevereiro de 2010.

(14) WRIGHT, Steve. A l'assaut du ciel - Composition de classe et lutte de classe dans le marxisme autonome italien, Senonevero, 2007.

(15) Leo Panitch é professor de ciências políticas na Universidade de York, no Canadá, e codiretor da revista Socialist Register.

(16) Pode-se ler, como complemento LACOSTE, Yves. La géographie, ça sert, d'abord, à faire la guerre, Maspero, 1976.

(17) TAGUIEFF, Pierre-André. Les fins de l'antiracisme, Michalon, 1995.

(18) DUBREUIL, Benoît. « Giorgio Agamben, État d'exception, Homo sacer », Politique et Sociétés, vol. 23, n° 1, 2004, p. 199-203.

(19) BRENNER, Robert. « The Origins of Capitalist Development: A Critique of Neo-Smithian Marxism », New Left Review, Vol. 104, 1977.

(20) HARRIBEY, Jean-Marie. « Marxisme écologique ou écologie politique marxienne», in BIDET, J., KOUVÉLAKIS, E. (dir.), Dictionnaire Marx contemporain, PUF, Actuel Marx Confrontation, 2001, p. 183-200.

(21) ANDERSON, Perry. Zona de Compromisso. São Paulo: Unesp, 1996.

(22) RASPLUS, Valéry. « Altermondialisme : la crise existentielle », Libération, 2009.

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