Postado por Kamadon
RETIRADO DO ESTUDO UNIDADE – CAP. 01 – VERS.10
10. Eu sou este Um onipresente, ilimitado pelo espaço: como posso ver o Atma (Eu) manifesto ou imanifesto?
Você é Um com Deus. Como pode, então, sendo já espiritual, uno, criar dualidades e viver o dual? Este tem sido o tema constante de todo nosso estudo e estamos conversando sobre este aspecto ao longo de todo trabalho.
Agora, continuando nossa conversa que é presidida por Dattatreya através dos seus ensinamentos, entres os dualismos, o mestre nos fala da manifestação espiritual. Vamos abordar este assunto.
O que é para o ser humanizado uma manifestação do espiritual? A palavra manifestar nos leva a entender que para o ser humanizado a manifestação espiritual acontece quando ele, através dos sentidos do corpo, percebe algo espiritual, não material. Enquanto esta percepção não existir, o espiritual estará, então, não manifesto.
Ocorre, porém, que como já vimos, todas as percepções são analisados pelo ego que determina um valor para aquilo que é percebido. Portanto, manifestação espiritual seria o conhecimento do espiritual pela lógica utilizada pelo ego.
Portanto, hoje, a ‘manifestação espiritual’ para os seres humanizados ocorre quando se ‘compreende’ o que está acontecendo e a não manifestação quando o ego não pode criar realidades para as coisas espirituais.
Este procedimento, no entanto, é, mesmo pelos padrões terrenos ilógico. Como pode os seres humanizados, que apenas percebem o reflexo das coisas espirituais, quererem definir aquilo que não conhece? Como Salomão também já nos ensinou neste trabalho, ninguém pode fazer contas quando faltam os números – Eclesiastes – Capítulo 1 – Versículo 15.
Aquele que consegue alcançar a evolução espiritual não manifesta ou mundo espiritual, ou seja, não busca compreender as coisas espirituais através do conhecimento humano. Ele não tenta entender as coisas do Universo comparando-as com as terrestres porque sabe que estas são apenas reflexos daquelas e não vice-versa. Mas, também não busca entender as coisas espirituais pela própria realidade delas, porque sabe que lhe faltam conhecimentos para tanto.
Vamos dar um exemplo. Em “O Livro dos Espíritos” existe a seguinte pergunta (27 a): “Esse fluido será o que designamos pelo nome de eletricidade? Dissemos que ele é suscetível de inúmeras combinações. O que chamais fluído elétrico, fluído magnético, são modificações do fluído universal, que não é propriamente falando, senão matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode considerar independente”.
O Espírito da Verdade estava falando do fluído cósmico universal, do elemento básico do universo. Kardec, para querer entender materialmente (manifestar) este elemento universal o comparou à eletricidade, que era, à época, a maior descoberta no campo energético. O Espírito da Verdade, então, mostra que o fluído elétrico é uma miragem, um reflexo do fluído universal.
Apesar deste ensinamento, até hoje existem seres humanizados que querem dizer o que é a energia universal. Em seus raciocínios iludidos criam formas para estas energias e lutam entre si para dizer que a forma que ele vê e conhece é a certa e não a do próximo. Este é o mundo espiritual dualista que não deixa o ser alcançar a Unidade.
“Existe um fluído cósmico universal? Deve existir, não sei. Como ele é? Não faço a mínima idéia”. Esta é a forma de ‘viver’ daquele que consegue a Unidade com Deus, com o Atma, com o Universo.
Este ser já é Um, mesmo que não saiba definir materialmente a que está unido. Ele vive a Unidade mesmo sem entender com que: não está em busca de se unir a nada.
Neste ensinamento está contido um ponto importante da elevação espiritual que estamos conversando há muito tempo. O espírito que encarna no mundo de provas e expiações é simples e pronto, ou seja, ele é puro e possui todo conhecimento.
Deus não poderia criar ninguém ‘capenga’, ‘idiota’. Você já é tudo o que poderia ser e já tem dentro de você tudo o que pode conhecer. Não consegue acessar a estas informações porque está preso nas ilusões, no maya, no conhecimento material.
Isto ocorre porque você não se assume como espírito que é e vive a ilusão, o maya, de ser um ser humano. Você não assume que é simplesmente uma gota d’água no oceano, mas quer ser o próprio oceano.
Na hora que você compreender isto, ao invés de lutar para ser alguma coisa (compreender o mundo), lutará para deixar de ser o que imagina ser. Neste momento vai encontrar tudo o que precisa dentro de você mesmo.
Este lutar para ser o que você já é que eu falo trata-se do fim da compreensão de qualquer coisa seja ela material ou espiritual. É você se entregar ao universo sem determinar valores para ele. Para isto é preciso jogar fora tudo que sabe para surgir de aquilo que você já é.
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