Postado por Kamadon
O jogador deste jogo é um só, não tem oponente. É o todo que se fragmenta em muitos. Desce aos níveis mais densos para experimentar a sombra de si mesmo e depois volta para casa ao encontro da sua própria face.
Para isso veste o manto do esquecimento, vem ao palco da existência brincar de ser muitos e em cada um animar uma aparência. Transmutado de humano cria o tempo e espaço, mas nunca deixa de ser só o Agora. Não percebe o truque que cria para si e se estende no tempo na conquista de uma individualidade que se sobressaia sobre as outras faces de si mesmo.
Ao criar as regras, perde-as, desconhece que o objetivo é deixar de ser individualidade, e por isso vive no sofrimento ao desejar para si um ilusório mundo de prazeres e alegrias infinitas.
Superar as dificuldades do jogo só se conquista no desfazimento de seus desejos, herdados ao entrar no tabuleiro da existência e valorizados pela relação com as múltiplas facetas de si mesmo. Passa de fase cada vez que perde as batalhas da valorização da sua individualidade e percebe a integração e conectividade de tudo em todos.
Cada parte deste múltiplo tem seu campo de atuação, nenhum humano pode ver o campo de atuação do outro, por isso cada um vive em um mundo próprio, e todas as outras impressões que podemos ter só podem ser interpretadas com nossa capacidade de compreensão. O mundo alheio é fechado as nossas percepções, estamos sós e seremos sempre sós, o que este jogo ensina é recuperar o amor perdido que perdemos dentro de nós e procuramos fora em forma de paixão.
Ganha quem perde, ama quem se desapaixona pelo externo, vive quem morre para esta vida.
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