domingo, 16 de agosto de 2009

Engenharia alienigena 3

Marxismo

Enviado a mim por AZRAEL. e encaminhado ao blog



Introdução

Existe um mito muito difundido de que o marxismo é difícil. Isto é muito
propagado pelos inimigos do socialismo - Harold Wilson gaba-se de nunca ter
sido capaz de ir além da primeira página d'O Capital. É um mito também
encorajado por um tipo peculiar de acadêmicos que se dizem marxistas: eles
deliberadamente cultivam frases obscuras e expressões místicas com o
objetivo de dar a impressão de que possuem um conhecimento especial,
negado aos outros.
Portanto não é nada surpreendente que muitos socialistas que trabalham 40
horas por semana em fábricas, minas e escritórios acabem concebendo o
marxismo como algo que nunca terão tempo ou oportunidade para entender.
Na verdade, as idéias básicas do marxismo são notavelmente simples. Ele
explica a sociedade em que vivemos, como nenhum outro grupo de idéias
consegue fazê-lo. Essas idéias possibilitam entender um mundo destroçado
por crises, com sua pobreza em meio a tanta riqueza, seus golpes de estado e
ditaduras militares, em que invenções fantásticas levam milhões para as filas
do desemprego e da miséria, "democracias" toleram a ação de torturadores e
estados socialistas ameaçam uns aos outros com mísseis nucleares.
Enquanto isso, os pensadores do establishment que tanto desprezam as idéias
marxistas dão combate uns aos outros em um louco jogo de cabra-cega,
entendendo pouco e explicando menos ainda.
Mas, embora o marxismo não seja difícil, ele apresenta alguns problemas para
o leitor que toma contato com os escritos de Marx pela primeira vez. Marx
escreveu há mais de cem anos. Ele usa a linguagem de seu tempo, cheia de
referência a pessoas e eventos que praticamente ninguém conhece hoje em
dia, a não ser que seja historiador.
Lembro de minha perplexidade quando, ainda na faculdade, tentei ler sua
obra O 18 Brumário de Luiz Bonaparte. Não sabia sequer o que significava
Brumário e quem era Luiz Bonaparte. Quantos socialistas não terão
abandonado suas tentativas de se aproximar do marxismo após tais
experiências?
Esta é a justificativa para este caderno. Ele pretende fornecer uma
introdução às idéias marxistas, que fará mais fácil para os socialistas
compreender sobre o que Marx falava e entender o desenvolvimento do
marxismo também sob os cuidados de Engels, Rosa Luxemburgo, Lenin,
Trotsky e todo um conjunto de pensadores menores.
A maioria do que está escrito neste panfleto apareceu em uma série de
artigos no Socialist Worker (Trabalhador Socialista) sob o título "Explicando
o Marxismo". Mas adicionei quantidade substancial de material novo. Em geral
esse material novo é proveniente de uma exposição simplificada das idéias de
Marx em "O Significado do Marxismo" de Duncan Hallas e das "Séries de
Educação Marxista" da seção do SWP (Socialist Workers Party - Partido dos
Trabalhadores Socialistas) de Norwich.
Uma última questão. O pouco espaço impediu-me de enriquecer este panfleto
com algumas contribuições importantes da análise marxista do mundo
moderno. Referências para leituras mais aprofundadas podem ser achadas no
apêndice.
Chris Harman
Capítulo Um
Por que precisamos de uma teoria marxista
Por que precisamos tanto de uma teoria? Sabemos que há uma crise. Sabemos
que somos roubados por nossos patrões. Sabemos que estamos todos
famintos. Sabemos que precisamos do socialismo. Todo o resto é apenas para
intelectuais.
Você freqüentemente ouve palavras como essas de militantes socialistas e
sindicalistas. Tal visão é fortemente encorajada pelos anti-socialistas, que
tentam dar a impressão de que o marxismo é uma doutrina, obscura,
complicada e chata.
Idéias socialistas são "abstratas", dizem eles. Podem parecer muito corretas
na teoria, mas o senso comum da vida real nos mostra algo totalmente
diferente.
O problema com esses argumentos é que as pessoas que os defendem, têm
uma teoria delas próprias, mesmo que se neguem a reconhecê-lo. Pergunte a
elas qualquer questão sobre a sociedade e elas tentarão responder com uma
ou outra generalização. Alguns exemplos:
"As pessoas são naturalmente egoístas".
"Qualquer um pode vencer na vida se se esforça o suficiente".
"Se não existissem os ricos, não haveria ninguém para dar emprego para nós."
"Se pudéssemos educar os trabalhadores, a sociedade seria diferente."
"É o declínio moral que levou o país para esse estado de coisas."
Ouça qualquer discussão na rua, no ônibus, no bar. Você ouvirá dúzias de
afirmações como essas. Em todas e em cada uma está presente uma visão
sobre as razões porque a sociedade é tal como é sobre como as pessoas
podem melhorar suas condições de vida. Todas essas visões são "teorias"
sobre a sociedade.
Quando as pessoas dizem que não têm qualquer teoria, o que realmente
querem dizer é que elas não organizaram suas concepções sobre a vida e o
mundo.
Isto é particularmente perigoso para quem está tentando mudar a sociedade.
Pois os jornais, o rádio, a TV, estão permanentemente enchendo nossas
mentes com tentativas de explicar a confusão em que a sociedade se
encontra. Esperam que nós aceitemos o que eles dizem sem pensar mais sobre
essas questões.
Mas você não pode lutar para efetivamente mudar a sociedade, se não
aprender a reconhecer o que é falso em todos esses diferentes argumentos e
explicações.
Isto foi mostrado pela primeira vez há 150 anos. Entre 1830 e 1840, o
desenvolvimento da indústria em regiões como o noroeste da Inglaterra
arrastou centenas de milhares de homens, mulheres e crianças para
trabalhos de remuneração miserável. Foram forçados a suportar condições
inacreditáveis de pobreza.
Eles começaram a lutar contra isso com as primeiras organizações de
trabalhadores - os primeiros sindicatos. E na Inglaterra, com o primeiro
movimento por direitos políticos para os trabalhadores, o Cartismo. Junto
com esses movimentos surgiram os primeiros grupos pequenos de pessoas
dedicadas à causa da conquista do socialismo. Imediatamente surge o
problema sobre como o movimento dos trabalhadores poderia atingir seu
objetivo.
Algumas pessoas diziam que seria possível persuadir os governantes da
sociedade a mudar as coisas por meios pacíficos. A "força moral" de um
movimento pacífico de massa asseguraria que fossem concedidos benefícios
aos trabalhadores. Centenas de milhares de pessoas organizaram-se,
manifestaram-se, trabalharam para construir um movimento com base nessas
concepções - somente para acabarem derrotados e desmoralizados.
Outros reconheceram a necessidade de usar "força física", mas achavam que
isso podia ser alcançado por pequenos grupos de conspiradores isolados do
restante da sociedade. Estes também conduziram dezenas de milhares de
trabalhadores a lutas que acabaram em derrota e desmoralização.
Havia ainda outros que acreditavam que os trabalhadores podiam alcançar
seus objetivos através da ação econômica. Na Inglaterra, em 1842, a
primeira grande greve geral da história, aconteceu nas áreas industriais do
norte, com dezenas de milhares de trabalhadores parando por quatro
semanas até serem forçados a retornar ao trabalho devido à fome e
privações.
Foi no final do primeiro estágio de lutas derrotadas dos trabalhadores, em
1848, que o socialista alemão, Karl Marx, expôs o conjunto de suas idéias em
seu panfleto O Manifesto Comunista.
Suas idéias não saíram do nada. Elas tentavam proporcionar uma base para
lidar com todas as questões que tinham sido levantadas pelo movimento dos
trabalhadores da época.
As idéias que Marx desenvolveu são relevantes ainda hoje. É estupidez dizer,
como fazem algumas pessoas, que elas estão ultrapassadas porque foram
escritas 130 anos atrás. Na verdade, todas as noções de sociedade com que
Marx discute estão ainda largamente presentes. Os cartistas discutiam
"força moral" ou "força física", e os socialistas de hoje discutem a "via
parlamentar" ou a "via revolucionária". Entre aqueles que são revolucionários
a discussão entre posições contrárias ou favoráveis ao terrorismo está tão
viva hoje, como estava em 1848.
enviado a mim por AZRAEL .e repasso para o blog
Conforme o movimento iniciado após o fina da 2° guerra mundial,que buscava novos caminhos para a humanidade, o mesmo ocorreu com a doutrina cristã, inclusive com a Igreja Catolica Apostolica Romana, onde surgiram muitas linhas teologicas, que nada mais são que uma forma de se analisar a revelação cristã de "Deus".
Eis alguns exemplos das teologias em voga:
Linhas Teológicas

Teologia Católica Romana:
A Teologia Católica está estribada em um tripé - A Bíblia, incluindo os apócrifos; A Tradição e o ensino dos Pais da Igreja e a autoridade Papal, ex cathedra, onde o Papa decide questões doutrinárias e morais. Com esse tripé teológico a Igreja Católica concatenou novas doutrinas, sem criar constrangimentos por tais doutrinas estarem além ou aquém da Bíblia. A Bíblia tem um papel secundário em detrimento da própria Igreja que é superior a qualquer outra fonte de autoridade eclesiástica. Essa conjuntura ideológica da cosmovisão teológica gerou os sete sacramentos: batismo, crisma ou confirmação, penitência, eucaristia ou missa, matrimônio, unção de enfermos ou extrema-unção e santas ordens. Segundo o catecismo de 1994, "a Igreja afirma que para os crentes os sacramentos da nova aliança são necessários à salvação." Os sete sacramentos são nada menos que uma séria de boas obras que os católicos crêem que precisam fazer para alcançar a salvação. (A deterioração da doutrina católica iniciou-se por volta de século IV).

Teologia Natural
A Teologia Natural Baseia-se somente na razão em detrimento da fé e a iluminação do Espírito Santo e seu mover. Os atributos de Deus são aqueles comuns a todos os indivíduos, ou seja, criação, raciocínio lógico, etc... O conhecimento de Deus é obtido pelo relacionamento com o universo por meio da reflexão racional, sem se voltar a vaticínios e meios sobrenaturais.

Teologia Luterana
Sola Escriptura - Somente a Bíblia, Sola Gratia - Somente a Graça e Sola Fide - Somente a Fé formam o fundamento da Teologia Luterana. A Bíblia é a bandeira pela qual o exército de Cristo deve marchar, Ela não fala apenas de Deus, mas é a própria Palavra de Deus. O centro das escrituras é o Cristo revelado a humanidade. Na questão salvífica o indivíduo em nada contribui, sendo destituído do livre-arbítrio, Deus é a causa eficiente da obra redentora. (Século XVI)

Teologia Anabatista
A Teologia Anabatista preconizou o batismo somente para adultos, testificando assim o rompimento do cristão em relação ao mundo e o seu comprometimento em obedecer a Jesus Cristo. Opunham-se ao controle da religião pelo o estado e nutriam um enorme zelo missionário. Devido a maneira pragmática como viam a vida não deram ênfase aos estudos teológicos sistemáticos.

Teologia Reformada
Como na Teologia Luterana, a Teologia Reformada tem como principal bandeira "sola scriptura". A Bíblia é a Palavra de Deus e isenta de erros. Deus é soberano sobre todas as coisas, tudo está sob o domínio de Deus, como criador e soberano de universo Ele não pode ser limitado por nada. Deus predestinou um certo número de criaturas caídas para serem reconciliadas com Ele mesmo. A salvação pode ser resumida nos cinco pontos do Calvinismo: Depravação Total, Eleição Incondicional, Expiação Limitada, Graça Irreversível e Perseverança dos Santos. (adaptado, 01)

Teologia Arminiana
A Teologia Arminiana divergiu do calvinismo, argumentando que os benefícios da graça são oferecidos a todos, em oposição ao princípio calvinista da condenação predestinada. A ênfase desta Teologia gira em torno da presciência divina, da responsabilidade e livre arbítrio do indivíduo e do poder da Graça capacitadora de Deus.

Teologia Wesleyana
A Teologia Wesleyana era praticamente de cunho arminiana, embora a principal doutrina destacada por Wesley fosse a da justificação pela fé através de uma experiência súbita de conversão. Também se destacava a doutrina da perfeição cristã ou do perfeito amor, segundo a qual era possível a perfeição cristã absoluta ainda nesta vida... Wesley deixou claro que não propunha a perfeição sem pecado nem a perfeição infalível, mas, antes, a possibilidade da santidade no coração (03).

Teologia Liberal
A Teologia Liberal é recheada por convicções contemporâneas de novas ideologias filosóficas e culturais. A humanidade não é pecadora e nem caída por natureza, não precisa de uma conversão pessoal, apenas o aperfeiçoamento sociológico. Jesus não sofreu vicariamente na cruz, ele não é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, nem Deus, mas simplesmente um representante de Deus, um modelo a ser seguido. A Teologia Liberal segue a visão unitária da pessoa de Deus, Jesus estava cheio de Deus, mas nunca foi Deus. O Espírito Santo é simplesmente a atividade de Deus no Mundo. Os registros bíblicos são falíveis.

Teologia Existencial
Os teólogos existenciais explicam tudo o que é sobrenatural como sendo um mito. Deus atua no mundo como se não existisse, e não se pode conhecê-lo de nenhum modo objetivo. A Trindade, os milagres de Jesus Cristo e sua historicidade, o Velho e o Novo Testamento, as atuações do Espírito Santo, tudo isso, não passam de mitologia religiosa, sendo que pouco se aproveita como conteúdo histórico fidedigno. Encontrar o nosso verdadeiro eu e desmistificar a Bíblia é a maneira pela qual a humanidade poderá ser salva.

Teologia Neo-Ortodoxa
Essa teologia foi uma reação contra a concepção liberal implantada no final do século XIX e houve a tentativa de preservar a essência da teologia da Reforma ao mesmo tempo em que se adaptava a questões contemporâneas. Deus não pode ser conhecido por doutrinas objetivas, mas por meio de uma experiência de revelação. O Cristo importante é aquele experimentado pelo indivíduo, o Cristo bíblico não teve um nascimento virginal. A Bíblia apenas contém a Palavra de Deus, sendo humana e falível. O relato da criação não passa de um mito. Não existe nenhum pecado herdado de Adão, o homem peca por concepção, e não por causa da sua natureza. O inferno e o castigo eterno não são realidades. (adaptado, 01)

Teologia da libertação
A experiência cotidiana das comunidades cristãs latino-americanas que combatem as injustiças econômicas, sociais, culturais e políticas, está na origem da chamada teologia da libertação. A teologia da libertação constitui uma nova interpretação da mensagem evangélica, à luz da injustiça social. Apesar do nome, não é propriamente uma teologia, no sentido de reflexão sobre Deus. Suas raízes podem ser encontradas no movimento denominado teologia política, surgido na Europa na década de 1970, depois que o Concílio Vaticano II (1962-1965), examinou o problema das relações entre a igreja e o mundo moderno. A característica mais inovadora do movimento foi encarar os problemas políticos como base para a interpretação dos textos bíblicos... A mensagem de salvação é interpretada à luz das mazelas sociais de que o homem precisa ser libertado. Ao narrar a libertação dos hebreus do cativeiro no Egito e sua marcha para a Terra Prometida, o Êxodo é a imagem bíblica da mensagem da salvação, e a história sagrada não é algo distinto da história da humanidade ou superposto a ela, mas sim a intervenção de Deus. Um outro elemento importante da teologia da libertação é o método de análise marxista (02).