sexta-feira, 28 de maio de 2010

"Coletivo e singular"

Postado por Kamadon

Retirado do estudo 'Em busca da felicidade'

Participante: Onde está o Criador?

Na sua cabeça. Se existe um Criador, Ele está na sua cabeça. Esqueça o Criador.

Para haver um Criador era preciso haver uma criatura, porque não pode haver um Criador sem uma criação. Quem seria a criatura? Você? Mas, se você é o que a mente diz, então a criatura é a mente. Neste caos, então, quem é você?

Por favor, parem de ser que nem cachorro: correndo atrás do rabo. Parem de acreditar em conceitos que vocês têm e dizem que todo mundo tem. Só você acredita nas coisas que você acredita...

Entendam uma coisa: só existe você no mundo. Ou melhor, só existe o mundo que você-mente cria. Não existe mais ninguém, mais nada. Não existe Deus, não existe espírito, não existe mundo espiritual, não existe nada. Não existe Cristo, Buda ou Krishna. Tudo isso são criações da sua mente. Os fatos históricos, a descoberta do Brasil, da América, tudo isso é criação da sua mente. A Atlântida, o ano 2012, tudo isso é criação da sua mente. Não existe tempo, como é que vai existir passado ou futuro?

É esse o grande problema. Não dá para você reservar coisas para acreditar. Se você acreditar em Deus, vai sofrer.

Parem com isso. Entendam que Deus é uma criação da sua mente. Para quê a mente cria qualquer coisa? Para lhe prender no prazer e na dor. Quando ela cria a ideia de existir um Deus, eis aí um caminho aberto para você ir para o prazer ou para a dor. Não importa o que venha à sua mente, tudo o que ela fala é um mundo que ela cria para você viver.

Ouçam bem isso: Joaquim não existe. Eu sou uma criação da mente de vocês. O ensinamento de Joaquim, também não existe: é uma criação da mente de vocês. É o seu mundo sendo criado e gerado pela mente.

Falo sempre que precisamos chegar ao nada absoluto, mas a mente de vocês quer chegar a um nada que contenha apenas tudo o que você quer tirar. Neste nada não é colocado o que você-mente quer manter. Nestas coisas você acredita.

Agora, como vimos no caso do ter vaidade, se você acreditar em uma coisa, vai acreditar em outra, outra, outra.... Quando cai em si, está longe da primeira coisa que acreditou. Neste caso, como disse, não consegue tirar a rolha do fundo da piscina.

O que precisa ser feito é mergulhar, mergulhar, mergulhar cada vez mais. Não tenha medo de perder o ar que, porque isso você não perde. Se tiver esse medo, vai voltar do meio do caminho...

Mergulhem sempre, filhos. Não importa o que a mente está dizendo mergulhem mais fundo. Não importa o mundo que a mente está criando, libertem-se de tudo.

Com esta conversa o que quero que vocês compreendam é: neste mundo não existe coletivo, só o singular. Só existe você. Ah, existe uma mente que cria um mundo para você, mas ela só vai conseguir fazer isso, se você acreditar no que ela cria.

Nós estudamos um livro chamado 'Baghavata Puranas'. Nele, um discípulo de Krishna pergunta assim: 'A mente primária é escrava da secundária?' O Bendito Senhor responde: 'Sim, a mente primária é escrava da Secundária. Mas, se entendermos que a mente secundária é uma ilusão e a própria escravidão é uma ilusão, eu diria que não. A mente primária não é escrava da secundária'.

É isso que vocês não entenderam. Vocês querem agir no mundo e ainda não entenderam que o mundo não existe. O mundo é apenas uma criação da mente para você.

Seus filhos, sua família, sua mulher, você, seu corpo, sua beleza, sua vaidade... Tudo foi criado, nada existe... Foi criado, não de uma forma real, mas ilusória. E você ao invés de simplesmente compreender isso e lutar para libertar-se disso, quer saber como agir nisso, ou seja, você, como diz o próprio Krishna ao mesmo discípulo, virou um fantasma.

Fantasma é aquele que acha que existe, quando não existe; aquele que acha que age onde não pode agir.

Portanto, fica a mensagem: só existe o singular, você. Ilusoriamente existe um mundo, mas nele o você-observador não é nada, não tem nada, não faz nada, não sente nada.... Isso porque o mundo onde existe tudo isso, é um mundo ilusório, criado pela mente para você.

Se alguém se lembra, quando falei sobre o Universo Universal na lógica humana disse que não existe nem Universo, pois ele está dentro de cada um. É o que eu estou acabando de dizer de novo.

"Consciência"

Postado por Kamadon

Retirado do estudo 'Em busca da felicidade'

Anteriormente tinha dito: existe um observador, um observado e uma observação. Só isso existe no Universo de cada um. Disse ainda: o observador é você...

Quando disse isso, não estava mentindo, mas não estava dando a explicação completa. Isso porque a sua identidade, o 'você' que imagina ser, é falso. Tanto que disse depois: o 'eu' que você diz ser é a mente. Ela é o 'eu': o 'eu' que ri, chora, namora, que come e dorme...

Portanto, quando disse que o observador é você, não estava mentindo. Mas, você não é aquele que imagina ser.

Isso é importante de se salientar porque vocês estão querendo ser vocês mesmos, serem o observador, mas não conseguem. Não conseguem ser o observador porque ainda acham que a identidade gerada pela mente é vocês.

Na verdade, para a execução do trabalho, é preciso entender que o observador não é você. Não é que você não seja o observador, mas ele não é o 'você' que acredita ser. Aquilo que vocês estão chamando de observador ainda é apenas a identidade gerada pela mente...

Este é o primeiro ponto que gostaria de deixar bem claro para poder introduzir um novo elemento em nossas conversas. O você que imagina ser é o você-mente, pois o você-observador não é conhecido por você mesmo. Na continuação desta conversa será entendido porque foi importante esse preâmbulo...

Além do observador, como disse, existe um observado... Quando dei a definição sobre estes elementos disse que o observado é a mente. No entanto, lembrem-se de outra coisa que falei: não existe uma mente como elemento, mas apenas pensamentos. Os pensamentos são a mente; não existe um elemento chamado mente que pensa...

A partir disso, pergunto: porque chamo de observado o pensamento? Porque é isto que o observador deve observar. O pensamento é aquilo que é observado pelo observador.. .

Agora, se vocês repararem nas suas perguntas, nas suas dúvidas, nas suas preocupações, verão que não estão observando o pensamento, mas a observação, ou seja, a criação do pensamento. Vocês estão observando os fatos externos, os posicionamentos externos. Não estão observando estes elementos como criações da mente, como frutos do pensamento, mas sim como realidades.. .

O observador não observa o mundo externo. Ele observa a mente, o pensamento e não a ação, o outro, o carro, a casa, a falta de emprego... A diferença entre uma coisa e outra é muito grande...

Quem observa a falta de emprego, observa a falta de emprego. Quem observa o pensamento criando a ideia da falta de emprego, observa o pensamento. Quem observa a falta de emprego, vai observar o porque não tem emprego, onde está errando e por isso não o tem, o que precisa melhorar para poder tê-lo. Quem observa a mente criando a ideia de não ter emprego vai analisar o pesamento e não a falta de emprego.

Quem entende que o observado pelo observador é o pensamento e não que vocês chamam de vida, está sempre buscando ver o pensamento que cria a ideia e não a vida, os acontecimentos ou o reflexo deles... Há uma diferença muito grande entre observar um pensamento que cria a ideia de não ter emprego e observar a falta de emprego...

Isso porque quando se observa o pensamento, observa-se uma história sendo narrada. Quando se observa a vida, a falta de emprego neste caso, observa-se a ação da história. Quem observa a ação da história, a vivencia...

É difícil deixar de sentir falta de um emprego enquanto se viver a vida. Enquanto o observador for o 'eu' da história, a falta de emprego será algo tangível, assim como o ter emprego, estar empregado, também... Neste caso, é inexorável que se vivencie as emoções que a mente cria junto com estas situações...

É porque vocês não estão observando o pensamento mas sim o mundo, que aceitam como real um elemento que o pensamento cria: a vida... Ou seja, o conjunto de ações, percepções, sensações e emoções...

Já me perguntaram muito sobre emoções, mas quem se emociona? A mente? Não... O observador? Não... Na verdade não existe uma emoção. Toda emoção que a mente cria é uma observação que o observado cria...

A mente não sente uma emoção: ela cria a ideia de haver uma... Se você está analisando a vida, está analisando uma emoção, ou seja, observando uma emoção. Quando o observador observa o observado, ele observa o pensamento que constrói a emoção e não ela própria... A emoção não existe, pois ela é uma criação do observado, uma observação...

Falei tudo isso para poder introduzir um elemento novo na nossa conversa. Ele é conhecido do mundo humano. Chama-se: consciência.. . Ter a consciência de alguma coisa...

O que é ter consciência de algo? É ter um pensamento que crie a existência daquilo... Tudo que você-observador tem consciência de existir é um pensamento que cria a ideia daquilo existir. Na verdade aquilo não existe... Vamos ver um exemplo para entender melhor...

Neste momento o você-mente está agora sentado ou deitado dentro de um cômodo na frente do computador me ouvindo falar. Isso para vocês é uma realidade e é isso que observam. Mas, nada disso é real: nem você, nem a sua posição, nem o cômodo, nem o computador e nem o que está ouvindo. Cada um destes elementos são um pensamento gerando uma consciência, ou seja, criando uma realidade...

O 'você' é uma consciência da mente, um pensamento. Você só se reconhece como você porque há um pensamento que diz: 'Isso é você'... Se não houvesse, o observador nunca saberia nada sobre aquela imagem...

O corpo não existe. Na verdade o que existe é uma consciência criada pela mente, ou seja, a ideia de existir um corpo. O cômodo que você está não existe: o que existe é a ideia dele existir. Mas, como isso lhe chega como uma consciência e como você-observador não está atento ao pensamento que o cria mas sim à própria consciência, ou seja, o que vocês chamam de vida, vivem o cômodo como algo real. Por isso passam a observar o cômodo e com isso não conseguem observar o pensamento. Neste momento, embarcam no fluxo das ideias e são levados a vivenciar tudo o que a mente continua criando...

Vocês já repararam na representação gráfica de uma gravação de som? O que ela contém? Linhas que sobem e descem... O que representa cada linha desta? Uma onda eletromagnética. Na verdade, a gravação de um som não é a gravação de uma palavra, mas sim de uma onda eletromagnética. ..

A partir disso pegunto: o que é voz? Uma onda eletromagnética. .. Então, você não ouve palavras, mas ondas eletromagnéticas. .. Pergunto, então: como cada onda eletromagnética se transforma em palavras, em coisas inteligíveis? Onde a onda se transforma em palavras? No pensamento.. .

Um pensamento capta uma onda, que ele mesmo criou, e a transforma em uma palavra. Depois vem outro pensamento que cria uma compreensão, diz o que representa aquela palavra. Ou seja, não há palavras: tudo é processo mental, é geração mental...

Sendo assim, você não está me ouvindo, mas tendo a consciência de ouvir algo. Você não está ouvindo, mas recebendo uma ideia de ouvir. Além disso, está recebendo da própria mente a ideia de ter determinada compreensão a partir daquela ideia...

Compreenderam? Não há mundo, não há vida para ser observada... O que existe é uma sucessão de consciências que a mente cria... Por isso anteriormente já tinha dito: quem vive a a vida é a mente e não o observador.. .

O observador não vive vida porque não há vida para ele viver... Isso porque aquilo que vocês chamam de vida são consciências geradas pelo pensamento, ou seja, ideia de existir.

Isso é muito importante de se compreender. Como disse, esse trabalho é longo. Até aqui deixei vocês perguntarem do mundo à vontade, mas não vou mais fazer isso, pois não há mundo para se agir. Não se consegue ser feliz de verdade agindo no mundo, mas sim observando a mente.

Quando passo a observar a mente, o que é compreendido? Quando se observa o pensamento, o que é descoberto? Que nada está acontecendo. .. A única coisa que está acontecendo é um pensamento criando a ideia de estar acontecendo alguma coisa...

Será neste aspecto que iremos fala muito daqui para frente: não há nada acontecendo. .. Portanto, não adianta o observador querer observar acontecimentos. É preciso compreender que o que você chama de acontecimento é apenas uma consciência que a mente está gerando e o observador precisa observar o pensamento, ou seja, saber que aquilo é apenas uma consciência e não uma realidade...

Não sei se vocês se lembram, mas em Krishna estudamos o seguinte ensinamento: a faca não o fere, o fogo não o queima e a chuva não o molha. Porque isso acontece ao homem sábio? Porque ele sabe que não existe se molhar...

A água bate no corpo, ou seja no observado e não no observador. Como o homem sábio sabe que o encontro da água com o corpo é apenas uma consciência gerada pela mente, ele não vive a próxima ideia, ou seja, o sentir-se molhado. Ele não se molha porque, além de saber que sentir-se molhado é uma consciência criada pela mente, sabe que ela é decorrência da consciência de haver um corpo, a água e do encontro das duas coisas...

Por isso, ao invés de viver o 'estar molhado', o homem sábio diz: a mente está molhada e não 'eu'... Mas, isso só é possível porque a ação de molhar também foi interpretada como uma consciência e não como uma realidade, como acontecimento da vida. Se vivesse isso como real, fatalmente este homem se sentiria molhado...

Estar molhado é uma consciência gerada pela mente. Ela é vivida obrigatoriamente como real pelo observador quando ele acredita que existe um corpo, uma água e o contato entre eles...

Por isso o homem sábio não se preocupa em secar-se, em não sentir a água e nem em procurar um guarda-chuva. Ele preocupa-se sim em entender que tudo isso é apenas uma consciência gerada pela mente...

O homem sábio não se preocupa em observar o mundo externo porque ele sabe que este é apenas uma consciência gerada pela mente: a ideia de estar acontecendo aquilo. Quando tem essa compreensão, o homem sábio não se preocupa com o conteúdo do pensamento, mas em libertar-se da consciência gerada por ele...

Esta é a melhor forma de se libertar do prazer e da dor gerado pela mente e alcançar a verdadeira felicidade: saber que tudo o que é chamado de vida é apenas uma consciência gerada pela mente e não uma realidade... Enquanto não se entender que a vida é apenas um processo mental e não físico, estará se compactuando com a mente neste aspecto e libertar-se dos demais é quase impossível... Para estes o sofrimento e o prazer são inexoráveis.

Portanto, daqui para frente vamos bater muito neste aspecto: existe um observador, que não é você; este observador vive apenas pensamentos, ou consciências que o pensamento cria; e é preciso entender que tudo é apenas consciência gerada pelo pensamento.

O observador, portanto, precisa compreender que tudo que existe são apenas consciências geradas pela mente e não coisa reais. A partir disso deve deixar de querer agir na consciência ou naquilo que vocês chamam de realidade...

"A consciência e o agora"

Postado por Kamadon

Retirado do estudo 'Em busca da felicidade'


Participante: Nada existe fora do agora? Comente, por favor...

O que é o agora? É uma consciência. A mente cria a ideia de existir um agora. Então, não existe nem um agora...

Participante: O agora é um pensamento?

Não. O agora não é um pensamento, mas algo criado através dele... O agora é o fruto de um pensamento, ou seja, o pensamento diz que existe um agora...

Na verdade, você está querendo analisar o pensamento sem separar o joio do trigo: a criação do criado, a observação do observado...

O agora não existe: ele é um fruto do pensamento. O pensamento cria consciências, ou seja, a consciência de existir alguma coisa. Se o agora é algo que existe, ele é uma criação do pensamento. Por isso, não acredite que está acontecendo um agora... Na verdade o que existe é uma consciência, algo que você-observador diz que é real, mas não é...

A consciência é uma imagem gerada pela mente, pois ela é formada por tudo aquilo que é ouvido, cheirado, provado o saber, visto ou tocado pelas mãos. Se tudo isso compõe um agora, ele é apenas uma consciência.

Por exemplo: você é consciente de que existem espíritos desencarnados aqui neste momento? Não, pois a sua mente não criou a presença deles aqui. Mas, se ela criasse essa imagem, ela não seria o espírito, mas figuras criadas pela mente.

Mas, como a mente cria as figuras? Pelo pensamento. Na verdade o pensamento não cria uma figura, mas a ideia de existir uma. Essa 'ideia de existir' é o que estou chamando de consciência.

A consciência não é o pensamento, mas uma criação dele. Consciência é o que você-mente vê, cheira, prova o sabor e ouve. Na verdade nem o observador nem a mente ouvem. O que existe é a ideia de estar ouvindo algo. Nem a mente ou o observador ouvem palavras: o que existe é a ideia de estar ouvindo palavras...

Portanto saiba disso: a consciência não é o pensamento, mas o fruto dele, criado por ele.

Participante: É uma conclusão?

Não, é criação...

Deixe-me explicar. Um filme que é projetado precisa do que? De algo que o projete... Este projetor é o criador da imagem, ele é o pensamento. Ele cria a ideia do filme está existindo na tela, quando o que há na verdade é luz. Todo filme é luz projetada...

Olhe para o seu braço. O que há nele?

Participante: Um relógio...

Não, não há aí um relógio. O relógio é uma consciência, ou seja, uma ideia de existir um relógio... Se isso não houvesse sido feito, jamais haveria um relógio aí para você...

Participante: O pensamento antecede à consciência?

Que dúvida, não: antes ou depois? Por acaso existe tempo para saber se é antes ou depois? No filme o que passa primeiro: a luz ou o fotograma? Pouco importa isso, não? A coisa acontece tão rapidamente que para você não tem como mensurar o que vem antes ou depois...

Não se preocupe em entender isso. O que você precisa entender é que esse relógio que está aí não existe: o que existe é uma ideia dele existir... Se você achar que o relógio existe, vai querer interagir com ele. Se souber que ele não existe, pode agir no pensamento que o cria. Como? Dizendo: 'Este relógio é apenas uma consciência que a mente está gerando'... Só isso...

"O saber e a consciência"

Postado por Kamadon

Retirado do estudo 'Em busca da felicidade'

Participante: Então, se tudo é o que está acontecendo, o que aconteceu, a história antiga da civilização, os mestres, as religiões, etc. Só existem na minha consciência vivenciada como real?

Não, ela não existe na sua consciência. Tudo isso que você falou só existe quando lhe é dado por um pensamento, ou seja, quando se torna consciente.. .

Não há uma consciência latente, ou seja, uma memória. O você-mente não sabe essas coisas: ele cria o conhecimento a cada vez que o torna consciente.. . Esse é outro ponto muito interessante. ..

Vocês-observadores acreditam que são capazes de acumular conhecimento. Aí eu pergunto: acumular onde, se só existe o pensamento, se só existe a consciência gerada nesse momento? Não, o você-mente não sabe de nada. Tudo o que ele sabe num determinado momento é uma consciência criada naquele momento. Não existe uma historia que se desenrola ou algo que já foi lido lá atrás. E posso provar isso...

Quantas vezes o você-mente sabe de uma coisa hoje e amanhã sabe da mesma coisa de uma forma diferente? Quantas vezes a lembrança de hoje diz uma coisa e a lembrança de amanhã vai dizer outra coisa sobre o mesmo assunto?

Isso é assim porque não existe uma sabedoria, não há um conjunto de conhecimentos, de conceitos, de verdades agregadas ao você-mente. A cada vez que a mente cria uma consciência ‘saber’, ela cria os elementos desse saber. Portanto, não existe um mestre conhecido pelo você-mente: existe a ideia ou consciência de conhecer aquele mestre, quando isso é criado pelo pensamento.

Esta pergunta me dá a oportunidade de falar da ‘consciência sabedoria.’ Tudo o que você-mente sabe, não sabe. É trazido ao consciente, ou seja, é criada uma observação, naquele momento. No momento seguinte, poder ser criada outra. E depois outra. Só que quando estas novas consciências ou sabedorias chegam, aquela primeira consciência já foi embora, ou seja não é mais conhecida pelo você-mente.

Entendam uma coisa: tudo o que o você-mente diz saber são consciências geradas por um pensamento. Não são sabedorias armazenada em algum canto da mente...

Quando o você-mente diz que conhece Cristo, não quer dizer que ele o conheça? quer dizer que naquele momento um pensamento gerou uma consciência que diz saber quem foi ele. Quando o você-mente diz conhecer a história de Cristo, não quer dizer que ele tenha conhecimento dos fatos dessa vida: quer dizer que naquele momento foi criada a consciência (ideia) de saber.

Como o você-mente diz saber, conhecer, o observador que não está desperto para a realidade acredita que sabe. O observador não sabe de nada: ele só acredita saber porque não está desperto, ou seja, não está cônscio de que o mundo é apenas consciências que o você-mente cria...

"O pensamento"

Postado por Kamadon

Retirado do estudo 'Em busca da felicidade'


Vocês acreditam que são assediados por vários pensamento. Isso é impossível. Não há vários pensamentos, mas ideias diferentes. O pensamento é uma coisa só, única e contínua. Vocês estão confundindo pensamento com palavras que criadas pela mente. A palavra que vem à mente é uma consciência criada por um pensamento.

Vou tentar explicar o que é um pensamento. Para isso vou me utilizar de elementos materiais, mas apenas como exemplo. O pensamento não é este material...

Anteriormente expliquei que o que é captado pela mente como audição são ondas eletromagnéticas e não palavras. O processo do pensamento transformar- se em consciência ou ideia é a mesma coisa. O pensamento – e lembrem-se que estou usando este elemento apenas como exemplo – é uma onda eletromagnética que se transforma em ideias de existir, em consciências.

Acontece, porém, que não há várias ondas: é uma só. A vida inteira de um eu-mente é uma onda só. É essa onda que, num determinado momento, gera uma consciência, no outro, gera outra, no outro ainda, gera outra.... Ou seja, as múltiplas ideias que o você-mente tem são diversas consciências formadas por uma única onda...

Vocês estão querendo pegar cada consciência e estudá-la para se libertar dela. Mas, quantos pensamentos se passaram durante este tempo de estudo?

O pensamento é uma onda eletromagnética que não para... É por isso que Buda diz: ‘Você deve receber o seu sofrimento, abraçá-lo e deixá-lo ir'. O sofrimento é uma consciência gerada pela onda. Quando o você-observador deixa a consciência seguir junto com o pensamento, consegue se libertar da dor.

Portanto, o pensamento, dentro da figura que fiz, a onda eletromagnética, vai andando o tempo inteiro e as consciências vão surgindo e sumindo, surgindo e sumindo, surgindo e sumindo...

Pensamento não é palavra: palavra é consciência. O que você-observador observa é a consciência, não o pensamento. Mas, quando sabe que é só uma consciência e não palavras, verdades, realidades, atos, acontecimentos ou pessoas, pode se libertar mais facilmente.. .

Por que vocês estão abismados com o que eu disse? A ciência humana também fala que o pensamento é uma onda eletromagnética contínua que dura toda a vida... Ou não diz?

Quando você é declarado morto? Quando seu cérebro para de funcionar. Ou seja, quando não há mais ondas eletromagnéticas. A onda eletromagnética que circula na mente determina o estar vivo, ou seja, existe a vida inteira. Quando ela deixa de existir você está morto. Olhe o que eu venho dizendo: ciência e espiritualidade estão caminhando para um lugar só.

Portanto, o pensamento é isso: ondas eletromagnéticas que geram consciência que são palavras, ideias, saber, cultura, que formam o que é visto, cheirado, degustado, ouvido...

Mas, para os espíritas, pergunto: o que chamei de ondas eletromagnéticas, Kardec chama do que? Fluido cósmico universal.

Reparem como as coisas vão se encontrando. ... Só existe uma matéria universal, o fluído cósmico universal.

A mente, então, é a onda eletromagnética, não as palavras. A palavras são consciências. Por isso afirmo: não existem palavras...