Postado por Kamadon
“062. Disse Jesus: eu conto meu segredo aos que forem dignos do meu segredo. O que tua mão direita fizer, não deixes que a esquerda saiba”.
“eu conto meu segredo aos que forem dignos do meu segredo”
Jesus é nosso irmão maior e compreende perfeitamente a existência espiritual: agir com igualdade entre todos, objetivando a evolução.
Jesus não poderia escolher pessoas para repassar seus ensinamentos ou ainda colocar pré-requisitos para aqueles que fossem receber. Por este motivo, a frase acima não pode conter uma escolha pessoal de Jesus, mas sim uma disposição do ouvinte para receber o segredo do Mestre.
Jesus ensina a todos, mas é preciso que o espírito seja digno para conhecer seus ensinamentos, ou seja, é preciso que o espírito se reconheça como tal para compreendê-los. Jesus não ensinou o espírito a viver como ser humano, mas sim a compreender a vida material sob os aspectos espirituais.
Para se entender o que Jesus ensina, é preciso buscar a elevação espiritual e não o sucesso material. Aquele que tiver esta predisposição entenderá as mensagens do Mestre.
“O que tua mão direita fizer, não deixes que a esquerda saiba”
Jesus ensinou que “fora da caridade não há salvação”, ou seja, sem este objetivo nos atos da vida material não existe elevação espiritual. Fazer a caridade é ajudar e apoiar os irmãos em evolução. Desta forma, o ensinamento do Mestre nos diz que se a vida material não for vivida com o sentido de ajudar e apoiar os outros, não existirão conquistas espirituais.
Esta ajuda e apoio, no entanto, não deve se refletir apenas na caridade material, ou seja, dar coisas materiais. Quando Jesus nos afirma que fora da caridade não existe salvação, está utilizando o sentido amplo da palavra.
Aquele que critica, julga, acusa seus irmãos não é caridoso. A caridade deve passar pela “doação da razão” que aprendemos na logia 60. Agir com caridade é praticar a doação moral.
Quem acha que possui outro ser humano não é caridoso. Amar não significa possuir, mas sim se sentir igual ao outro.
Para amar de verdade outro espírito, é necessário que se pratique a caridade sentimental, ou seja, doar a cada um o direito de fazer o que quiser. Aquele que ama de verdade não sente ciúmes nem controla os passos do seu ente querido, pois doa a ele o direito de ser livre.
Porém, Jesus nos coloca mais uma condição para qualquer caridade: não deixar que os outros saibam desta ajuda. O auxílio deve sempre ser praticado de forma a não expor a necessidade do irmão aos outros para não humilhá-lo. Para viver desta forma, o espírito na carne precisa levantar as “quatro âncoras” que o aprisionam.
Estas “quatro âncoras” são os sentimentos que o espírito busca para si. Esses sentimentos provocam a notoriedade material, mas impedem a evolução espiritual.
São elas as quatro âncoras:
ganho ou perda
prazer ou desprazer
elogio ou crítica
fama ou infâmia.
A utilização destes sentimentos nos atos (caridade) levam o espírito à busca do sucesso material e impedem o seu avanço espiritual.
Em qualquer atitude que tome, o ser humano busca “ganhar” algo e tem medo de “perder” algo. Não se está falando só de bens materiais, mas também de bens morais e sentimentais.
Aquele que pratica a caridade não deve nunca se preocupar com o que irá receber em troca do seu gesto, mesmo que esta preocupação não esteja vinculada a um “ganho”. Aquele que pratica a caridade não pode esperar por um “obrigado” ou mesmo uma demonstração de agradecimento pelo ato.
O espírito espera ganhar o elogio que lhe concede fama e traz prazer. Se, no entanto, esse elogio não vem, o espírito se sente difamado com a crítica, o que lhe causa desprazer. Isto tudo porque imagina que fez a caridade em vão, ou seja, “perdeu”.
Quem se preocupa com a reação do irmão que está sendo ajudado é porque não compreende que Deus a tudo vê. Aquele que reconhece a presença de Deus constantemente não precisa receber elogios na vida material, pois sabe que estará recebendo na espiritual. Esperar receber qualquer coisa em troca (elogio) para poder sentir-se feliz (prazer) é buscar o sucesso material (fama) e não o espiritual.
Ganho ou Perda
O sentimento de “ganhar” algo vem da necessidade que o ser humano tem de “possuir” as coisas. Apenas aquilo que o ser humano consegue captar com os sentidos do corpo (ver, ouvir, pegar e sentir sabor, cheiro) é que tem valia para ele. Isto é possuir as coisas.
Quem age assim não compreende que já é dono de tudo, pois é filho do Dono. É a herança que o Pai concede ao filho que determina que ele já é o dono de tudo.
O espírito dentro da evolução “provas e expiações” (maioria dos encarnados e desencarnados do planeta Terra) precisa aprender o “ofício” para que o Pai possa lhe conceder o direito de comandar a “propriedade”. Quando aprender corretamente, não mais o espírito tentará fazer sozinho, mas sempre perguntará ao Pai como fazer, ou seja, buscará a Sua vontade.
Foi o que nos ensinou Paulo na Carta aos Gálatas:
“Quero dizer o seguinte: o filho que vai herdar a propriedade do pai é tratado como empregado enquanto é menor de idade, ainda que seja de fato o dono de tudo. Enquanto é menor, há pessoas que cuidam dele e dirigem os seus negócios até o tempo determinado pelo pai. Assim também nós, antes de ficarmos adultos espiritualmente, fomos escravos dos poderes espirituais que dominam o mundo” (4,1).
A posse de bens (materiais, morais ou sentimentais) é dada ao espírito em evolução como prova para que ele aceite os ensinamentos do Pai, ou seja, não queira comandar o seu próprio destino.
O medo de perder ou a busca por possuir é feita por aquele que não sabe que está aprendendo com o Pai a “viver” (ofício) espiritualmente. Precisa “possuir” para satisfazer-se.
Prazer ou Desprazer
Quando um ser humano busca o seu prazer, normalmente causa desprazer a alguém. Para que um ser humano sinta prazer é necessário que os seus conceitos sejam satisfeitos. No entanto, não existem duas pessoas que possuam o mesmo conjunto de conceitos. Desta forma, alguém sempre será descontentado para que alguém fique contente.
Para elevar-se espiritualmente o espírito necessita sentir felicidade a todo o momento, ou seja, escolher este sentimento para reagir aos acontecimentos da vida. Isto é demonstrar a fé em Deus. Aquele que busca a sua satisfação ou tem medo de ser insatisfeito não reconhece Deus como Causa Primária das coisas, ou seja, não O ama acima de todas as coisas.
Elogio ou Crítica
O instrumento que leva o ser humano ao prazer é ganhar um elogio. Quando o elogio não vem, o ser humano imagina que seu ato não foi aprovado, ou seja, ele foi criticado. Aquele que possui as coisas precisa receber um reconhecimento material do seu trabalho.
Porém, de nada adianta sermos reconhecidos por outros seres humanos, ou seja, por espíritos que ainda possuem conceitos. Este elogio ou crítica será baseado exclusivamente nos conceitos e não em verdades universais.
O real reconhecimento que um espírito espera é Daquele que conhece todas as coisas: Deus. Este reconhecimento, no entanto, não vêm através de elogios, mas sempre em forma de novas chances de aprendizado.
O elogio de Deus não se reflete em dar mais coisas para o espírito possuir (materiais, morais ou sentimentais), mas sim na evolução espiritual. Quando o filho do Dono trabalha bem, ele recebe mais serviços para executar. É da comprovação desta verdade silenciosa que o filho retira a sua felicidade universal que acaba com o prazer material.
Fama ou Infâmia
O ser humano procura ganhar para, além da satisfação, ser apontado como superior (fama). Quando isto não acontece, sente-se difamado, ou seja, inferiorizado aos outros. A fama, sucesso material, é, portanto, a busca da superioridade.
O espírito não pode buscar a fama entre os seus iguais, pois sabe que desta forma não estará agindo com o amor universal. Só agindo com o amor universal o espírito pode elevar-se.
O espírito deve viver para Deus e por Ele para auxiliar seus irmãos. Por isto, quando pratica a caridade compreende que nada teria feito sem o auxílio Dele e sabe que o único que merece o elogio que leva à fama é o Pai. Quando o espírito assim age todos ganham e vivem na felicidade universal dada por Deus.
domingo, 29 de agosto de 2010
"A distância entre você e Deus.."
Postado por Kamadon
Como eu sei o quanto estou próximo de Deus?"
Então queria deixar um texto falando desse assunto (chega de folga.. rs) pra podermos refletir um pouco.
O quanto estou próximo de Deus/Força/Universo/Todo/Uno/Eu Supremo/Chuck Norris/Whatever??
Bom, a resposta que veio é bem simples, e lógica.
O que define a distância entre você e Deus é a quantidade de coisas que você enxerga antes de enxergar Deus.
Assim como para haver distância entre dois pontos, é preciso haver algo entre esses dois pontos, nem que seja um espaço vazio.
Aí veio a pergunta: Mas o que é Deus?
E logo alguém respondeu: Deus é tudo.
Então se Deus é tudo, como posso estar mais perto ou mais longe de Deus?
Se prestarem atenção, não é disso que se trata a resposta.. não estou falando de distância física.. a proximidade com Deus se dá no seu íntimo, porque ele sabe que está o tempo todo com você.. mas você não sabe. Então a única coisa a se fazer é tomar consciência do Tudo que Deus é.
Todos estamos em Deus, e só há Deus a ser enxergado..
Então porque é tão difícil enxergar Deus?
Porque você acha que existe um carro, uma casa, um vizinho, um chefe, uma rua, um planeta, um problema, uma doença, etc..
Antes disso deram um exemplo de um tapa na cara, se for intencional, ou se for pra outra pessoa acordar, e que entre esses dois exemplos havia uma diferença.
Não, não há diferença.. os dois motivos possuem objetivos particulares, tanto se eu quiser agredir, quanto se eu quiser fazer com que o outro se sinta bem.. ambos são demonstração de desejo. Enxergar Deus é saber que não houve tapa algum.. não existe agressor, não existe agredido..
Deus fez uma coisa de Deus, nele mesmo! Espírito nem tem mão, como que ele poderia ser responsável por um tapa? Só de você dizer tapa, já diz que existe uma coisa que não é Deus.
Então precisamos tirar o tapa, o agressor e o agredido da frente de Deus, para que possamos enxergá-lo.
Não dêem prioridade às aparências ilusórias, enxerguem primeiro a Deus, e depois o que ele quiser que você enxergue.
E um recado especial pra um amigo..
meu querido... rs
O que define com que uma informação seja uma verdade, é o apego que alguém possa ter à essa informação..
Se uma pessoa não tem apego às suas próprias informações, qual o problema de ela trocar de informações?
Assumir uma postura de: essa é a minha verdade, e essa é a sua.. é uma postura de defesa.. de alguém que ainda é escravo das suas informações, e está deixando bem claro que não quer "misturar" as coisas (o que é meu é meu, e o que é seu é seu!).
Existe a indivualidade, eu e você, mas não existe o individualismo "eu" para possuir algo, e nem "você" para possuir algo.
Se você assume que há um individualismo, está declarando que essa individualidade é responsável por tudo o que ela faz, e que tudo o que vem dela é propriedade e responsabilidade dela.
Neste momento você acaba de colocar um "eu" (meu/minha) e um "você" (seu/sua) entre você e Deus, e deixou de enxergá-lo.
Abraço à Todos!!
__._,_.___
Como eu sei o quanto estou próximo de Deus?"
Então queria deixar um texto falando desse assunto (chega de folga.. rs) pra podermos refletir um pouco.
O quanto estou próximo de Deus/Força/Universo/Todo/Uno/Eu Supremo/Chuck Norris/Whatever??
Bom, a resposta que veio é bem simples, e lógica.
O que define a distância entre você e Deus é a quantidade de coisas que você enxerga antes de enxergar Deus.
Assim como para haver distância entre dois pontos, é preciso haver algo entre esses dois pontos, nem que seja um espaço vazio.
Aí veio a pergunta: Mas o que é Deus?
E logo alguém respondeu: Deus é tudo.
Então se Deus é tudo, como posso estar mais perto ou mais longe de Deus?
Se prestarem atenção, não é disso que se trata a resposta.. não estou falando de distância física.. a proximidade com Deus se dá no seu íntimo, porque ele sabe que está o tempo todo com você.. mas você não sabe. Então a única coisa a se fazer é tomar consciência do Tudo que Deus é.
Todos estamos em Deus, e só há Deus a ser enxergado..
Então porque é tão difícil enxergar Deus?
Porque você acha que existe um carro, uma casa, um vizinho, um chefe, uma rua, um planeta, um problema, uma doença, etc..
Antes disso deram um exemplo de um tapa na cara, se for intencional, ou se for pra outra pessoa acordar, e que entre esses dois exemplos havia uma diferença.
Não, não há diferença.. os dois motivos possuem objetivos particulares, tanto se eu quiser agredir, quanto se eu quiser fazer com que o outro se sinta bem.. ambos são demonstração de desejo. Enxergar Deus é saber que não houve tapa algum.. não existe agressor, não existe agredido..
Deus fez uma coisa de Deus, nele mesmo! Espírito nem tem mão, como que ele poderia ser responsável por um tapa? Só de você dizer tapa, já diz que existe uma coisa que não é Deus.
Então precisamos tirar o tapa, o agressor e o agredido da frente de Deus, para que possamos enxergá-lo.
Não dêem prioridade às aparências ilusórias, enxerguem primeiro a Deus, e depois o que ele quiser que você enxergue.
E um recado especial pra um amigo..
meu querido... rs
O que define com que uma informação seja uma verdade, é o apego que alguém possa ter à essa informação..
Se uma pessoa não tem apego às suas próprias informações, qual o problema de ela trocar de informações?
Assumir uma postura de: essa é a minha verdade, e essa é a sua.. é uma postura de defesa.. de alguém que ainda é escravo das suas informações, e está deixando bem claro que não quer "misturar" as coisas (o que é meu é meu, e o que é seu é seu!).
Existe a indivualidade, eu e você, mas não existe o individualismo "eu" para possuir algo, e nem "você" para possuir algo.
Se você assume que há um individualismo, está declarando que essa individualidade é responsável por tudo o que ela faz, e que tudo o que vem dela é propriedade e responsabilidade dela.
Neste momento você acaba de colocar um "eu" (meu/minha) e um "você" (seu/sua) entre você e Deus, e deixou de enxergá-lo.
Abraço à Todos!!
__._,_.___
"Ayahuasca e a dimensão da verdade - Canalização Metatron"
Postado por Kamadon
ALPHA & ÔMEGA -
A DIMENSÃO DA VERDADE
Uma mensagem de Metatron canalizada por James Tyberonn em agosto de 2010
As "viagens" através de plantas têm sido usadas durante milênios pelas Escolas de Mistérios e pelas culturas indígenas em Cerimônias Sagradas. A informação aqui apresentada foi canalizada em resposta a muitas perguntas que temos recebido nos últimos três anos, relacionadas com o uso de plantas medicinais sagradas nas chamadas “Viagens Xamânicas”. O texto abaixo é apresentado como uma informação rica e um exame de um assunto fascinante. É apresentado numa neutralidade objetiva, exatamente como foi transmitido. Não é nem uma aprovação nem uma rejeição a tais modalidades, que dependem do discernimento e escolha individual.
Tyberonn
Saudações, Mestres! Saudamos cada um de vocês, neste momento, com Amor Incondicional.
Mestres, a Grande Cruz Cardinal é um momento de grande despertar e transformação no plano da Terra. A Terra e todos os seus reinos estão em transição para uma consciência cada vez maior. A vida está avançando em massa.
Realmente lhes dizemos que existe vida ainda maior circulando pelo seu planeta e acima dele, nesta fase. Isto se deve à intensidade da Grande Cruz e vai além dessa intensidade. É uma consciência energética que deseja se introduzir no seu campo de consciência coletiva. É luz de natureza sublime. Não tem lógica, não mantém uma visão, não é a luz da promessa, mas é a luz do bem-estar. E diremos a cada um de vocês: se permitir que esta luz entre na sua esfera de influência, no seu campo de consciência, você se sentirá mais leve de espírito, quase imediatamente, e isto só é conseguido através da intenção.
A humanidade busca a promessa e se esforça para atingir a luz, e isto é necessário. Entretanto, poucas pessoas na senda trabalham para introduzir o bem-estar e a saúde. Nós lhes dizemos que isto alegraria o seu caminho, suavizaria a sua jornada.
Pois, oculto nas ondas da Grande Cruz, há um brilho sutil de bem-estar e saúde que agora está mais disponível para a humanidade. Você pode solicitá-lo e utilizar-se dele, mas VOCÊ deve invocá-lo e tornar-se ele. Procure e encontrará. Você deve se comprometer internamente com a luz da verdade da saúde e bem-estar. Porque, ao buscar maior conhecimento, as pessoas nem sempre procuram ou escolhem incluir saúde, bem-estar e auto-estima, mas é sinergicamente necessário fazer isto para se alcançar a vibração cristalina. Essas qualidades são gratuitas e todos se beneficiariam com elas.
E assim, vamos começar nosso tema…
REINOS CONSCIENTES DA TERRA
O Reino Humano da Terra é o mais consciente de todos os Reinos Terrenos. Entretanto, neste momento, a humanidade ainda tem pouca percepção de toda a sua consciência. A própria Terra é uma Consciência Celestial e sustenta muitas formas de consciências sencientes, dentro e fora dela. Mesmo sem a consciência da humanidade, a Terra Senciente é um ser consciente em desenvolvimento que, em muitos aspectos, tem uma percepção muito mais completa da humanidade e do Cosmos, do que a própria humanidade, neste momento. Como a Terra alimenta e provê a matriz da experiência terrestre, tanto linear quanto não linear, a humanidade tende a pensar que a Terra é uma Energia Feminina. Na verdade, ela não é nenhuma das duas e é ambas, assim como VOCÊS.
A Terra abriga muitos Reinos e Sub-Reinos que mantêm relacionamento simbiótico uns com os outros e certamente com a Espécie Humana e a Terra Unificada. Entre estes estão o Reino Mineral, o Reino Vegetal e o Reino Animal. Cada um deles é senciente também, mas a humanidade se esqueceu quase totalmente de como usar a capacidade de se comunicar com eles e de receber a sabedoria e o apoio que cada um deles oferece.
SABEDORIA DAS PLANTAS
Então nos foi pedido para falar sobre os sagrados professores do Reino Vegetal, pois eles oferecem uma perspectiva exclusiva para aqueles que desejam experienciar a sabedoria que prevalecia nas Escolas de Alquimia da antiguidade.
É apenas uma modalidade de introspecção intensa. E sem aprovação nem condenação, nós lhes dizemos que é uma das muitas escolhas individualmente reconhecidas que podem levar a uma conscientização maior. Mas de fato é um caminho que está disponível para os poucos que verdadeiramente desejam ingressar na sua dimensão da verdade. É um cadinho de amplificação dentro de uma justaposição daquilo que é chamado de Alpha e Ômega.
Queridos, o Reino Vegetal tem uma capacidade singular de interagir com a humanidade, que é muito especializada, porque ele tem a habilidade de trabalhar diretamente no campo mental, de uma forma bem diferente da do Reino Mineral.
Os Reinos Mineral e Vegetal podem interagir de inúmeras formas, abrindo energias áuricas, mantendo espaço para comunicação e multidimensionalidade, entretanto apenas o Reino Vegetal Sagrado tem a capacidade de entrar no corpo físico através da corrente sanguínea. Isto altera a frequência das ondas cerebrais de uma forma que permite que a consciência primária penetre o ultravioleta da paisagem onírica subconsciente em estado lúcido, desprovida da narrativa objetiva do ego-personalidade.
AÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS
O Reino Vegetal oferece qualidades medicinais que nenhum outro Reino da Terra pode oferecer da mesma maneira. As plantas podem afetar a pressão da corrente sanguínea do ser humano, tanto elevando-a quanto abaixando-a. Certas ervas podem elevar suas emoções e estado de espírito. Outras são capazes de regular os hemisférios do cérebro humano e, assim fazendo, conseguem modular o modo do indivíduo se relacionar com sua essência maior, com os aspectos inconscientes da mente multidimensional.
Sociedades indígenas campestres sabiam disto há milênios, assim como as Sociedades Místicas dos egípcios, lemurianos e atlantes. Eles sabiam, através da comunicação direta, que certas plantas eram capazes de alterar as ondas de pensamento, os próprios padrões de ressonância do cérebro. E assim portais normalmente difíceis de se ingressar, se abriam através da aliança com as chamadas plantas medicinais sagradas.
Deste modo, eles aprenderam que quando as ondas cerebrais são alteradas, os pensamentos também o são, e conforme os pensamentos são alterados, a consciência pode expandir ou contrair sua percepção das realidades. É como se os hemisférios do cérebro pudessem ser trocados de lado e vistos a partir de uma lente de percepção diferente.
Nesta lente especial, os conteúdos do cérebro humano mudam e podem ser vistos em percepções que se expandem em meios que estão acima do alinhamento linear do espaço e do tempo. Neste efeito, uma percepção aguçada, muito além da média, torna-se possível e provável.
PORTAS DE PERCEPÇÃO
Assim se abrem portas para outra dimensão de percepção, para outras realidades e aspectos singulares da mente, podendo permitir grandes visões de transição e arroubos de criatividade e entendimento, muitas vezes permitindo que “bloqueios de energia” profundamente incorporados sejam confrontados e liberados.
Então diremos que, em graus variados, as plantas psicoativas podem ser de grande ajuda, variando de acordo com a energia e o coeficiente de luz do indivíduo. Para alguns, elas são de valor imensurável, enquanto para outros não o são. É uma questão de prontidão, de sistema de crença, e de escolha e discernimento do indivíduo.
PERGUNTA PARA METATRON: Há alguns anos atrás, tomei ayahuasca e parece que atravessei muitas dimensões. Pareceu-me que fiquei nesse lugar durante anos, embora tivessem sido apenas 5 a 6 horas do tempo linear. Você poderia esclarecer melhor o que aconteceu? Foi só uma experiência da mente?
METATRON: Foi ambos. Esta é uma das ervas mais sagradas e permite a entrada numa camada dimensional focal, que é a dimensão da Verdade. A essência e experiência são de uma viagem através de muitas dimensões, mas de fato é a mente que viaja, e viaja rapidamente! A Existência se move, mas apenas ligeiramente. Do mesmo modo que o céu parece mudar a cada noite, pouquinho a pouquinho, grau por grau, mas trazendo grandes mudanças ao plano da Terra, assim também a dimensão da ayahuasca traz uma ampla expansão da percepção, mas faz isto numa camada dimensional, que é a dimensão sagrada da Verdade.
Querido, de fato você esteve num lugar acima do tempo linear, e a revisão da vida que você vivenciou realmente passou por 40 anos de experiência. Você estava bem ciente disto, e isto fez parte da grande alegria que você sentiu ao re-entrar no seu corpo físico – o conhecimento de que podia trazer os aprendizados e lições, profundamente gravados, para esta encarnação, para a sua experiência presente ainda inacabada. Esta é a dádiva da jornada desta planta.
Ela leva a pessoa para a dimensão da sua Verdade individual consolidada, em associação com a sua vida e com tudo que se relaciona com ela. Em outras palavras, tudo o que se pode desejar obter, descobrir, esclarecer e aprender é mantido num único ponto de sustentação, nesta visão coagulada e única. É o Alpha e o Ômega associados de modo excepcional numa dimensão complexa da Verdade, a qual é alinhada à própria frequência do indivíduo. Foi para aí que você viajou e é isto que se experiencia nesta jornada profunda.
É um encontro do eu, mas o eu total relacionado com a encarnação presente, entende? O que se encontra, então, é o resultado completo de quem você é e de quem você pode ser. Tudo o que é falso, tudo o que não lhe serve, tudo o que não está perfeito lhe é totalmente revelado detalhadamente. Tudo o que o separa da perfeição, dos mundos e realidades, é o que você deve encontrar. É por isto que a mais nobre das ervas é tão sagrada. O indivíduo se confronta consigo mesmo num cadinho de realidade. Isto é exemplificado pela serpente que consome sua própria cauda, e com isto queremos dizer que a totalidade da experiência da pessoa lhe é revelada numa visão purificadora.
PERGUNTA PARA METATRON: Na minha primeira experiência, tive uma revisão de vida e, na segunda, me encontrei com Professores. Você poderia explicar a diferença singular dessas experiências.
METATRON: Querido, como dissemos, na verdade, na sua primeira jornada, você teve o que os Cristãos se referem como “julgamento depois da vida”. Você reviu sua vida, como se estivesse no tempo real; e onde você tinha magoado outra pessoa, você sentiu essa mágoa da perspectiva dela, procurou liberar essa energia e conseguiu. Você fez o mesmo com quem o havia magoado, e a energia foi purgada, purificada. Você teve uma grande oportunidade de vivenciar o que a maioria dos seres humanos experiencia depois da morte física, uma revisão intensiva da sua vida. A dádiva imensurável é que, através dessa experiência, lhe foi dada a oportunidade de voltar à linearidade e fazer os ajustes.
Deste modo, a primeira experiência possibilitou a segunda. E lhe diremos que foram abertas portas que permanecem abertas, e a sua Existência está em muito maior claridade. Pois o que não lhe servia – o que vocês chamam de experiência negativa – foi liberado em uma noite. Se não fosse assim, isto poderia ter levado muitas vidas.
A purificação foi apropriada na primeira experiência, era o que se fazia necessário na sua verdade frequencial. Do mesmo modo, na segunda, o que você buscava eram os professores, e professores que fossem apropriados à sua expansão. Isto responde à sua pergunta?
JT: Sim, obrigado.
METATRON: Então, continuemos com esta discussão tão interessante.
Nós lhes diremos que geralmente a experiência humana está repleta de reações emocionais adversas às interações com a vida, causando certos bloqueios de energia nos corpos mental e emocional, que fecham as janelas da mente.
Certas plantas sagradas do gênero psicoativo, quando tomadas de forma cerimonial, sob a orientação de um facilitador experimentado, podem ajudar a reabrir essas portas e janelas. Uma vez abertas, elas raramente se fecham novamente, ou então se mantêm abertas por muito tempo, possibilitando saltos quânticos de consciência e paridade.
PORTAIS DA MENTE
Entretanto, as plantas que permitem a alucinação da mente podem ser muito benéficas para uns e menos para outros. Portanto, é imperativo que se possa navegar na perspectiva da experiência. Aquilo que vocês chamam de ilusão é, na verdade, um corredor, um portal de comunicação da mente com outras realidades e dimensões.
Por exemplo, como dissemos, os corredores abertos pela planta medicinal chamada ayahuasca podem levar o indivíduo a energias incorporadas não resolvidas, relativas a traumas desta vida ou de outras, oferecendo o caminho para a experiência. Deste modo, a questão atual ou de vidas passadas é claramente focalizada e as energias a ela associadas são revividas num aspecto da realidade atual, com a oportunidade de liberar o que precisa ser liberado para que a obstrução seja removida. Pode-se, inclusive, mudar o resultado ou terminar uma missão que não tinha sido completada na experiência anterior.
O FOCO CUMULATIVO
Desta forma, a mente é expandida para uma série de realidades do holograma multidimensional de tempo e não fica presa dentro de uma percepção única. Muitas coisas se tornam disponíveis naquilo que chamamos de dimensão focal, a dimensão da Verdade, no que se refere ao indivíduo.
Mas, estejam cientes de que força e especialmente sabedoria são necessárias para realizar essas liberações e finalizações. O simples acesso ao portal de expansão não significa necessariamente que vocês terão a chave que o abrirá ou a capacidade para navegar nas realidades por ele oferecidas. Um certo nível de intenção, vontade, coragem e coeficiente de luz são necessários para se estabelecer a sabedoria consciente e o lastro para navegar e manifestar estes resultados benéficos.
O REQUISITO DA PREPARAÇÃO
Força gera força, e sabedoria introduz sabedoria ainda maior, mas ambas exigem esforço e preparação. E é essencial entender que se deve entrar nesses reinos num estado de preparação e isento de medo. Pois quando se entra na realidade expandida de um modo casual, quando se entra com medo, este precisa ser superado, senão se experimentará uma amplificação desse medo. De fato, esta não é uma experiência de busca frívola e requer força, preparação e coragem.
Sem estes atributos, o indivíduo simplesmente alucina e experiencia apenas sonhos e pesadelos. Em alguns casos, não acontece nada. E, desta forma, volta-se de onde veio sem as recompensas disponíveis. A chave é que a vibração do buscador deve ser compatível com o propósito mais elevado da jornada. Essas plantas nunca foram destinadas à recreação ou ao entretenimento, entendem? Deve-se entrar em contato com elas como se estivesse entrando na mais santa das Catedrais, em reverência, respeito e com um propósito muito bem ponderado.
Se o indivíduo entrar no plano da realidade expandida sem preparação, encontrará uma experiência que não tem nenhum mérito compensador. O que se planta se colhe. Se nada for semeado em sagrada intenção, nada de valor será colhido. Assim é em todos os experimentos relacionados ao crescimento e á espiritualidade. E com intenção mais elevada, a capacidade de entrar sem medo é vital. Isto está entre os atributos exigidos na preparação, pois o medo é sempre a interferência vibracional de perturbação, uma frequência que não é harmônica com a experiência. Entendem?
Então, que fique bem entendido que realmente existe uma consciência senciente, da ordem mais elevada, disponível na experiência com ayahuasca, a qual atualmente é, de longe, a mais profunda de todas as plantas medicinais. É a que oferece o maior ganho e provê a frequência mais elevada para a sabedoria.
PROCESSO:
A ingestão conecta o buscador com a área ultravioleta da mente subconsciente. Assemelha-se, quanto ao processo, àquilo que pode ser chamado de experiência de “quase morte”. A consciência do ego deve “ir dormir” e o subconsciente se abre para um estado onírico lúcido, levando o indivíduo para a dimensão da Verdade. De fato ocorre uma religação que suavemente abre corredores para o estado mais amplo de consciência.
É um processo que permite que o buscador adiantado trate a imperfeição, reveja a perfeição e se confronte com toda a sua experiência, desde o nascimento até o presente, e então reinicie. Em essência, é um renascimento.
As antigas Escolas de Mistérios usavam este processo para os alunos adiantados. Seu efeito é semelhante ao do jejum de 5 dias, mas ocorre num tempo muito mais curto e geralmente com maiores detalhes.
DISCERNIMENTO
Entretanto, se alguém entende mal o propósito e emprega mal a experiência, entrando nela aleatoriamente, por mera curiosidade, a frequência senciente não se afina e a experiência maior simplesmente não pode ocorrer vibracionalmente. Por esta razão, Mestres, ela NÃO é para todo mundo. Inclusive, acrescentaremos que embora estas plantas ofereçam uma oportunidade incrível de clareza e verdade, elas certamente não são o único método para se alcançar tal clareza.
A planta traz consigo uma frequência extremamente elevada e um alto grau da consciência da própria Terra, e assim oferece uma transformação incrível para aqueles que escolhem esta perspectiva, e para aqueles que estão prontos. O reino vegetal oferece portais, passagens, mas o portal mais importante é atravessado e dirigido a partir do interior de cada um.
ENCERRANDO
Para cada ser humano, a luz dimensional divina é transmitida do interior do seu próprio ser, não de fora. Ela se baseia na energia da verdade pessoal de cada um, nas confirmações do Cosmos e do lugar ao qual se está ligado. Elas se expandem dentro de você, como só pode acontecer com as frequências luminosas, e então vibram dentro da mente e do coração, onde, pela mágica da sua intenção, elas são convertidas em sabedoria. Mas é importante que saiba que a energia que você envia, a energia que você recebe, a energia que você fala e orienta e invoca é que revelam a você mesmo o seu verdadeiro Eu Divino. Existem muitos caminhos para a iluminação, mas todos devem conter a Verdade única do seu interior.
Pontos de luz e infinidade estão espalhados pelo seu planeta e, realmente, podem oferecer grande aceleração. O Lago Titicaca está entre os mais imaculados deles. Mas entenda que o portal mais importante está dentro do seu coração e você o carrega consigo. Este é o dom do reino humano na Terra.
Eu sou Metatron, e compartilho estas Verdades com todos vocês. Vocês são Amados!
… E assim é
ALPHA & ÔMEGA -
A DIMENSÃO DA VERDADE
Uma mensagem de Metatron canalizada por James Tyberonn em agosto de 2010
As "viagens" através de plantas têm sido usadas durante milênios pelas Escolas de Mistérios e pelas culturas indígenas em Cerimônias Sagradas. A informação aqui apresentada foi canalizada em resposta a muitas perguntas que temos recebido nos últimos três anos, relacionadas com o uso de plantas medicinais sagradas nas chamadas “Viagens Xamânicas”. O texto abaixo é apresentado como uma informação rica e um exame de um assunto fascinante. É apresentado numa neutralidade objetiva, exatamente como foi transmitido. Não é nem uma aprovação nem uma rejeição a tais modalidades, que dependem do discernimento e escolha individual.
Tyberonn
Saudações, Mestres! Saudamos cada um de vocês, neste momento, com Amor Incondicional.
Mestres, a Grande Cruz Cardinal é um momento de grande despertar e transformação no plano da Terra. A Terra e todos os seus reinos estão em transição para uma consciência cada vez maior. A vida está avançando em massa.
Realmente lhes dizemos que existe vida ainda maior circulando pelo seu planeta e acima dele, nesta fase. Isto se deve à intensidade da Grande Cruz e vai além dessa intensidade. É uma consciência energética que deseja se introduzir no seu campo de consciência coletiva. É luz de natureza sublime. Não tem lógica, não mantém uma visão, não é a luz da promessa, mas é a luz do bem-estar. E diremos a cada um de vocês: se permitir que esta luz entre na sua esfera de influência, no seu campo de consciência, você se sentirá mais leve de espírito, quase imediatamente, e isto só é conseguido através da intenção.
A humanidade busca a promessa e se esforça para atingir a luz, e isto é necessário. Entretanto, poucas pessoas na senda trabalham para introduzir o bem-estar e a saúde. Nós lhes dizemos que isto alegraria o seu caminho, suavizaria a sua jornada.
Pois, oculto nas ondas da Grande Cruz, há um brilho sutil de bem-estar e saúde que agora está mais disponível para a humanidade. Você pode solicitá-lo e utilizar-se dele, mas VOCÊ deve invocá-lo e tornar-se ele. Procure e encontrará. Você deve se comprometer internamente com a luz da verdade da saúde e bem-estar. Porque, ao buscar maior conhecimento, as pessoas nem sempre procuram ou escolhem incluir saúde, bem-estar e auto-estima, mas é sinergicamente necessário fazer isto para se alcançar a vibração cristalina. Essas qualidades são gratuitas e todos se beneficiariam com elas.
E assim, vamos começar nosso tema…
REINOS CONSCIENTES DA TERRA
O Reino Humano da Terra é o mais consciente de todos os Reinos Terrenos. Entretanto, neste momento, a humanidade ainda tem pouca percepção de toda a sua consciência. A própria Terra é uma Consciência Celestial e sustenta muitas formas de consciências sencientes, dentro e fora dela. Mesmo sem a consciência da humanidade, a Terra Senciente é um ser consciente em desenvolvimento que, em muitos aspectos, tem uma percepção muito mais completa da humanidade e do Cosmos, do que a própria humanidade, neste momento. Como a Terra alimenta e provê a matriz da experiência terrestre, tanto linear quanto não linear, a humanidade tende a pensar que a Terra é uma Energia Feminina. Na verdade, ela não é nenhuma das duas e é ambas, assim como VOCÊS.
A Terra abriga muitos Reinos e Sub-Reinos que mantêm relacionamento simbiótico uns com os outros e certamente com a Espécie Humana e a Terra Unificada. Entre estes estão o Reino Mineral, o Reino Vegetal e o Reino Animal. Cada um deles é senciente também, mas a humanidade se esqueceu quase totalmente de como usar a capacidade de se comunicar com eles e de receber a sabedoria e o apoio que cada um deles oferece.
SABEDORIA DAS PLANTAS
Então nos foi pedido para falar sobre os sagrados professores do Reino Vegetal, pois eles oferecem uma perspectiva exclusiva para aqueles que desejam experienciar a sabedoria que prevalecia nas Escolas de Alquimia da antiguidade.
É apenas uma modalidade de introspecção intensa. E sem aprovação nem condenação, nós lhes dizemos que é uma das muitas escolhas individualmente reconhecidas que podem levar a uma conscientização maior. Mas de fato é um caminho que está disponível para os poucos que verdadeiramente desejam ingressar na sua dimensão da verdade. É um cadinho de amplificação dentro de uma justaposição daquilo que é chamado de Alpha e Ômega.
Queridos, o Reino Vegetal tem uma capacidade singular de interagir com a humanidade, que é muito especializada, porque ele tem a habilidade de trabalhar diretamente no campo mental, de uma forma bem diferente da do Reino Mineral.
Os Reinos Mineral e Vegetal podem interagir de inúmeras formas, abrindo energias áuricas, mantendo espaço para comunicação e multidimensionalidade, entretanto apenas o Reino Vegetal Sagrado tem a capacidade de entrar no corpo físico através da corrente sanguínea. Isto altera a frequência das ondas cerebrais de uma forma que permite que a consciência primária penetre o ultravioleta da paisagem onírica subconsciente em estado lúcido, desprovida da narrativa objetiva do ego-personalidade.
AÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS
O Reino Vegetal oferece qualidades medicinais que nenhum outro Reino da Terra pode oferecer da mesma maneira. As plantas podem afetar a pressão da corrente sanguínea do ser humano, tanto elevando-a quanto abaixando-a. Certas ervas podem elevar suas emoções e estado de espírito. Outras são capazes de regular os hemisférios do cérebro humano e, assim fazendo, conseguem modular o modo do indivíduo se relacionar com sua essência maior, com os aspectos inconscientes da mente multidimensional.
Sociedades indígenas campestres sabiam disto há milênios, assim como as Sociedades Místicas dos egípcios, lemurianos e atlantes. Eles sabiam, através da comunicação direta, que certas plantas eram capazes de alterar as ondas de pensamento, os próprios padrões de ressonância do cérebro. E assim portais normalmente difíceis de se ingressar, se abriam através da aliança com as chamadas plantas medicinais sagradas.
Deste modo, eles aprenderam que quando as ondas cerebrais são alteradas, os pensamentos também o são, e conforme os pensamentos são alterados, a consciência pode expandir ou contrair sua percepção das realidades. É como se os hemisférios do cérebro pudessem ser trocados de lado e vistos a partir de uma lente de percepção diferente.
Nesta lente especial, os conteúdos do cérebro humano mudam e podem ser vistos em percepções que se expandem em meios que estão acima do alinhamento linear do espaço e do tempo. Neste efeito, uma percepção aguçada, muito além da média, torna-se possível e provável.
PORTAS DE PERCEPÇÃO
Assim se abrem portas para outra dimensão de percepção, para outras realidades e aspectos singulares da mente, podendo permitir grandes visões de transição e arroubos de criatividade e entendimento, muitas vezes permitindo que “bloqueios de energia” profundamente incorporados sejam confrontados e liberados.
Então diremos que, em graus variados, as plantas psicoativas podem ser de grande ajuda, variando de acordo com a energia e o coeficiente de luz do indivíduo. Para alguns, elas são de valor imensurável, enquanto para outros não o são. É uma questão de prontidão, de sistema de crença, e de escolha e discernimento do indivíduo.
PERGUNTA PARA METATRON: Há alguns anos atrás, tomei ayahuasca e parece que atravessei muitas dimensões. Pareceu-me que fiquei nesse lugar durante anos, embora tivessem sido apenas 5 a 6 horas do tempo linear. Você poderia esclarecer melhor o que aconteceu? Foi só uma experiência da mente?
METATRON: Foi ambos. Esta é uma das ervas mais sagradas e permite a entrada numa camada dimensional focal, que é a dimensão da Verdade. A essência e experiência são de uma viagem através de muitas dimensões, mas de fato é a mente que viaja, e viaja rapidamente! A Existência se move, mas apenas ligeiramente. Do mesmo modo que o céu parece mudar a cada noite, pouquinho a pouquinho, grau por grau, mas trazendo grandes mudanças ao plano da Terra, assim também a dimensão da ayahuasca traz uma ampla expansão da percepção, mas faz isto numa camada dimensional, que é a dimensão sagrada da Verdade.
Querido, de fato você esteve num lugar acima do tempo linear, e a revisão da vida que você vivenciou realmente passou por 40 anos de experiência. Você estava bem ciente disto, e isto fez parte da grande alegria que você sentiu ao re-entrar no seu corpo físico – o conhecimento de que podia trazer os aprendizados e lições, profundamente gravados, para esta encarnação, para a sua experiência presente ainda inacabada. Esta é a dádiva da jornada desta planta.
Ela leva a pessoa para a dimensão da sua Verdade individual consolidada, em associação com a sua vida e com tudo que se relaciona com ela. Em outras palavras, tudo o que se pode desejar obter, descobrir, esclarecer e aprender é mantido num único ponto de sustentação, nesta visão coagulada e única. É o Alpha e o Ômega associados de modo excepcional numa dimensão complexa da Verdade, a qual é alinhada à própria frequência do indivíduo. Foi para aí que você viajou e é isto que se experiencia nesta jornada profunda.
É um encontro do eu, mas o eu total relacionado com a encarnação presente, entende? O que se encontra, então, é o resultado completo de quem você é e de quem você pode ser. Tudo o que é falso, tudo o que não lhe serve, tudo o que não está perfeito lhe é totalmente revelado detalhadamente. Tudo o que o separa da perfeição, dos mundos e realidades, é o que você deve encontrar. É por isto que a mais nobre das ervas é tão sagrada. O indivíduo se confronta consigo mesmo num cadinho de realidade. Isto é exemplificado pela serpente que consome sua própria cauda, e com isto queremos dizer que a totalidade da experiência da pessoa lhe é revelada numa visão purificadora.
PERGUNTA PARA METATRON: Na minha primeira experiência, tive uma revisão de vida e, na segunda, me encontrei com Professores. Você poderia explicar a diferença singular dessas experiências.
METATRON: Querido, como dissemos, na verdade, na sua primeira jornada, você teve o que os Cristãos se referem como “julgamento depois da vida”. Você reviu sua vida, como se estivesse no tempo real; e onde você tinha magoado outra pessoa, você sentiu essa mágoa da perspectiva dela, procurou liberar essa energia e conseguiu. Você fez o mesmo com quem o havia magoado, e a energia foi purgada, purificada. Você teve uma grande oportunidade de vivenciar o que a maioria dos seres humanos experiencia depois da morte física, uma revisão intensiva da sua vida. A dádiva imensurável é que, através dessa experiência, lhe foi dada a oportunidade de voltar à linearidade e fazer os ajustes.
Deste modo, a primeira experiência possibilitou a segunda. E lhe diremos que foram abertas portas que permanecem abertas, e a sua Existência está em muito maior claridade. Pois o que não lhe servia – o que vocês chamam de experiência negativa – foi liberado em uma noite. Se não fosse assim, isto poderia ter levado muitas vidas.
A purificação foi apropriada na primeira experiência, era o que se fazia necessário na sua verdade frequencial. Do mesmo modo, na segunda, o que você buscava eram os professores, e professores que fossem apropriados à sua expansão. Isto responde à sua pergunta?
JT: Sim, obrigado.
METATRON: Então, continuemos com esta discussão tão interessante.
Nós lhes diremos que geralmente a experiência humana está repleta de reações emocionais adversas às interações com a vida, causando certos bloqueios de energia nos corpos mental e emocional, que fecham as janelas da mente.
Certas plantas sagradas do gênero psicoativo, quando tomadas de forma cerimonial, sob a orientação de um facilitador experimentado, podem ajudar a reabrir essas portas e janelas. Uma vez abertas, elas raramente se fecham novamente, ou então se mantêm abertas por muito tempo, possibilitando saltos quânticos de consciência e paridade.
PORTAIS DA MENTE
Entretanto, as plantas que permitem a alucinação da mente podem ser muito benéficas para uns e menos para outros. Portanto, é imperativo que se possa navegar na perspectiva da experiência. Aquilo que vocês chamam de ilusão é, na verdade, um corredor, um portal de comunicação da mente com outras realidades e dimensões.
Por exemplo, como dissemos, os corredores abertos pela planta medicinal chamada ayahuasca podem levar o indivíduo a energias incorporadas não resolvidas, relativas a traumas desta vida ou de outras, oferecendo o caminho para a experiência. Deste modo, a questão atual ou de vidas passadas é claramente focalizada e as energias a ela associadas são revividas num aspecto da realidade atual, com a oportunidade de liberar o que precisa ser liberado para que a obstrução seja removida. Pode-se, inclusive, mudar o resultado ou terminar uma missão que não tinha sido completada na experiência anterior.
O FOCO CUMULATIVO
Desta forma, a mente é expandida para uma série de realidades do holograma multidimensional de tempo e não fica presa dentro de uma percepção única. Muitas coisas se tornam disponíveis naquilo que chamamos de dimensão focal, a dimensão da Verdade, no que se refere ao indivíduo.
Mas, estejam cientes de que força e especialmente sabedoria são necessárias para realizar essas liberações e finalizações. O simples acesso ao portal de expansão não significa necessariamente que vocês terão a chave que o abrirá ou a capacidade para navegar nas realidades por ele oferecidas. Um certo nível de intenção, vontade, coragem e coeficiente de luz são necessários para se estabelecer a sabedoria consciente e o lastro para navegar e manifestar estes resultados benéficos.
O REQUISITO DA PREPARAÇÃO
Força gera força, e sabedoria introduz sabedoria ainda maior, mas ambas exigem esforço e preparação. E é essencial entender que se deve entrar nesses reinos num estado de preparação e isento de medo. Pois quando se entra na realidade expandida de um modo casual, quando se entra com medo, este precisa ser superado, senão se experimentará uma amplificação desse medo. De fato, esta não é uma experiência de busca frívola e requer força, preparação e coragem.
Sem estes atributos, o indivíduo simplesmente alucina e experiencia apenas sonhos e pesadelos. Em alguns casos, não acontece nada. E, desta forma, volta-se de onde veio sem as recompensas disponíveis. A chave é que a vibração do buscador deve ser compatível com o propósito mais elevado da jornada. Essas plantas nunca foram destinadas à recreação ou ao entretenimento, entendem? Deve-se entrar em contato com elas como se estivesse entrando na mais santa das Catedrais, em reverência, respeito e com um propósito muito bem ponderado.
Se o indivíduo entrar no plano da realidade expandida sem preparação, encontrará uma experiência que não tem nenhum mérito compensador. O que se planta se colhe. Se nada for semeado em sagrada intenção, nada de valor será colhido. Assim é em todos os experimentos relacionados ao crescimento e á espiritualidade. E com intenção mais elevada, a capacidade de entrar sem medo é vital. Isto está entre os atributos exigidos na preparação, pois o medo é sempre a interferência vibracional de perturbação, uma frequência que não é harmônica com a experiência. Entendem?
Então, que fique bem entendido que realmente existe uma consciência senciente, da ordem mais elevada, disponível na experiência com ayahuasca, a qual atualmente é, de longe, a mais profunda de todas as plantas medicinais. É a que oferece o maior ganho e provê a frequência mais elevada para a sabedoria.
PROCESSO:
A ingestão conecta o buscador com a área ultravioleta da mente subconsciente. Assemelha-se, quanto ao processo, àquilo que pode ser chamado de experiência de “quase morte”. A consciência do ego deve “ir dormir” e o subconsciente se abre para um estado onírico lúcido, levando o indivíduo para a dimensão da Verdade. De fato ocorre uma religação que suavemente abre corredores para o estado mais amplo de consciência.
É um processo que permite que o buscador adiantado trate a imperfeição, reveja a perfeição e se confronte com toda a sua experiência, desde o nascimento até o presente, e então reinicie. Em essência, é um renascimento.
As antigas Escolas de Mistérios usavam este processo para os alunos adiantados. Seu efeito é semelhante ao do jejum de 5 dias, mas ocorre num tempo muito mais curto e geralmente com maiores detalhes.
DISCERNIMENTO
Entretanto, se alguém entende mal o propósito e emprega mal a experiência, entrando nela aleatoriamente, por mera curiosidade, a frequência senciente não se afina e a experiência maior simplesmente não pode ocorrer vibracionalmente. Por esta razão, Mestres, ela NÃO é para todo mundo. Inclusive, acrescentaremos que embora estas plantas ofereçam uma oportunidade incrível de clareza e verdade, elas certamente não são o único método para se alcançar tal clareza.
A planta traz consigo uma frequência extremamente elevada e um alto grau da consciência da própria Terra, e assim oferece uma transformação incrível para aqueles que escolhem esta perspectiva, e para aqueles que estão prontos. O reino vegetal oferece portais, passagens, mas o portal mais importante é atravessado e dirigido a partir do interior de cada um.
ENCERRANDO
Para cada ser humano, a luz dimensional divina é transmitida do interior do seu próprio ser, não de fora. Ela se baseia na energia da verdade pessoal de cada um, nas confirmações do Cosmos e do lugar ao qual se está ligado. Elas se expandem dentro de você, como só pode acontecer com as frequências luminosas, e então vibram dentro da mente e do coração, onde, pela mágica da sua intenção, elas são convertidas em sabedoria. Mas é importante que saiba que a energia que você envia, a energia que você recebe, a energia que você fala e orienta e invoca é que revelam a você mesmo o seu verdadeiro Eu Divino. Existem muitos caminhos para a iluminação, mas todos devem conter a Verdade única do seu interior.
Pontos de luz e infinidade estão espalhados pelo seu planeta e, realmente, podem oferecer grande aceleração. O Lago Titicaca está entre os mais imaculados deles. Mas entenda que o portal mais importante está dentro do seu coração e você o carrega consigo. Este é o dom do reino humano na Terra.
Eu sou Metatron, e compartilho estas Verdades com todos vocês. Vocês são Amados!
… E assim é
terça-feira, 17 de agosto de 2010
"O neo-marxismo das esquerdas radicais"
Postado por Attman
“Um dos objetivos do autor é refletir ‘não apenas sobre o que é, mas também o que é desejável (...) [colocando] em questão a ordem existente de uma forma global’ através de ‘uma das teorias críticas mais estimulantes no momento (...) a de Marx’”, escreve o sociólogo Valery Rasplus, em sua resenha publicada no sítio BibliObs, 02-08-2010. A tradução é do Cepat.
O livro resenhado é: Razmig Keucheyan, Hémisphère gauche. Une cartographie des nouvelles pensées critiques [Hemisfério esquerda. Uma cartografia dos novos pensamentos críticos]. Paris : La Découverte, 2010.
Eis a resenha.
Membro do comitê de redação da revista Contretemps e da Sociedade Louise Michel, think tank fundado em 2009 e ligado ao NPA [Nouveau Parti Anticapitaliste], o sociólogo Razmig Keucheyan reuniu seu conhecimento universitário e militante para nos apresentar simultaneamente uma ambiciosa “teoria geral da emancipação” e um panorama dos “novos pensamentos críticos”.
Ou seja, segundo a doxa em questão, pensamentos e teorias (pró)marxistas influentes nas diversas comunidades de revolta das esquerdas radicais tomando de assalto o mundo liberal-capitalista.
Um dos objetivos do autor é refletir “não apenas sobre o que é, mas também o que é desejável (...) [colocando] em questão a ordem existente de uma forma global" através de "uma das teorias críticas mais estimulantes no momento (...) a de Marx”. (1)
Herdeiros em conflito
Os pensamentos radicais são pensamentos de conflitos e de tensões entre herdeiros ("antigos" ou "novos"), principalmente universitários, onde os estilos e conteúdos distinguem as escolas e os movimentos de contestação. Entre aqueles que se identificam com os princípios de 1789, ou mesmo de 1793, e, mais genericamente, com o espírito do Iluminismo (sinônimo de ponto de partida da modernidade política pós-moderna), entre aqueles que reclamam para si o legado da Revolução Russa de Outubro de 1917, via o marxismo "clássico" (Kautsky, Luxemburgo, Lênin, Trotsky, Stálin, Bauer, etc.) ou o marxismo “ocidental” (Lukács, Korsch, Gramsci, Adorno, Marcuse,Althusser, etc.), entre aqueles que tiveram um choque intelectual com a queda do Muro de Berlim, em 1989 – quando não foi antes, como no processo de Kravchenko (1949), na "conspiração das batas brancas" (1953) ou no relatório Kruschev (1956), na insurreição de Budapeste (1956) ou na Primavera de Praga (1968), por exemplo – e com a desintegração do bloco comunista que se seguiu, enfim, entre aqueles que pensaram a "renovação da crítica social e política" engajando-se em "uma crítica radical do capitalismo" (2), no seio de uma nova esquerda de transformação social ou de uma esquerda da esquerda (3), herdeira das organizações “esquerdistas” (maoístas, trotskistas, etc.), anarquistas (4) e outros novos movimentos sociais, cujas "teorias críticas atuais são herdeiras do marxismo ocidental", segundo o autor.
Razmig Keucheyan classificou os pensadores críticos em seis tipos ideais.
1. Os convertidos: até recentemente, revolucionários que contestavam o capitalismo antes de se adaptar e defender a sociedade liberal-mercantil como ordem social dominante.
2. Os pessimistas: céticos e niilistas, próximos aos convertidos no que "consideram a transformação da sociedade como impossível ou perigosa”, não vendo "um além do capitalismo" possível sem reviver os "grandes desastres do século XX".
3. Os resistentes: figuras positivas que “mantiveram sua posição após a derrota da segunda metade da década de 1970 [quando] eles reivindicavam de uma ou de outra forma um outro marxismo, de um outro anarquismo", e que permaneceram “fiéis (...) ao seu compromisso original". São, finalmente... conservadores – radicais – realizando pequenas adaptações e inovações ligadas ao tempo. (5)
4. Os inovadores: lidam com a hibridação, as referências heterogêneas e as misturas, onde “vemos antigas referências ao corpo crítico serem combinadas de maneira nova, ou estarem associadas a novos autores ou correntes que não estavam presentes nesse corpo anteriormente”.
5. Os especialistas: e os contra-especialistas (muitas vezes universitários ou ligados ao mundo acadêmico), “visam tomar o contrapé [do] discurso dominante”, ao contrário de outros especialistas, provenientes do mundo dominante.
6. Os dirigentes: ligados a uma organização, eles colocam um problema de escolha ao militante. Há aqueles que acreditam que um bom pensamento radical não pode fugir de uma forte ligação e de uma implicação ativa com uma estrutura (política, sindical, operária, etc.) de luta (6), onde o intelectual revolucionário está ligado tanto a uma escola do partido como a uma função militante ativa e, especialmente, de direção, estratégia confrontada com problemas políticos reais tendo “necessidade de saberes empíricos para a tomada de decisões”, realizando a síntese escrita/pensamento – ação/experiência. Paralelamente a este intelectual orgânico, se encontram aqueles que, simples simpatizantes, companheiros de viagem por um momento mais ou menos longo, fazem malabarismos com a distância e a fusão. Finalmente, há aqueles que marcam uma clara separação, pela "profissionalização crescente da atividade intelectual, que tende a mantê-los afastados da política", a ser menos interdisciplinares, acercando-se de análises e campos abstratos, metafísicos, herméticos, inacessíveis “ao comum dos operários” e submetidos “às regras e recursos que regem o campo social."
A migração da crítica
Para Razmig Keucheyan, o centro de gravidade da produção teórica dos pensamentos críticos mudou de continente, deslocando-se da Europa para os mundos anglo-saxônicos, em particular os Estados Unidos, ladeando "o caminho da produção", onde “novas ideias surgem quando são confrontadas com novos problemas”. Se alguém seguir o autor ePerry Anderson, que o inspirou (7), os futuros locais da geografia dos pensamentos sociais críticos devem se mudar, nos próximos anos, para a periferia e a margem do "sistema mundo”, na China, na Índia, no Brasil, no México e na África do Sul.
Outra causa da migração intelectual, “o clima intelectual [que] se deteriorou seriamente entre a esquerda radical na Europa Ocidental, especialmente na França, a partir da segunda metade da década de 1970”. Será por que já não se colocavam mais novos problemas sociais ou de produção capazes de fazer emergir novas ideias, ou será por que elas eram suspeitas de conduzir a um novo totalitarismo (8) e que "nessas condições (...) as teorias críticas abandonaram seu continente de origem em busca de pastos mais verdes”? A contra-argumentação na França e na Europa é tão débil e inoperante, tão inexistente, tão pouco inovadora? Como realmente explicar que os países (capitalistas) tão favoráveis à doxa radical de esquerda, como os Estados Unidos (para dar um exemplo), puderam acolher com tanta benevolência pensamentos críticos marxistas, seus inimigos políticos e suas antíteses de sociedade? (9) Para Razmig Keucheyan, teríamos, na velha Europa e no contexto da globalização mercantil, não só entrado em um período de "glaciação teórica", mas também em um mundo de "liquidação de possíveis", onde os pensamentos críticos inovadores não mais seriam viáveis.
Novos objetos e conceitos antigos
A antiga política tinha como objetos a razão, a ciência, a nação, a cidadania, as classes sociais, os dominados, o terceiro mundo, o anticolonialismo, etc. A nova política crítica radical, sem abandonar totalmente esses primeiros objetos, focaliza sobre novas categorias sociais, muitas vezes externas ao seu corpus tradicional, como as redes, a identidade, as minorias, o feminismo, o pós-colonialismo, a ecologia, o decrescimento, etc., vistos como possuir um forte potencial emancipador, inteiramente conduzidos por um “paradigma bem vivo [e] estimulante”, um “paradigma completo” (10), o marxismo. Um marxismo pensado como novo, “adaptado à nova conjuntura”, que desconfia dos partidos políticos e sindicatos tradicionais julgados (muito) reformadores e administrativos.
Tomemos um exemplo. As crenças, a teologia e as religiões são pensadas por alguns escritores da crítica radical (Alain Badiou, Giorgio Agamben, Toni Negri, Michael Hardt, Slavoj Zizek, etc.) necessitadas da construção real do socialismo (comunismo), não como reacionárias, alienantes ou como um ópio do povo (11), mas como pensamentos positivos, potencialmente libertadores de toda dominação. Contra aqueles que acreditam que as religiões alienam os indivíduos (hierarquia, idolatria, veneração, misticismo, exorcismo, imortalidade, saúde, além, milagre, superstição, etc.), estes herdeiros do Iluminismo, no qual há algumas organizações de orientação marxista (12), Razmig Keucheyan defende a ideia de que “taxar os movimentos religiosos atuais – especialmente o Islã e as correntes evangélicas – como simples ‘arcaísmos’ é um pouco precipitado". O autor pensa que "a relação dos pensamentos críticos com a religião está longe de ser anedótica. Ela terá um impacto especialmente decisivo sobre as alianças que irão costurar – ou não – no futuro os movimentos progressistas ou revolucionários com as correntes religiosas, no mundo ocidental e em outros lugares" (13), e pode se revelar estrategicamente interessante. Mas "disputar o fato religioso com os fundamentalistas, demonstrar que as formas progressistas, muitas vezes revolucionárias, da religiosidade existente, é uma estratégia inteligente [que consiste] em enfrentar o inimigo em seu próprio terreno" pode levar a um efeito perverso: o de justificar in fine a religião como auto-suficiente para a libertação do homem, a ação revolucionária, capaz de emancipação, contra a exploração e a alienação do gênero humano.
Sistemas...
Os pensamentos críticos radicais são apresentados neste livro sob dois eixos principais: os pensamentos sistemas, que tratam da "natureza e da evolução do sistema global”, e os pensamentos sujeitos, que tratam dos atores em suas práticas e ambientes.
No primeiro eixo, encontramos Toni Negri e Michael Hardt, famosos por suas obras escritas em colaboração, Império e Multidão. Guerra e Democracia na era do Império, onde o operaísmo (14) desempenhou um papel nada negligenciável na gênese e no desenvolvimento desse “pensamento ‘totalizante’”. Na época, se considerava o obreirismo como o motor histórico que impunha ao capitalismo se adaptar em conformidade, reestruturando-se. Hoje, para esses autores nada mudou realmente, “a Multidão tem (...) sempre a iniciativa, e o Estado fica atrás dela". O capitalismo contemporâneo é apenas "o resultado das transformações que esses movimentos [operários] impuseram ao sistema [capitalista]". A Multidão tomou conta deste antigo obreirismo, deste poder do proletariado, tornando-se o "novo sujeito da emancipação, que suplantou neste papel a classe operária”, enquanto que o Império é um outro nome para o poder do capitalismo mundializado, difuso e integrador, descentralizado e desterritorializado, total e global, “uma entidade supranacional que transcendeu a divisão do mundo em Estados-nação”. Combater o Império é combater “uma estrutura ‘parasitária’ que se alimenta da capacidade criativa e cooperativa da Multidão".
Ao lado do Império, é preciso repensar as teorias do imperialismo com autores como Leo Panitch (15), que evidencia a vontade de poder dos Estados e a primazia do político sobre o econômico; Robert Cox, que se inspira na teoria de Antonio Gramsci para construir a sua teoria dinâmica e histórica (materialismo histórico) nas relações internacionais, onde "para tornar-se hegemônico, um Estado deve estabelecer e proteger uma ordem mundial universal na sua concepção, isto é, não uma ordem na qual um Estado explora diretamente os outros, mas uma ordem que a maioria dos outros Estados (...) considera como compatível com seus próprios interesses"; e David Harvey, que construiu um materialismo geográfico histórico, destacando a dimensão espacial do capitalismo (socioespacial), alargando sua ação (mercado, tráfego, transporte, desregulamentação, deslocalização, privatização, etc.) para todas as comunidades, espaços sociais (escolas, hospitais, cidade, campo, espaços "virgens", etc.) e continentes (fronteira, meio ambiente, etc.). (16)
Depois do Império e do imperialismo, intervém a nação (o Estado-nação), que tem muito a sofrer com as ações de desregulamentação das multinacionais capitalistas e com as organizações internacionais (OMC, FMI, etc.), assim como com o nacionalismo beligerante, este “‘essencialismo’ que transforma as entidades ‘eternas’ provenientes de um passado imemorial e se projetando em um futuro indefinido” apoiando-se “sobre os elementos provenientes de tradições antigas, mas (...) transformando-os para fazer deles um fenômeno moderno” podendo fazer surgir “etnicidades fictícias”, ou o pós-nacionalismo dos internacionalistas anti-nacionais (17), militantes sem fronteiras dos direitos dos povos à autodeterminação dentro de uma nação, de uma micro-nação ou de uma comunidade local. Benedict Anderson e Tom Nairn explicitarão essa "relação problemática que o marxismo mantém com o nacionalismo”, enquanto Habermas eEtienne Balibar pensarão a existência de entidades supranacionais soberanas como intermediárias entre o Estado-nação e o Império, apostando no declínio da capacidade atrativa da nação gangrenada, em nossas democracias, o que Giorgio Agamben chamará de estado de exceção. (18)
E o capitalismo contemporâneo em tudo isso? Para Robert Brenner, o capitalismo continua sendo ainda e sempre uma questão de luta de classes. (19) Ele coabita com os modelos antigos (capitalismo mercantil, capitalismo fóssil, etc.), acrescentando novas formas, organizações adaptadas e inovações cada vez mais complexas (como o capitalismo cognitivo de Michel Husson), produzindo outros tipos de alienação, de exploração e de opressão dentro de nossos microcapitalismos locais e de nossos “sistemas-mundos", estes conjuntos geográficos teorizados por Giovanni Arrighi eImmanuel Wallerstein, que contêm “muitos subsistemas culturais, mas não [têm] uma única divisão do trabalho".
O marxismo tradicional parece se transformar gradualmente em marxismo ecológico, em luta contra o capitalismo verde. Na família dos novos pensamentos críticos radicais de esquerda, a ecologia política (ecologia política, decrescimento, antiespecismo, etc.) tomará nos próximos anos um lugar cada vez mais destacado. (20)
... e sujeitos
O outro eixo diz respeito "aos atores suscetíveis de serem os vetores da transformação social” e aos meios de sua emancipação.
Entre estes, Jacques Rancière, ex-aluno de Louis Althusser, revela-se menos doutrinal que um Alain Badiou platônico-maoísta ou que um Slavoj Zizek leninista-lacaniano. Ao contrário de seu ex-mestre, que via no "Partido e no intelectual munido da teoria marxista [os únicos objetos sociais] para acessar diretamente (...) o movimento histórico real", quando "sem sua contribuição, as massas [permaneceriam] na ignorância da realidade e em sua própria condição”, necessitando que “a consciência de seu destino histórico deve ser insuflado de fora na classe operária”, Jacques Rancière se revela, em seus escritos, fundamentalmente antiplatônico e um promotor da "igualdade das inteligências”.
Uma das características de identificação dos novos pensamentos críticos é a utilização recorrente do prefixo "pós". Como tal, o pós-feminismo representa uma de suas componentes mais em voga, tendo como figuras emblemáticas a ecofeminista Donna Haraway, que vê no ser cyborg "a figura emancipadora central de nosso tempo", a representante da queer theory, Judith Butler, ou os subaltern studies, com Gayatri Spivak.
Os indivíduos, os atores sociais, ainda são considerados como elementos de classes contra outras classes em uma sociedade minimamente polarizada, razão pela qual é multipolarizada e integrada por outras divisões possíveis dentro de cada uma destas (de sexo, de gênero, de religião, de nacionalidade, etc.). Para Edward Palmer Thompson, as classes são dinâmicas e socialmente construídas, isto é, que elas não são “um fenômeno sócio-econômico que existe independentemente da consciência” dos indivíduos, mas antes categorias relacionais complexas (de colaboração ou de conflito), relativamente singulares e tributárias da história (do tempo e do espaço), comportando uma cultura e uma “experiência, que é mais ou menos homogênea segundo as épocas, e que evolui ao longo do tempo”, dependentes "em parte das relações de produção”. Contra uma visão holística de classes e um determinismo histórico e implacável, Erick Olin Wright propõe uma "tentativa [empírica] de fusão entre o marxismo e o individualismo metodológico" (marxismo analítico), aí onde Álvaro Garcia Linera acentuará a dimensão indigenista, espacial e temporal das identidades de classes onde “o tempo de classe mistura inextricavelmente os tempos pessoais e coletivos”. Esta identidade também é questionada do ponto de vista do reconhecimento, como em Charles Taylor, que se centra sobre o multiculturalismo, em Nancy Fraser, Axel Honneth, ou no cosmopolitismo de Seyla Benhabib.
Hoje e amanhã
Seguindo o exemplo de Perry Anderson (21), a propósito do possível destino do socialismo, podemos supor que os novos pensamentos críticos aparecerão no futuro, quer como uma experiência ideológica e uma experiência empírica inacabada, quer como um conjunto de teorias e práticas a serem repensadas, renovadas e reformuladas à espera de um momento histórico favorável para os mesmos, quer como início e impulso de uma nova tradição revolucionária cumulativa (combinando continuidade e ultrapassagens), quer, finalmente, elas anunciem a saída de um tempo de eclipse e a chegada de sua hegemonia política.
Mas, por enquanto, lendo os novos pensamentos críticos atuais, parece que eles estão na mesma condição que o altermundialismo, em estado de crise existencial. (22)
Notas:
(1) Razmig Keucheyan voltará a esse tema no próximo dia 28 de agosto, na Société Louise Michel por ocasião da Universidade de Verão do NPA, em um fórum intitulado “História e atualidade dos pensamentos críticos”.
(2) Manifestação contra a Organização Mundial do Comércio, Seattle, 1990; Fórum Social Mundial, Porto Alegre, 2001; etc.
(3) BOURDIEU, Pierre; CHARLE, Christophe; LACROIX, Bernard; LABARON, Frédéric; MAUGER, Gérard. “Pour une gauche de gauche”, Le Monde, 8 de abril de 1998.
(4) Ao contrário de Razmig Keucheyan, considero e situo as estruturas anarquistas em uma galáxia diferente das organizações “esquerdistas”, como evocava, por exemplo, em “Un anarchiste chez les anthropologues », BibliObs, maio de 2010.
(5) Razmig Keucheyan indica justamente que os trotskistas – inscritos como “um contingente importante de resistentes” – inscreveram “sua atividade teórica em uma dialética que alia conservação e inovação”, uma “dialética entre a continuidade e a ruptura com o passado”.
(6) MONOD, Jean-Claude. Penser l'ennemi, affronter l'exception. Réflexions critiques sur l'actualité de Carl Schmitt. Paris : La Découverte, 2006.
(7) ANDERSON, Perry. In the Tracks of Historical Materialism. Londres : Verso, 1983. Perry Anderson é ex-redator-chefe da New Left Review e professor de história e sociologia na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA, Departamento de História).
(8) GLUCKSMANN, André. Os Mestres Pensadores. Lisboa: Dom Quixote, 1978; LÉVY, Bernard-Henri. La Barbarie à visage humain. Paris : Grasset, 1977. Ver também a crítica da Escola de Frankfurt, ADORNO, Theodor ; HORKHEIMER, Max. A Dialética do Esclarecimento. São Paulo : Jorge Zahar, 1985.
(9) Estamos somente na ideia de que “contrariamente à universidade francesa, onde o fechamento sobre si mesma é notório, a universidade norte-americana é aberta ao mundo”?
(10) Este paradigma é considerado como total porque “há uma perspectiva marxista em todas as disciplinas das ciências humanas: economia, geografia, sociologia, ciências políticas, filosofia, linguística, etc.”.
(11) “A religião é o suspiro da criatura oprimida, a alma de um mundo sem coração, como ela é o espírito das condições sociais em que o espírito foi excluído. Ela é o ópio do povo”. MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Crítica da Filosofia do Direito de Hegel. São Paulo: Boitempo, 2005 (1844); LÖWI, Michael. “Ópio do povo? Marxismo crítico e religião”, emNPA, fevereiro de 2010.
(12) Lutte Ouvrière, Les religions; Dawson, « Le combat du marxisme contre la religion », Revue Internationale, 2005.
(13) HOUTART, François. « De nouveaux défis pour la théologie de la libération », NPA, maio de 2010; ACHCAR, Gilbert. « Marxistes et religion, hier et aujourd'hui » NPA, fevereiro de 2010.
(14) WRIGHT, Steve. A l'assaut du ciel - Composition de classe et lutte de classe dans le marxisme autonome italien, Senonevero, 2007.
(15) Leo Panitch é professor de ciências políticas na Universidade de York, no Canadá, e codiretor da revista Socialist Register.
(16) Pode-se ler, como complemento LACOSTE, Yves. La géographie, ça sert, d'abord, à faire la guerre, Maspero, 1976.
(17) TAGUIEFF, Pierre-André. Les fins de l'antiracisme, Michalon, 1995.
(18) DUBREUIL, Benoît. « Giorgio Agamben, État d'exception, Homo sacer », Politique et Sociétés, vol. 23, n° 1, 2004, p. 199-203.
(19) BRENNER, Robert. « The Origins of Capitalist Development: A Critique of Neo-Smithian Marxism », New Left Review, Vol. 104, 1977.
(20) HARRIBEY, Jean-Marie. « Marxisme écologique ou écologie politique marxienne», in BIDET, J., KOUVÉLAKIS, E. (dir.), Dictionnaire Marx contemporain, PUF, Actuel Marx Confrontation, 2001, p. 183-200.
(21) ANDERSON, Perry. Zona de Compromisso. São Paulo: Unesp, 1996.
(22) RASPLUS, Valéry. « Altermondialisme : la crise existentielle », Libération, 2009.
“Um dos objetivos do autor é refletir ‘não apenas sobre o que é, mas também o que é desejável (...) [colocando] em questão a ordem existente de uma forma global’ através de ‘uma das teorias críticas mais estimulantes no momento (...) a de Marx’”, escreve o sociólogo Valery Rasplus, em sua resenha publicada no sítio BibliObs, 02-08-2010. A tradução é do Cepat.
O livro resenhado é: Razmig Keucheyan, Hémisphère gauche. Une cartographie des nouvelles pensées critiques [Hemisfério esquerda. Uma cartografia dos novos pensamentos críticos]. Paris : La Découverte, 2010.
Eis a resenha.
Membro do comitê de redação da revista Contretemps e da Sociedade Louise Michel, think tank fundado em 2009 e ligado ao NPA [Nouveau Parti Anticapitaliste], o sociólogo Razmig Keucheyan reuniu seu conhecimento universitário e militante para nos apresentar simultaneamente uma ambiciosa “teoria geral da emancipação” e um panorama dos “novos pensamentos críticos”.
Ou seja, segundo a doxa em questão, pensamentos e teorias (pró)marxistas influentes nas diversas comunidades de revolta das esquerdas radicais tomando de assalto o mundo liberal-capitalista.
Um dos objetivos do autor é refletir “não apenas sobre o que é, mas também o que é desejável (...) [colocando] em questão a ordem existente de uma forma global" através de "uma das teorias críticas mais estimulantes no momento (...) a de Marx”. (1)
Herdeiros em conflito
Os pensamentos radicais são pensamentos de conflitos e de tensões entre herdeiros ("antigos" ou "novos"), principalmente universitários, onde os estilos e conteúdos distinguem as escolas e os movimentos de contestação. Entre aqueles que se identificam com os princípios de 1789, ou mesmo de 1793, e, mais genericamente, com o espírito do Iluminismo (sinônimo de ponto de partida da modernidade política pós-moderna), entre aqueles que reclamam para si o legado da Revolução Russa de Outubro de 1917, via o marxismo "clássico" (Kautsky, Luxemburgo, Lênin, Trotsky, Stálin, Bauer, etc.) ou o marxismo “ocidental” (Lukács, Korsch, Gramsci, Adorno, Marcuse,Althusser, etc.), entre aqueles que tiveram um choque intelectual com a queda do Muro de Berlim, em 1989 – quando não foi antes, como no processo de Kravchenko (1949), na "conspiração das batas brancas" (1953) ou no relatório Kruschev (1956), na insurreição de Budapeste (1956) ou na Primavera de Praga (1968), por exemplo – e com a desintegração do bloco comunista que se seguiu, enfim, entre aqueles que pensaram a "renovação da crítica social e política" engajando-se em "uma crítica radical do capitalismo" (2), no seio de uma nova esquerda de transformação social ou de uma esquerda da esquerda (3), herdeira das organizações “esquerdistas” (maoístas, trotskistas, etc.), anarquistas (4) e outros novos movimentos sociais, cujas "teorias críticas atuais são herdeiras do marxismo ocidental", segundo o autor.
Razmig Keucheyan classificou os pensadores críticos em seis tipos ideais.
1. Os convertidos: até recentemente, revolucionários que contestavam o capitalismo antes de se adaptar e defender a sociedade liberal-mercantil como ordem social dominante.
2. Os pessimistas: céticos e niilistas, próximos aos convertidos no que "consideram a transformação da sociedade como impossível ou perigosa”, não vendo "um além do capitalismo" possível sem reviver os "grandes desastres do século XX".
3. Os resistentes: figuras positivas que “mantiveram sua posição após a derrota da segunda metade da década de 1970 [quando] eles reivindicavam de uma ou de outra forma um outro marxismo, de um outro anarquismo", e que permaneceram “fiéis (...) ao seu compromisso original". São, finalmente... conservadores – radicais – realizando pequenas adaptações e inovações ligadas ao tempo. (5)
4. Os inovadores: lidam com a hibridação, as referências heterogêneas e as misturas, onde “vemos antigas referências ao corpo crítico serem combinadas de maneira nova, ou estarem associadas a novos autores ou correntes que não estavam presentes nesse corpo anteriormente”.
5. Os especialistas: e os contra-especialistas (muitas vezes universitários ou ligados ao mundo acadêmico), “visam tomar o contrapé [do] discurso dominante”, ao contrário de outros especialistas, provenientes do mundo dominante.
6. Os dirigentes: ligados a uma organização, eles colocam um problema de escolha ao militante. Há aqueles que acreditam que um bom pensamento radical não pode fugir de uma forte ligação e de uma implicação ativa com uma estrutura (política, sindical, operária, etc.) de luta (6), onde o intelectual revolucionário está ligado tanto a uma escola do partido como a uma função militante ativa e, especialmente, de direção, estratégia confrontada com problemas políticos reais tendo “necessidade de saberes empíricos para a tomada de decisões”, realizando a síntese escrita/pensamento – ação/experiência. Paralelamente a este intelectual orgânico, se encontram aqueles que, simples simpatizantes, companheiros de viagem por um momento mais ou menos longo, fazem malabarismos com a distância e a fusão. Finalmente, há aqueles que marcam uma clara separação, pela "profissionalização crescente da atividade intelectual, que tende a mantê-los afastados da política", a ser menos interdisciplinares, acercando-se de análises e campos abstratos, metafísicos, herméticos, inacessíveis “ao comum dos operários” e submetidos “às regras e recursos que regem o campo social."
A migração da crítica
Para Razmig Keucheyan, o centro de gravidade da produção teórica dos pensamentos críticos mudou de continente, deslocando-se da Europa para os mundos anglo-saxônicos, em particular os Estados Unidos, ladeando "o caminho da produção", onde “novas ideias surgem quando são confrontadas com novos problemas”. Se alguém seguir o autor ePerry Anderson, que o inspirou (7), os futuros locais da geografia dos pensamentos sociais críticos devem se mudar, nos próximos anos, para a periferia e a margem do "sistema mundo”, na China, na Índia, no Brasil, no México e na África do Sul.
Outra causa da migração intelectual, “o clima intelectual [que] se deteriorou seriamente entre a esquerda radical na Europa Ocidental, especialmente na França, a partir da segunda metade da década de 1970”. Será por que já não se colocavam mais novos problemas sociais ou de produção capazes de fazer emergir novas ideias, ou será por que elas eram suspeitas de conduzir a um novo totalitarismo (8) e que "nessas condições (...) as teorias críticas abandonaram seu continente de origem em busca de pastos mais verdes”? A contra-argumentação na França e na Europa é tão débil e inoperante, tão inexistente, tão pouco inovadora? Como realmente explicar que os países (capitalistas) tão favoráveis à doxa radical de esquerda, como os Estados Unidos (para dar um exemplo), puderam acolher com tanta benevolência pensamentos críticos marxistas, seus inimigos políticos e suas antíteses de sociedade? (9) Para Razmig Keucheyan, teríamos, na velha Europa e no contexto da globalização mercantil, não só entrado em um período de "glaciação teórica", mas também em um mundo de "liquidação de possíveis", onde os pensamentos críticos inovadores não mais seriam viáveis.
Novos objetos e conceitos antigos
A antiga política tinha como objetos a razão, a ciência, a nação, a cidadania, as classes sociais, os dominados, o terceiro mundo, o anticolonialismo, etc. A nova política crítica radical, sem abandonar totalmente esses primeiros objetos, focaliza sobre novas categorias sociais, muitas vezes externas ao seu corpus tradicional, como as redes, a identidade, as minorias, o feminismo, o pós-colonialismo, a ecologia, o decrescimento, etc., vistos como possuir um forte potencial emancipador, inteiramente conduzidos por um “paradigma bem vivo [e] estimulante”, um “paradigma completo” (10), o marxismo. Um marxismo pensado como novo, “adaptado à nova conjuntura”, que desconfia dos partidos políticos e sindicatos tradicionais julgados (muito) reformadores e administrativos.
Tomemos um exemplo. As crenças, a teologia e as religiões são pensadas por alguns escritores da crítica radical (Alain Badiou, Giorgio Agamben, Toni Negri, Michael Hardt, Slavoj Zizek, etc.) necessitadas da construção real do socialismo (comunismo), não como reacionárias, alienantes ou como um ópio do povo (11), mas como pensamentos positivos, potencialmente libertadores de toda dominação. Contra aqueles que acreditam que as religiões alienam os indivíduos (hierarquia, idolatria, veneração, misticismo, exorcismo, imortalidade, saúde, além, milagre, superstição, etc.), estes herdeiros do Iluminismo, no qual há algumas organizações de orientação marxista (12), Razmig Keucheyan defende a ideia de que “taxar os movimentos religiosos atuais – especialmente o Islã e as correntes evangélicas – como simples ‘arcaísmos’ é um pouco precipitado". O autor pensa que "a relação dos pensamentos críticos com a religião está longe de ser anedótica. Ela terá um impacto especialmente decisivo sobre as alianças que irão costurar – ou não – no futuro os movimentos progressistas ou revolucionários com as correntes religiosas, no mundo ocidental e em outros lugares" (13), e pode se revelar estrategicamente interessante. Mas "disputar o fato religioso com os fundamentalistas, demonstrar que as formas progressistas, muitas vezes revolucionárias, da religiosidade existente, é uma estratégia inteligente [que consiste] em enfrentar o inimigo em seu próprio terreno" pode levar a um efeito perverso: o de justificar in fine a religião como auto-suficiente para a libertação do homem, a ação revolucionária, capaz de emancipação, contra a exploração e a alienação do gênero humano.
Sistemas...
Os pensamentos críticos radicais são apresentados neste livro sob dois eixos principais: os pensamentos sistemas, que tratam da "natureza e da evolução do sistema global”, e os pensamentos sujeitos, que tratam dos atores em suas práticas e ambientes.
No primeiro eixo, encontramos Toni Negri e Michael Hardt, famosos por suas obras escritas em colaboração, Império e Multidão. Guerra e Democracia na era do Império, onde o operaísmo (14) desempenhou um papel nada negligenciável na gênese e no desenvolvimento desse “pensamento ‘totalizante’”. Na época, se considerava o obreirismo como o motor histórico que impunha ao capitalismo se adaptar em conformidade, reestruturando-se. Hoje, para esses autores nada mudou realmente, “a Multidão tem (...) sempre a iniciativa, e o Estado fica atrás dela". O capitalismo contemporâneo é apenas "o resultado das transformações que esses movimentos [operários] impuseram ao sistema [capitalista]". A Multidão tomou conta deste antigo obreirismo, deste poder do proletariado, tornando-se o "novo sujeito da emancipação, que suplantou neste papel a classe operária”, enquanto que o Império é um outro nome para o poder do capitalismo mundializado, difuso e integrador, descentralizado e desterritorializado, total e global, “uma entidade supranacional que transcendeu a divisão do mundo em Estados-nação”. Combater o Império é combater “uma estrutura ‘parasitária’ que se alimenta da capacidade criativa e cooperativa da Multidão".
Ao lado do Império, é preciso repensar as teorias do imperialismo com autores como Leo Panitch (15), que evidencia a vontade de poder dos Estados e a primazia do político sobre o econômico; Robert Cox, que se inspira na teoria de Antonio Gramsci para construir a sua teoria dinâmica e histórica (materialismo histórico) nas relações internacionais, onde "para tornar-se hegemônico, um Estado deve estabelecer e proteger uma ordem mundial universal na sua concepção, isto é, não uma ordem na qual um Estado explora diretamente os outros, mas uma ordem que a maioria dos outros Estados (...) considera como compatível com seus próprios interesses"; e David Harvey, que construiu um materialismo geográfico histórico, destacando a dimensão espacial do capitalismo (socioespacial), alargando sua ação (mercado, tráfego, transporte, desregulamentação, deslocalização, privatização, etc.) para todas as comunidades, espaços sociais (escolas, hospitais, cidade, campo, espaços "virgens", etc.) e continentes (fronteira, meio ambiente, etc.). (16)
Depois do Império e do imperialismo, intervém a nação (o Estado-nação), que tem muito a sofrer com as ações de desregulamentação das multinacionais capitalistas e com as organizações internacionais (OMC, FMI, etc.), assim como com o nacionalismo beligerante, este “‘essencialismo’ que transforma as entidades ‘eternas’ provenientes de um passado imemorial e se projetando em um futuro indefinido” apoiando-se “sobre os elementos provenientes de tradições antigas, mas (...) transformando-os para fazer deles um fenômeno moderno” podendo fazer surgir “etnicidades fictícias”, ou o pós-nacionalismo dos internacionalistas anti-nacionais (17), militantes sem fronteiras dos direitos dos povos à autodeterminação dentro de uma nação, de uma micro-nação ou de uma comunidade local. Benedict Anderson e Tom Nairn explicitarão essa "relação problemática que o marxismo mantém com o nacionalismo”, enquanto Habermas eEtienne Balibar pensarão a existência de entidades supranacionais soberanas como intermediárias entre o Estado-nação e o Império, apostando no declínio da capacidade atrativa da nação gangrenada, em nossas democracias, o que Giorgio Agamben chamará de estado de exceção. (18)
E o capitalismo contemporâneo em tudo isso? Para Robert Brenner, o capitalismo continua sendo ainda e sempre uma questão de luta de classes. (19) Ele coabita com os modelos antigos (capitalismo mercantil, capitalismo fóssil, etc.), acrescentando novas formas, organizações adaptadas e inovações cada vez mais complexas (como o capitalismo cognitivo de Michel Husson), produzindo outros tipos de alienação, de exploração e de opressão dentro de nossos microcapitalismos locais e de nossos “sistemas-mundos", estes conjuntos geográficos teorizados por Giovanni Arrighi eImmanuel Wallerstein, que contêm “muitos subsistemas culturais, mas não [têm] uma única divisão do trabalho".
O marxismo tradicional parece se transformar gradualmente em marxismo ecológico, em luta contra o capitalismo verde. Na família dos novos pensamentos críticos radicais de esquerda, a ecologia política (ecologia política, decrescimento, antiespecismo, etc.) tomará nos próximos anos um lugar cada vez mais destacado. (20)
... e sujeitos
O outro eixo diz respeito "aos atores suscetíveis de serem os vetores da transformação social” e aos meios de sua emancipação.
Entre estes, Jacques Rancière, ex-aluno de Louis Althusser, revela-se menos doutrinal que um Alain Badiou platônico-maoísta ou que um Slavoj Zizek leninista-lacaniano. Ao contrário de seu ex-mestre, que via no "Partido e no intelectual munido da teoria marxista [os únicos objetos sociais] para acessar diretamente (...) o movimento histórico real", quando "sem sua contribuição, as massas [permaneceriam] na ignorância da realidade e em sua própria condição”, necessitando que “a consciência de seu destino histórico deve ser insuflado de fora na classe operária”, Jacques Rancière se revela, em seus escritos, fundamentalmente antiplatônico e um promotor da "igualdade das inteligências”.
Uma das características de identificação dos novos pensamentos críticos é a utilização recorrente do prefixo "pós". Como tal, o pós-feminismo representa uma de suas componentes mais em voga, tendo como figuras emblemáticas a ecofeminista Donna Haraway, que vê no ser cyborg "a figura emancipadora central de nosso tempo", a representante da queer theory, Judith Butler, ou os subaltern studies, com Gayatri Spivak.
Os indivíduos, os atores sociais, ainda são considerados como elementos de classes contra outras classes em uma sociedade minimamente polarizada, razão pela qual é multipolarizada e integrada por outras divisões possíveis dentro de cada uma destas (de sexo, de gênero, de religião, de nacionalidade, etc.). Para Edward Palmer Thompson, as classes são dinâmicas e socialmente construídas, isto é, que elas não são “um fenômeno sócio-econômico que existe independentemente da consciência” dos indivíduos, mas antes categorias relacionais complexas (de colaboração ou de conflito), relativamente singulares e tributárias da história (do tempo e do espaço), comportando uma cultura e uma “experiência, que é mais ou menos homogênea segundo as épocas, e que evolui ao longo do tempo”, dependentes "em parte das relações de produção”. Contra uma visão holística de classes e um determinismo histórico e implacável, Erick Olin Wright propõe uma "tentativa [empírica] de fusão entre o marxismo e o individualismo metodológico" (marxismo analítico), aí onde Álvaro Garcia Linera acentuará a dimensão indigenista, espacial e temporal das identidades de classes onde “o tempo de classe mistura inextricavelmente os tempos pessoais e coletivos”. Esta identidade também é questionada do ponto de vista do reconhecimento, como em Charles Taylor, que se centra sobre o multiculturalismo, em Nancy Fraser, Axel Honneth, ou no cosmopolitismo de Seyla Benhabib.
Hoje e amanhã
Seguindo o exemplo de Perry Anderson (21), a propósito do possível destino do socialismo, podemos supor que os novos pensamentos críticos aparecerão no futuro, quer como uma experiência ideológica e uma experiência empírica inacabada, quer como um conjunto de teorias e práticas a serem repensadas, renovadas e reformuladas à espera de um momento histórico favorável para os mesmos, quer como início e impulso de uma nova tradição revolucionária cumulativa (combinando continuidade e ultrapassagens), quer, finalmente, elas anunciem a saída de um tempo de eclipse e a chegada de sua hegemonia política.
Mas, por enquanto, lendo os novos pensamentos críticos atuais, parece que eles estão na mesma condição que o altermundialismo, em estado de crise existencial. (22)
Notas:
(1) Razmig Keucheyan voltará a esse tema no próximo dia 28 de agosto, na Société Louise Michel por ocasião da Universidade de Verão do NPA, em um fórum intitulado “História e atualidade dos pensamentos críticos”.
(2) Manifestação contra a Organização Mundial do Comércio, Seattle, 1990; Fórum Social Mundial, Porto Alegre, 2001; etc.
(3) BOURDIEU, Pierre; CHARLE, Christophe; LACROIX, Bernard; LABARON, Frédéric; MAUGER, Gérard. “Pour une gauche de gauche”, Le Monde, 8 de abril de 1998.
(4) Ao contrário de Razmig Keucheyan, considero e situo as estruturas anarquistas em uma galáxia diferente das organizações “esquerdistas”, como evocava, por exemplo, em “Un anarchiste chez les anthropologues », BibliObs, maio de 2010.
(5) Razmig Keucheyan indica justamente que os trotskistas – inscritos como “um contingente importante de resistentes” – inscreveram “sua atividade teórica em uma dialética que alia conservação e inovação”, uma “dialética entre a continuidade e a ruptura com o passado”.
(6) MONOD, Jean-Claude. Penser l'ennemi, affronter l'exception. Réflexions critiques sur l'actualité de Carl Schmitt. Paris : La Découverte, 2006.
(7) ANDERSON, Perry. In the Tracks of Historical Materialism. Londres : Verso, 1983. Perry Anderson é ex-redator-chefe da New Left Review e professor de história e sociologia na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA, Departamento de História).
(8) GLUCKSMANN, André. Os Mestres Pensadores. Lisboa: Dom Quixote, 1978; LÉVY, Bernard-Henri. La Barbarie à visage humain. Paris : Grasset, 1977. Ver também a crítica da Escola de Frankfurt, ADORNO, Theodor ; HORKHEIMER, Max. A Dialética do Esclarecimento. São Paulo : Jorge Zahar, 1985.
(9) Estamos somente na ideia de que “contrariamente à universidade francesa, onde o fechamento sobre si mesma é notório, a universidade norte-americana é aberta ao mundo”?
(10) Este paradigma é considerado como total porque “há uma perspectiva marxista em todas as disciplinas das ciências humanas: economia, geografia, sociologia, ciências políticas, filosofia, linguística, etc.”.
(11) “A religião é o suspiro da criatura oprimida, a alma de um mundo sem coração, como ela é o espírito das condições sociais em que o espírito foi excluído. Ela é o ópio do povo”. MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Crítica da Filosofia do Direito de Hegel. São Paulo: Boitempo, 2005 (1844); LÖWI, Michael. “Ópio do povo? Marxismo crítico e religião”, emNPA, fevereiro de 2010.
(12) Lutte Ouvrière, Les religions; Dawson, « Le combat du marxisme contre la religion », Revue Internationale, 2005.
(13) HOUTART, François. « De nouveaux défis pour la théologie de la libération », NPA, maio de 2010; ACHCAR, Gilbert. « Marxistes et religion, hier et aujourd'hui » NPA, fevereiro de 2010.
(14) WRIGHT, Steve. A l'assaut du ciel - Composition de classe et lutte de classe dans le marxisme autonome italien, Senonevero, 2007.
(15) Leo Panitch é professor de ciências políticas na Universidade de York, no Canadá, e codiretor da revista Socialist Register.
(16) Pode-se ler, como complemento LACOSTE, Yves. La géographie, ça sert, d'abord, à faire la guerre, Maspero, 1976.
(17) TAGUIEFF, Pierre-André. Les fins de l'antiracisme, Michalon, 1995.
(18) DUBREUIL, Benoît. « Giorgio Agamben, État d'exception, Homo sacer », Politique et Sociétés, vol. 23, n° 1, 2004, p. 199-203.
(19) BRENNER, Robert. « The Origins of Capitalist Development: A Critique of Neo-Smithian Marxism », New Left Review, Vol. 104, 1977.
(20) HARRIBEY, Jean-Marie. « Marxisme écologique ou écologie politique marxienne», in BIDET, J., KOUVÉLAKIS, E. (dir.), Dictionnaire Marx contemporain, PUF, Actuel Marx Confrontation, 2001, p. 183-200.
(21) ANDERSON, Perry. Zona de Compromisso. São Paulo: Unesp, 1996.
(22) RASPLUS, Valéry. « Altermondialisme : la crise existentielle », Libération, 2009.
"Talismã"
Postado por Kamadon
(baseado em texto do livro “Jesus no Lar” – Neio Lúcio)
Jesus em casa de apóstolos, conversa sobre as atividades do dia onde aconteceram curas de doentes. Isabel, preocupada em não se adoentar questiona o Mestre como poderia obter um talismã de cuja virtude possa ela desfrutar.
O que ela quer é algo “mágico”, que possa lhe trazer benefícios sem esforços. O Mestre, rindo-se da ingenuidade do ser humano que busca em coisas materiais receber gratuitamente as benesses do Pai, lhe responde:
“Realmente, conheço um talismã de maravilhoso poder. Usando-lhe os milagrosos recursos é possível iniciar a aquisição de todos os dons de nosso Pai. Oferece a descoberta dos tesouros do amor que resplandecem ao redor de nós, sem que lhe vejamos, de pronto a grandeza. Descortina o entendimento, onde a desarmonia castiga os corações. Abre a porta às revelações da arte e da ciência. Estende possibilidades de luminosa comunhão com as fontes divinas da vida. Convida à benção das meditações nas coisas sagradas. Reata relações de companheiros em discordância. Descerra passagens de luz aos espíritos que se demoram nas sombras. Permite abençoadas sementeiras de alegria. Reveste-se de mil oportunidades de paz com todos. Indica rede de trilhos para o trabalho salutar. Revela mil modos de enriquecer a vida que vivemos. Facilita o acesso da alma ao pensamento dos grandes mestres. Dá comunicações com os nossos mananciais celeste da intuição”.
“Sem esse divino talismã, é impossível começar qualquer obra de luz na Terra”.
Isabel está encantada com os poderes desse magnífico amuleto e pede a Jesus que indique onde adquiri-lo. Ela tem pressa em entrar nesse mundo de felicidades prometido a quem possuir esse poderoso talismã.
“Esse bendito talismã, Isabel, é propriedade comum a todos. É “a hora que estamos atravessando” ... Cada minuto de nossa alma permanece revestido de prodigioso poder oculto, quando sabemos usa-lo no Infinito Bem, porque toda grandeza e toda decadência, toda vitória e toda ruína são iniciadas com a colaboração do dia”.
“O tempo é o divino talismã que devemos aproveitar”.
Vamos conhecer este talismã para que nós também possamos utilizá-lo...
“A hora que estamos atravessando”
O momento que vivemos é composto por acontecimentos que estão existindo em nossas vidas. São as situações da vida de cada um. Esses momentos podem ser de dois tipos: prazerosos ou de sofrimentos.
Quando no momento de sua existência o ser vê os seus desejos (vontades) satisfeitos, entra no estado de prazer. Quando todos os acontecimentos ocorrem como planejados pelo espírito ele goza da felicidade material (prazer). Nesse momento ele entende o “tempo” como um talismã capaz de lhe trazer felicidade.
No entanto, se os acontecimentos contrariam os desejos do ser, ele sofre. Quando alguém provoca um acontecimento que fira os conceitos do espírito, esse se contraria, critica, acusa. Nesse momento o “tempo” deixa de ser um talismã de felicidade e se torna em um instrumento de seu sofrimento.
Cristo nos afirma ao contrário: qualquer que seja o acontecimento que está se sucedendo agora, ele é um talismã que pode nos levar a alcançar a felicidade. Independente do que está acontecendo, todo o fato de uma existência é instrumento utilizado por Deus para a felicidade do espírito.
Se a diferença entre a felicidade e o sofrimento está nos desejos de um ser (quando contentados alcança a alegria, quando não, sofre) para bem se utilizar esse talismã é preciso deixar de ter desejos.
Esse é o ensinamento do Mestre oculto na conversa com Isabel. É preciso que o espírito encarnado abra mão de suas vontades individuais e entenda que todos os acontecimentos que estão ocorrendo são instrumentos utilizados por Deus para a que ele seja feliz.
Para se agir dessa forma é preciso incorporar Deus aos acontecimentos. Enquanto o homem imaginar-se causador de algo, terá necessariamente conceitos que espelhem os seus padrões de justiça e de amor.
Quando o ser humanizado compreender-se como participante do universo (ser universal – espírito) poderá ver Deus como Causa Primária de todas as coisas, agindo universalmente com Justiça Perfeita e Amor Sublime.
A partir da utilização desse “filtro” para poder se “enxergar os acontecimentos”, o ser poderá deixar de desejar. Ele terá um Pai que gera todos os acontecimentos e por isso não necessitará se preocupar com os acontecimentos da vida.
Terá um Pai que é Justo e, portanto, não precisará julgar os acontecimentos de acordo com os seus conceitos de justiça. Terá um Pai que é amoroso, que lhe dá tudo o que precisa para alcançar a elevação espiritual. Não necessitará mais saber o que lhe pode ser “bom” ou “mal”.
A vida vivida com a presença constante dos atributos de Deus é o talismã que leva o ser a alcançar a felicidade suprema.
“é possível iniciar a aquisição de todos os dons de nosso Pai”.
O ser humanizado se acha capaz de “compreender” o que está acontecendo. No entanto, a sua “compreensão” é limitada pela visão “estreita” que possui do Universo.
Quem pode dizer o que determinado acontecimento poderá fazer ocorrer no Universo por causa da interdependência? Todos os acontecimentos da existência interferem na dos outros seres do Universo. Quando alguém busca a sua satisfação individual estará, certamente, causando o infortúnio para outro. Quem pode medir o impacto da ação individual de cada um sobre o próximo para que a Justiça Perfeita seja mantida?
O infortúnio causado a outro pode levá-lo a escolher sentimentos negativos para reagir ao acontecimento. Com isso, o espírito, sem consciência de tal fato, pode aumentar seus débitos com o Universo. Quem pode determinar o que é útil para cada ser?
Apenas Deus que possui as suas propriedades elevadas ao potencial máximo é capaz de “compreender” toda a interdependência dos atos individuais para que a Justiça Perfeita e o Amor Sublime prevaleçam em Seu Reino.
Somente utilizando essas verdades universais sobre o momento atual é que o ser poderá penetrar nos desígnios do Pai. Os dons de Deus (Inteligência Suprema, Justiça Perfeita, e Amor Sublime) só podem ser compreendidos quando aplicados a cada situação do universo.
“descoberta dos tesouros do amor que resplandecem ao redor de nós, sem que lhe vejamos, de pronto a grandeza”.
Deus, o Amor Sublime, jamais poderia causar o “mal” para qualquer dos seus filhos. Todas as Suas ações são visando o “bem” de cada um. Esse “bem” não se reflete na satisfação material, que é momentânea e fugaz, mas em proporcionar as condições necessárias para que cada um penetre na felicidade universal, eterna.
Por isso, quando Deus comanda um ato que contraria o “desejo” do espírito, não age para penalizar ou apenas para contrariá-lo. Ele sabe melhor do que o homem o que o Seu filho precisa para ser feliz.
Todo ato que Deus promove é revestido do mais sublime amor. O ser humanizado é que não consegue entender dessa forma os acontecimentos porque está preso aos seus desejos individuais.
Para utilizar-se do amuleto que Deus nos deu, é necessário que se abandone os desejos. Aí sim, poderá compreender perfeitamente todo inesgotável amor que o Pai tem pelos seus filhos.
“Descortina o entendimento, onde a desarmonia castiga os corações”.
“Reata relações de companheiros em discordância”.
Toda desarmonia nasce de um desejo individual. Quando alguém quer algo, se não for contentado, lutará para alterar o acontecimento até que se satisfaça. Para isso julgará, criticará, acusará quem não lhe satisfaz as vontades.
Quando o ser não mais tiver essas vontades, a harmonia e a paz reinarão, uma vez que tudo que acontecer será Perfeito, Justo e Amoroso pela Fonte que o produz. Enquanto isso não acontecer, o ser viverá no estado de espírito de sofrimento.
O único caminho para a paz é a compreensão da ação de Deus sobre o Universo: o talismã do tempo atual, o que está acontecendo.
“Abre a porta às revelações da arte e da ciência”.
Com o entendimento de Deus Causa Primária acabam-se os “conceito” de “bonito” e “feio”. Nada do que Deus promova pode ser “bonito”, porque para que isso ocorresse deveria haver um “feio” que servisse de parâmetro de comparação.
Todas as coisas são instrumentos que Deus coloca para o espírito poder ser feliz. São os conceitos do ser que separam as coisas: aquilo que lhe satisfaz, diz que é “bonito”, quando não, diz que é “feio”.
Tudo no universo é prático e possui função específica para auxiliar o ser. Com a prática deste conhecimento se revoluciona todo o conhecimento do Universo. As coisas deixarão de ser “compreendidas” por sua forma e, nesse momento, poderá ser entendida a sua essência: função que Deus deu àquilo.
Da mesma forma as doenças não mais existirão. Toda ciência será reformulada a partir do momento que se descobrir o Deus Causa Primária. Se o Pai consegue sustentar cada planeta no seu devido lugar, será que não possuirá capacidade de vencer um micróbio, vírus ou bactéria?
“7 - Poder-se-ia achar nas propriedades íntimas da matéria a causa primária da formação das coisas?”
“Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É indispensável sempre a existência de uma causa primária”. (Livro dos Espíritos)
Todas as situações, inclusive as chamadas leis materiais, são causadas por Deus. Nada pode reagir apenas de determinada forma. Todas as leis científicas materiais são apenas parte da lei científica universal criada por Deus.
Hoje o homem imagina que o que sabe sobre os elementos do universo é a totalidade de suas propriedades. No entanto, se a ação de Deus é a propriedade do elemento, apenas Ele pode conhecer a totalidade da regra de “funcionamento” desse elemento.
Assim, quem utiliza o talismã que Cristo nos ensina não se prende às reações a partir das propriedades dos elementos, mas compreende que ele reage como comandado por Deus visando proporcionar uma chance de evolução ao ser.
“Estende possibilidades de luminosa comunhão com as fontes divinas da vida”.
Quando o ser humanizado se prende aos seus desejos e verdades, cria um mundo individualista. Para ele, apenas aquilo no que crê se transforma em verdade absoluta. Esse mundo é isolado do Universo, onde apenas o que Deus vê e compreende se transforma em verdade absoluta.
As verdades e desejos do ser humano formam a sua “vida”. Se compararmos a vida de cada um a uma casa, podemos dizer que aqueles que estão presos ao gozo das verdades individuais vivem dentro de uma casa com portas e janelas cerradas. Eles se isolam do Universo de Deus.
Para que um ser possa penetrar no mundo de Deus é preciso que ele abra as janelas e as portas de sua casa. Derrubando as paredes que limitam um simples pedaço de terra com o Universo, o ser poderá penetrar no mundo de Deus.
A comunhão do ser com a sua realidade espiritual depende da quebra de suas verdades individuais.
“Dá comunicações com os nossos mananciais celeste da intuição”.
“Imaginamos erradamente que aos espíritos só caiba manifestar sua ação por fenômenos extraordinários. Quiséramos que nos viessem auxiliar por meio de milagres e os figuramos sempre armados de uma varinha mágica. Por não ser assim é que oculta nos parece a intervenção que têm nas coisas deste mundo e muito natural o que se executa com o concurso deles” (Livro dos Espíritos – Comentário à pergunta 525).
Existe todo um universo de seres que rodeia o ser humanizado. A cada momento, de acordo com a ordem de Deus, esses seres “comunicam-se” com os encarnados transmitindo a Causa Primária. Os órgãos do sentido do corpo físico não conseguem captar a presença desses seres e, por isso, os seres humanos se imaginam isolados no universo.
A conversa entre os seres desencarnados e os encarnados foi chamada de “intuição”.
“525 – Exercem os espíritos alguma influência nos acontecimentos da vida?”
“Certamente, pois que vos aconselham”. (Livro dos Espíritos)
Essas “conversas” são os pensamentos que o ser humano possui. As “histórias” que se formam durante o raciocínio são intuições que os seres desencarnados passam aos encarnados para que se produza o efeito (ato) que Deus quer. Todas as intuições têm por base a manutenção da Justiça Perfeita e do Amor Sublime no universo.
Como poder ver as coisas dessa forma? Utilizando o talismã que Cristo nos dá: os acontecimentos de agora. Enquanto o ser imaginar-se independente de Deus não conseguirá compreender as intuições que recebe e cada vez mais penetrará no individualismo, falindo a sua prova, encarnação.
“Convida à benção das meditações nas coisas sagradas”.
“Descerra passagens de luz aos espíritos que se demoram nas sombras”.
Sagradas são apenas as coisas que se originam na Perfeição do Universo: Deus.
No primeiro mandamento da lei de Deus está escrito: amar a Deus acima de todas as coisas. Quando o ser humanizado ama a si mais do que a Deus (dá maior valor às suas verdades do que a ação divina), fere frontalmente essa lei e, por esse motivo, fica à parte das coisas sagradas.
Apenas usando o talismã que Cristo nos ensina pode o ser humanizado entrar em contato com as coisas sagradas, ou seja, com a vontade de Deus. Enquanto não utilizar o acontecimento do momento com uma chance que Deus nos proporciona para a felicidade, este ser estará preso aos seus desejos.
A utilização desse talismã não se prende a nenhuma religião. Todas as formas de religação com Deus possuem “coisas sagradas”: orações, imagens, artigos materiais. Quem idolatra essas coisas não consegue chegar à verdadeira coisa sagrada: Deus e sua ação.
Portanto, utilizar o talismã ensinado por Cristo a Isabel não depende de religião, mas sim de reforma íntima. Abandonar o gozo dos prazeres (felicidade material) para viver dentro da Causa Primária universal com Justiça Perfeita e Amor Sublime.
“Permite abençoadas sementeiras de alegria”.
“Revela mil modos de enriquecer a vida que vivemos”.
A única condição necessária para que um ser seja feliz é escolher o sentimento de felicidade frente aos acontecimentos da vida. A felicidade somente será alcançada com a alteração da escolha sentimental dos seres (livre-arbítrio). Jamais esse estado de espírito poderá ser alcançado alterando-se os fatos, pois eles refletem uma Perfeição, quer na forma, na Justiça e no Amor.
Enquanto o ser não se libertar de se seus conceitos (vontades) jamais conseguirá atingir essa felicidade universal. Deus não criaria tudo o que existe apenas para satisfazer a vontade de um ser, nem mesmo a Dele.
Deus não comanda a os acontecimentos por Sua própria vontade, mas o faz dessa forma porque sabe que aquilo é o melhor para o “futuro” do ser. Deus não nos pede que O amemos acima de todas as coisas por soberba, mas porque sabe que essa é a única consciência que pode levar o espírito à progressão espiritual, que, em última análise, é o tesouro espiritual de um ser.
Os bens materiais perecem, as traças roem e a ferrugem destrói, mas os bens espirituais, os sentimentos que um ser nutre, permanecem eternamente com esse. No entanto, essas posses podem trazer a falência ou a glória para um espírito.
Se o ser nutre sentimentos negativos (individualistas) eles permanecerão com esse, mas provocarão o sofrimento que caracteriza a involução do ser. Mas, se por outro lado, o ser nutre sentimentos positivos que o levam ao estado de espírito de felicidade universal, o ser é “rico”.
Esse foi o ensinamento básico da Boa Nova trazida por Jesus Cristo. Portanto, a utilização do talismã ensinado à Isabel é o caminho prático para se viver dentro dos ensinamentos do Mestre maior.
“Indica rede de trilhos para o trabalho salutar”.
“Facilita o acesso da alma ao pensamento dos grandes mestres”.
A existência carnal do ser não é um passeio, uma viagem de férias. Ele se reveste da massa carnal e passa a “viver” no mundo mais denso com um objetivo: provar a Deus que é capaz de abandonar seus desejos e apenas amar. Assim sendo, podemos afirmar que a vida de um espírito é um “trabalho”.
A modificação da compreensão dos acontecimentos, de dependentes do querer de cada um para o desejo de Deus, é o trilho que pode levar à realização do trabalho de um ser. Sem isso, o espírito toma o caminho mais largo, que termina no sofrimento da contrariedade dos seus desejos.
Foi para ensinar esse caminho estreito que Deus, no seu Sublime Amor, enviou mestres ao planeta. Buda, Kardec, Cristo, os Apóstolos, os Profetas, Krishna, Maomé e tantos outros vieram à massa carnal nos ensinar que a existência humana tem que ser pautada com a plena consciência da ação de Deus.
Para ensinar o caminho a ser percorrido cada um, de acordo com sua época e os costumes dos povos para os quais falaram, deixou ensinamentos. O homem, interessado em satisfazer-se, alterou esses ensinamentos.
Ao invés de compreendê-los sob a ótica de Deus, buscou neles o caminho para a sua satisfação. Procura viver dentro dos ensinamentos, mas espera que o resultado desse trabalho seja a satisfação de seus desejos. O resultado do trabalho de um ser dentro dos ensinamentos do mestre não é a satisfação, mas a plenitude da felicidade espiritual.
O resultado daquele que segue os ensinamentos dos mestres não é a satisfação individual, mas a glória da felicidade universal na vida eterna. Alterando-se a visão dos acontecimentos a partir do abandono dos desejos, o ser pode então alcançar esse estágio de evolução e, aí, ser realmente feliz.
“Sem esse divino talismã, é impossível começar qualquer obra de luz na Terra”.
“132 – Qual é o objetivo da encarnação dos espíritos”?
“Deus lhes impõe a encarnação com o objetivo de faze-los chegar à perfeição. Para alguns é uma expiação, para outros é uma missão. Todavia, para alcançarem essa perfeição devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal; nisso é que está a expiação” (O Livro dos Espíritos).
A Kardec foi ensinado que a “perfeição” (elevação espiritual) só será alcançada em uma encarnação quando o ser “suportar as vicissitudes da existência corporal”. Como vicissitude entende-se a “mudança ou variação das coisas que se sucedem” (Mini Dicionário Aurélio).
É exatamente na mudança das coisas (de satisfatórias para insatisfatórias) que consiste a expiação necessária para que o ser evolua. Expiar é pagar os seus débitos com o universo e não somente com outros seres.
Quando um ser “quer” individualmente (desejos) fere toda uma coletividade espiritual que coexiste universalmente. É para ele expiar esse querer que Deus faz com que o próximo não se submeta aos seus caprichos, mas o coloca em posição antagônica para dizer que o querer do ser é individual. Busca apenas a justiça e o amor para si.
O objetivo de uma encarnação do espírito é reformar-se, ou seja, mudar os seus conceitos. Como mudar se Deus satisfizê-los? É exatamente no momento que os desejos individuais não são satisfeitos que ocorre a chance da mudança.
A elevação espiritual não pode jamais acontecer pela satisfação do homem, mas deve nascer da reforma do ser. Da mudança do seu desejo individualista para a penetração na Sabedoria de Deus.
É para isso que o Pai deu a cada um o talismã: instrumento capaz de promover a reforma íntima. Bem usando o momento de hoje, o ser garante um futuro em glória.
(baseado em texto do livro “Jesus no Lar” – Neio Lúcio)
Jesus em casa de apóstolos, conversa sobre as atividades do dia onde aconteceram curas de doentes. Isabel, preocupada em não se adoentar questiona o Mestre como poderia obter um talismã de cuja virtude possa ela desfrutar.
O que ela quer é algo “mágico”, que possa lhe trazer benefícios sem esforços. O Mestre, rindo-se da ingenuidade do ser humano que busca em coisas materiais receber gratuitamente as benesses do Pai, lhe responde:
“Realmente, conheço um talismã de maravilhoso poder. Usando-lhe os milagrosos recursos é possível iniciar a aquisição de todos os dons de nosso Pai. Oferece a descoberta dos tesouros do amor que resplandecem ao redor de nós, sem que lhe vejamos, de pronto a grandeza. Descortina o entendimento, onde a desarmonia castiga os corações. Abre a porta às revelações da arte e da ciência. Estende possibilidades de luminosa comunhão com as fontes divinas da vida. Convida à benção das meditações nas coisas sagradas. Reata relações de companheiros em discordância. Descerra passagens de luz aos espíritos que se demoram nas sombras. Permite abençoadas sementeiras de alegria. Reveste-se de mil oportunidades de paz com todos. Indica rede de trilhos para o trabalho salutar. Revela mil modos de enriquecer a vida que vivemos. Facilita o acesso da alma ao pensamento dos grandes mestres. Dá comunicações com os nossos mananciais celeste da intuição”.
“Sem esse divino talismã, é impossível começar qualquer obra de luz na Terra”.
Isabel está encantada com os poderes desse magnífico amuleto e pede a Jesus que indique onde adquiri-lo. Ela tem pressa em entrar nesse mundo de felicidades prometido a quem possuir esse poderoso talismã.
“Esse bendito talismã, Isabel, é propriedade comum a todos. É “a hora que estamos atravessando” ... Cada minuto de nossa alma permanece revestido de prodigioso poder oculto, quando sabemos usa-lo no Infinito Bem, porque toda grandeza e toda decadência, toda vitória e toda ruína são iniciadas com a colaboração do dia”.
“O tempo é o divino talismã que devemos aproveitar”.
Vamos conhecer este talismã para que nós também possamos utilizá-lo...
“A hora que estamos atravessando”
O momento que vivemos é composto por acontecimentos que estão existindo em nossas vidas. São as situações da vida de cada um. Esses momentos podem ser de dois tipos: prazerosos ou de sofrimentos.
Quando no momento de sua existência o ser vê os seus desejos (vontades) satisfeitos, entra no estado de prazer. Quando todos os acontecimentos ocorrem como planejados pelo espírito ele goza da felicidade material (prazer). Nesse momento ele entende o “tempo” como um talismã capaz de lhe trazer felicidade.
No entanto, se os acontecimentos contrariam os desejos do ser, ele sofre. Quando alguém provoca um acontecimento que fira os conceitos do espírito, esse se contraria, critica, acusa. Nesse momento o “tempo” deixa de ser um talismã de felicidade e se torna em um instrumento de seu sofrimento.
Cristo nos afirma ao contrário: qualquer que seja o acontecimento que está se sucedendo agora, ele é um talismã que pode nos levar a alcançar a felicidade. Independente do que está acontecendo, todo o fato de uma existência é instrumento utilizado por Deus para a felicidade do espírito.
Se a diferença entre a felicidade e o sofrimento está nos desejos de um ser (quando contentados alcança a alegria, quando não, sofre) para bem se utilizar esse talismã é preciso deixar de ter desejos.
Esse é o ensinamento do Mestre oculto na conversa com Isabel. É preciso que o espírito encarnado abra mão de suas vontades individuais e entenda que todos os acontecimentos que estão ocorrendo são instrumentos utilizados por Deus para a que ele seja feliz.
Para se agir dessa forma é preciso incorporar Deus aos acontecimentos. Enquanto o homem imaginar-se causador de algo, terá necessariamente conceitos que espelhem os seus padrões de justiça e de amor.
Quando o ser humanizado compreender-se como participante do universo (ser universal – espírito) poderá ver Deus como Causa Primária de todas as coisas, agindo universalmente com Justiça Perfeita e Amor Sublime.
A partir da utilização desse “filtro” para poder se “enxergar os acontecimentos”, o ser poderá deixar de desejar. Ele terá um Pai que gera todos os acontecimentos e por isso não necessitará se preocupar com os acontecimentos da vida.
Terá um Pai que é Justo e, portanto, não precisará julgar os acontecimentos de acordo com os seus conceitos de justiça. Terá um Pai que é amoroso, que lhe dá tudo o que precisa para alcançar a elevação espiritual. Não necessitará mais saber o que lhe pode ser “bom” ou “mal”.
A vida vivida com a presença constante dos atributos de Deus é o talismã que leva o ser a alcançar a felicidade suprema.
“é possível iniciar a aquisição de todos os dons de nosso Pai”.
O ser humanizado se acha capaz de “compreender” o que está acontecendo. No entanto, a sua “compreensão” é limitada pela visão “estreita” que possui do Universo.
Quem pode dizer o que determinado acontecimento poderá fazer ocorrer no Universo por causa da interdependência? Todos os acontecimentos da existência interferem na dos outros seres do Universo. Quando alguém busca a sua satisfação individual estará, certamente, causando o infortúnio para outro. Quem pode medir o impacto da ação individual de cada um sobre o próximo para que a Justiça Perfeita seja mantida?
O infortúnio causado a outro pode levá-lo a escolher sentimentos negativos para reagir ao acontecimento. Com isso, o espírito, sem consciência de tal fato, pode aumentar seus débitos com o Universo. Quem pode determinar o que é útil para cada ser?
Apenas Deus que possui as suas propriedades elevadas ao potencial máximo é capaz de “compreender” toda a interdependência dos atos individuais para que a Justiça Perfeita e o Amor Sublime prevaleçam em Seu Reino.
Somente utilizando essas verdades universais sobre o momento atual é que o ser poderá penetrar nos desígnios do Pai. Os dons de Deus (Inteligência Suprema, Justiça Perfeita, e Amor Sublime) só podem ser compreendidos quando aplicados a cada situação do universo.
“descoberta dos tesouros do amor que resplandecem ao redor de nós, sem que lhe vejamos, de pronto a grandeza”.
Deus, o Amor Sublime, jamais poderia causar o “mal” para qualquer dos seus filhos. Todas as Suas ações são visando o “bem” de cada um. Esse “bem” não se reflete na satisfação material, que é momentânea e fugaz, mas em proporcionar as condições necessárias para que cada um penetre na felicidade universal, eterna.
Por isso, quando Deus comanda um ato que contraria o “desejo” do espírito, não age para penalizar ou apenas para contrariá-lo. Ele sabe melhor do que o homem o que o Seu filho precisa para ser feliz.
Todo ato que Deus promove é revestido do mais sublime amor. O ser humanizado é que não consegue entender dessa forma os acontecimentos porque está preso aos seus desejos individuais.
Para utilizar-se do amuleto que Deus nos deu, é necessário que se abandone os desejos. Aí sim, poderá compreender perfeitamente todo inesgotável amor que o Pai tem pelos seus filhos.
“Descortina o entendimento, onde a desarmonia castiga os corações”.
“Reata relações de companheiros em discordância”.
Toda desarmonia nasce de um desejo individual. Quando alguém quer algo, se não for contentado, lutará para alterar o acontecimento até que se satisfaça. Para isso julgará, criticará, acusará quem não lhe satisfaz as vontades.
Quando o ser não mais tiver essas vontades, a harmonia e a paz reinarão, uma vez que tudo que acontecer será Perfeito, Justo e Amoroso pela Fonte que o produz. Enquanto isso não acontecer, o ser viverá no estado de espírito de sofrimento.
O único caminho para a paz é a compreensão da ação de Deus sobre o Universo: o talismã do tempo atual, o que está acontecendo.
“Abre a porta às revelações da arte e da ciência”.
Com o entendimento de Deus Causa Primária acabam-se os “conceito” de “bonito” e “feio”. Nada do que Deus promova pode ser “bonito”, porque para que isso ocorresse deveria haver um “feio” que servisse de parâmetro de comparação.
Todas as coisas são instrumentos que Deus coloca para o espírito poder ser feliz. São os conceitos do ser que separam as coisas: aquilo que lhe satisfaz, diz que é “bonito”, quando não, diz que é “feio”.
Tudo no universo é prático e possui função específica para auxiliar o ser. Com a prática deste conhecimento se revoluciona todo o conhecimento do Universo. As coisas deixarão de ser “compreendidas” por sua forma e, nesse momento, poderá ser entendida a sua essência: função que Deus deu àquilo.
Da mesma forma as doenças não mais existirão. Toda ciência será reformulada a partir do momento que se descobrir o Deus Causa Primária. Se o Pai consegue sustentar cada planeta no seu devido lugar, será que não possuirá capacidade de vencer um micróbio, vírus ou bactéria?
“7 - Poder-se-ia achar nas propriedades íntimas da matéria a causa primária da formação das coisas?”
“Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É indispensável sempre a existência de uma causa primária”. (Livro dos Espíritos)
Todas as situações, inclusive as chamadas leis materiais, são causadas por Deus. Nada pode reagir apenas de determinada forma. Todas as leis científicas materiais são apenas parte da lei científica universal criada por Deus.
Hoje o homem imagina que o que sabe sobre os elementos do universo é a totalidade de suas propriedades. No entanto, se a ação de Deus é a propriedade do elemento, apenas Ele pode conhecer a totalidade da regra de “funcionamento” desse elemento.
Assim, quem utiliza o talismã que Cristo nos ensina não se prende às reações a partir das propriedades dos elementos, mas compreende que ele reage como comandado por Deus visando proporcionar uma chance de evolução ao ser.
“Estende possibilidades de luminosa comunhão com as fontes divinas da vida”.
Quando o ser humanizado se prende aos seus desejos e verdades, cria um mundo individualista. Para ele, apenas aquilo no que crê se transforma em verdade absoluta. Esse mundo é isolado do Universo, onde apenas o que Deus vê e compreende se transforma em verdade absoluta.
As verdades e desejos do ser humano formam a sua “vida”. Se compararmos a vida de cada um a uma casa, podemos dizer que aqueles que estão presos ao gozo das verdades individuais vivem dentro de uma casa com portas e janelas cerradas. Eles se isolam do Universo de Deus.
Para que um ser possa penetrar no mundo de Deus é preciso que ele abra as janelas e as portas de sua casa. Derrubando as paredes que limitam um simples pedaço de terra com o Universo, o ser poderá penetrar no mundo de Deus.
A comunhão do ser com a sua realidade espiritual depende da quebra de suas verdades individuais.
“Dá comunicações com os nossos mananciais celeste da intuição”.
“Imaginamos erradamente que aos espíritos só caiba manifestar sua ação por fenômenos extraordinários. Quiséramos que nos viessem auxiliar por meio de milagres e os figuramos sempre armados de uma varinha mágica. Por não ser assim é que oculta nos parece a intervenção que têm nas coisas deste mundo e muito natural o que se executa com o concurso deles” (Livro dos Espíritos – Comentário à pergunta 525).
Existe todo um universo de seres que rodeia o ser humanizado. A cada momento, de acordo com a ordem de Deus, esses seres “comunicam-se” com os encarnados transmitindo a Causa Primária. Os órgãos do sentido do corpo físico não conseguem captar a presença desses seres e, por isso, os seres humanos se imaginam isolados no universo.
A conversa entre os seres desencarnados e os encarnados foi chamada de “intuição”.
“525 – Exercem os espíritos alguma influência nos acontecimentos da vida?”
“Certamente, pois que vos aconselham”. (Livro dos Espíritos)
Essas “conversas” são os pensamentos que o ser humano possui. As “histórias” que se formam durante o raciocínio são intuições que os seres desencarnados passam aos encarnados para que se produza o efeito (ato) que Deus quer. Todas as intuições têm por base a manutenção da Justiça Perfeita e do Amor Sublime no universo.
Como poder ver as coisas dessa forma? Utilizando o talismã que Cristo nos dá: os acontecimentos de agora. Enquanto o ser imaginar-se independente de Deus não conseguirá compreender as intuições que recebe e cada vez mais penetrará no individualismo, falindo a sua prova, encarnação.
“Convida à benção das meditações nas coisas sagradas”.
“Descerra passagens de luz aos espíritos que se demoram nas sombras”.
Sagradas são apenas as coisas que se originam na Perfeição do Universo: Deus.
No primeiro mandamento da lei de Deus está escrito: amar a Deus acima de todas as coisas. Quando o ser humanizado ama a si mais do que a Deus (dá maior valor às suas verdades do que a ação divina), fere frontalmente essa lei e, por esse motivo, fica à parte das coisas sagradas.
Apenas usando o talismã que Cristo nos ensina pode o ser humanizado entrar em contato com as coisas sagradas, ou seja, com a vontade de Deus. Enquanto não utilizar o acontecimento do momento com uma chance que Deus nos proporciona para a felicidade, este ser estará preso aos seus desejos.
A utilização desse talismã não se prende a nenhuma religião. Todas as formas de religação com Deus possuem “coisas sagradas”: orações, imagens, artigos materiais. Quem idolatra essas coisas não consegue chegar à verdadeira coisa sagrada: Deus e sua ação.
Portanto, utilizar o talismã ensinado por Cristo a Isabel não depende de religião, mas sim de reforma íntima. Abandonar o gozo dos prazeres (felicidade material) para viver dentro da Causa Primária universal com Justiça Perfeita e Amor Sublime.
“Permite abençoadas sementeiras de alegria”.
“Revela mil modos de enriquecer a vida que vivemos”.
A única condição necessária para que um ser seja feliz é escolher o sentimento de felicidade frente aos acontecimentos da vida. A felicidade somente será alcançada com a alteração da escolha sentimental dos seres (livre-arbítrio). Jamais esse estado de espírito poderá ser alcançado alterando-se os fatos, pois eles refletem uma Perfeição, quer na forma, na Justiça e no Amor.
Enquanto o ser não se libertar de se seus conceitos (vontades) jamais conseguirá atingir essa felicidade universal. Deus não criaria tudo o que existe apenas para satisfazer a vontade de um ser, nem mesmo a Dele.
Deus não comanda a os acontecimentos por Sua própria vontade, mas o faz dessa forma porque sabe que aquilo é o melhor para o “futuro” do ser. Deus não nos pede que O amemos acima de todas as coisas por soberba, mas porque sabe que essa é a única consciência que pode levar o espírito à progressão espiritual, que, em última análise, é o tesouro espiritual de um ser.
Os bens materiais perecem, as traças roem e a ferrugem destrói, mas os bens espirituais, os sentimentos que um ser nutre, permanecem eternamente com esse. No entanto, essas posses podem trazer a falência ou a glória para um espírito.
Se o ser nutre sentimentos negativos (individualistas) eles permanecerão com esse, mas provocarão o sofrimento que caracteriza a involução do ser. Mas, se por outro lado, o ser nutre sentimentos positivos que o levam ao estado de espírito de felicidade universal, o ser é “rico”.
Esse foi o ensinamento básico da Boa Nova trazida por Jesus Cristo. Portanto, a utilização do talismã ensinado à Isabel é o caminho prático para se viver dentro dos ensinamentos do Mestre maior.
“Indica rede de trilhos para o trabalho salutar”.
“Facilita o acesso da alma ao pensamento dos grandes mestres”.
A existência carnal do ser não é um passeio, uma viagem de férias. Ele se reveste da massa carnal e passa a “viver” no mundo mais denso com um objetivo: provar a Deus que é capaz de abandonar seus desejos e apenas amar. Assim sendo, podemos afirmar que a vida de um espírito é um “trabalho”.
A modificação da compreensão dos acontecimentos, de dependentes do querer de cada um para o desejo de Deus, é o trilho que pode levar à realização do trabalho de um ser. Sem isso, o espírito toma o caminho mais largo, que termina no sofrimento da contrariedade dos seus desejos.
Foi para ensinar esse caminho estreito que Deus, no seu Sublime Amor, enviou mestres ao planeta. Buda, Kardec, Cristo, os Apóstolos, os Profetas, Krishna, Maomé e tantos outros vieram à massa carnal nos ensinar que a existência humana tem que ser pautada com a plena consciência da ação de Deus.
Para ensinar o caminho a ser percorrido cada um, de acordo com sua época e os costumes dos povos para os quais falaram, deixou ensinamentos. O homem, interessado em satisfazer-se, alterou esses ensinamentos.
Ao invés de compreendê-los sob a ótica de Deus, buscou neles o caminho para a sua satisfação. Procura viver dentro dos ensinamentos, mas espera que o resultado desse trabalho seja a satisfação de seus desejos. O resultado do trabalho de um ser dentro dos ensinamentos do mestre não é a satisfação, mas a plenitude da felicidade espiritual.
O resultado daquele que segue os ensinamentos dos mestres não é a satisfação individual, mas a glória da felicidade universal na vida eterna. Alterando-se a visão dos acontecimentos a partir do abandono dos desejos, o ser pode então alcançar esse estágio de evolução e, aí, ser realmente feliz.
“Sem esse divino talismã, é impossível começar qualquer obra de luz na Terra”.
“132 – Qual é o objetivo da encarnação dos espíritos”?
“Deus lhes impõe a encarnação com o objetivo de faze-los chegar à perfeição. Para alguns é uma expiação, para outros é uma missão. Todavia, para alcançarem essa perfeição devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal; nisso é que está a expiação” (O Livro dos Espíritos).
A Kardec foi ensinado que a “perfeição” (elevação espiritual) só será alcançada em uma encarnação quando o ser “suportar as vicissitudes da existência corporal”. Como vicissitude entende-se a “mudança ou variação das coisas que se sucedem” (Mini Dicionário Aurélio).
É exatamente na mudança das coisas (de satisfatórias para insatisfatórias) que consiste a expiação necessária para que o ser evolua. Expiar é pagar os seus débitos com o universo e não somente com outros seres.
Quando um ser “quer” individualmente (desejos) fere toda uma coletividade espiritual que coexiste universalmente. É para ele expiar esse querer que Deus faz com que o próximo não se submeta aos seus caprichos, mas o coloca em posição antagônica para dizer que o querer do ser é individual. Busca apenas a justiça e o amor para si.
O objetivo de uma encarnação do espírito é reformar-se, ou seja, mudar os seus conceitos. Como mudar se Deus satisfizê-los? É exatamente no momento que os desejos individuais não são satisfeitos que ocorre a chance da mudança.
A elevação espiritual não pode jamais acontecer pela satisfação do homem, mas deve nascer da reforma do ser. Da mudança do seu desejo individualista para a penetração na Sabedoria de Deus.
É para isso que o Pai deu a cada um o talismã: instrumento capaz de promover a reforma íntima. Bem usando o momento de hoje, o ser garante um futuro em glória.
domingo, 15 de agosto de 2010
"PENSAMENTO DO DIA 15 DE AGOSTO DE 2010"
POSTADO POR KAMADON
"Sejam pacientes e viverão muito tempo. Vocês dirão: «Mas não é possível!
É preciso gastar muita energia para suportar as situações e as pessoas difíceis!».
Não, ao contrário: é na impaciência que se gasta mais energia.
A calma e a paciência reforçam a vitalidade e prolongam a vida.
Quem, depois de ter explodido, exclama: «Ah! Sinto-me melhor!», não percebe que esse 'melhor' é, na verdade, uma grande perda.
Ele deve se analisar para saber o que está melhor nele: é a sua natureza superior ou a inferior?
E um instante depois, repensando nessa explosão, ele está realmente satisfeito consigo mesmo?
Será que ele diria para si mesmo que teria sido melhor conseguir se controlar?
Procurem experimentar dentro de si a eficácia dessa virtude: a paciência.
Antes de recorrer a todo tipo de xaropes, poções, elixires e outras beberagens, bebam um pouco de paciência!
Será ela que reanimará em vocês as forças da vida, que são forças inimagináveis."
"Sejam pacientes e viverão muito tempo. Vocês dirão: «Mas não é possível!
É preciso gastar muita energia para suportar as situações e as pessoas difíceis!».
Não, ao contrário: é na impaciência que se gasta mais energia.
A calma e a paciência reforçam a vitalidade e prolongam a vida.
Quem, depois de ter explodido, exclama: «Ah! Sinto-me melhor!», não percebe que esse 'melhor' é, na verdade, uma grande perda.
Ele deve se analisar para saber o que está melhor nele: é a sua natureza superior ou a inferior?
E um instante depois, repensando nessa explosão, ele está realmente satisfeito consigo mesmo?
Será que ele diria para si mesmo que teria sido melhor conseguir se controlar?
Procurem experimentar dentro de si a eficácia dessa virtude: a paciência.
Antes de recorrer a todo tipo de xaropes, poções, elixires e outras beberagens, bebam um pouco de paciência!
Será ela que reanimará em vocês as forças da vida, que são forças inimagináveis."
"A busca.."
POSTADO POR KAMADON
A busca pela elevação espiritual é uma busca humana, pois ele acha que a elevação é algo concreto, um objeto, um "level up", um anginho vindo te dizer que agora você é Deus lhe entregando uma auréola, com uma musica de fundo e um show de luzes.
Acho que nenhuma evolução espiritual é mais gratificante do que ter todas essas pessoas lutando uns pelos outros. A aproximação dos iguais é a única coisa que o universo pode te oferecer. Mas para ter a maioria do seu lado, é preciso ser igual à maioria.
A maioria não sofre, a maioria é só amor, a maioria vive suas vidas para o próximo, e não para si.
A maioria tem a consciência do todo, e por isso não são individualistas.
No universo, se um ganha de si mesmo, pra si mesmo, todos perdem.
É como se um computador em rede quisesse conectar em si mesmo, automaticamente ele perderia a conexão com todos os outros, não recebe e nem envia nada.
Ou como um telefone discando seu próprio número. A ligação nunca dará certo, sempre dará ocupado.
Eis a evolução.. o universo em forma de felicidade através de todos que existem nele, unidos como um só.
A busca pela elevação espiritual é uma busca humana, pois ele acha que a elevação é algo concreto, um objeto, um "level up", um anginho vindo te dizer que agora você é Deus lhe entregando uma auréola, com uma musica de fundo e um show de luzes.
Acho que nenhuma evolução espiritual é mais gratificante do que ter todas essas pessoas lutando uns pelos outros. A aproximação dos iguais é a única coisa que o universo pode te oferecer. Mas para ter a maioria do seu lado, é preciso ser igual à maioria.
A maioria não sofre, a maioria é só amor, a maioria vive suas vidas para o próximo, e não para si.
A maioria tem a consciência do todo, e por isso não são individualistas.
No universo, se um ganha de si mesmo, pra si mesmo, todos perdem.
É como se um computador em rede quisesse conectar em si mesmo, automaticamente ele perderia a conexão com todos os outros, não recebe e nem envia nada.
Ou como um telefone discando seu próprio número. A ligação nunca dará certo, sempre dará ocupado.
Eis a evolução.. o universo em forma de felicidade através de todos que existem nele, unidos como um só.
"Quando o sofrimento caminha no meio"
POSTADO POR KAMADON
Estamos atrelados ao sofrimento no momento que nos apegamos e possuímos. E toda vez que arrancam a chupeta, choramos.
Aquele carro é meu, escolhi a cor, a placa, o modelo, coloquei todas as minhas reservas no financiamento. Um pequeno risco já me faz sofrer, imagine se o roubam e eu não paguei a parcela do seguro...ahhhhhhhh experiência do quase morte.
Tenho uma mãe, que me faz cafuné, comidinha da boa e que sempre está do meu lado mesmo se estiver sobre suspeita de assassinato, se ela se for irei cavar meu buraco e ali vou ficar.
Este filho nasceu de mim, ele tem meus traços, carrega meu sobrenome, herdará meu cofre de porquinho, se perdê-lo vou amarrar o porquinho no meu pé e me jogar no rio das mágoas profundas.
Um bom emprego me faz ter uma mesa farta no Natal, se perdê-lo o que irei comer no dia da gula?
Sofremos por acreditarmos em nossas verdades.
Compro um carro, então ele me pertence.
Nasci de uma mulher que acredito ser minha mãe, me apeguei a isso.
O filho nasceu de mim, eu o criei e o eduquei, então ele é meu.
Estudei e batalhei pelo emprego, a vaga é minha.
Somos todos poderosos, nos misturamos entre Shazans, He-mans, Mulheres Maravilhas e Biônicas, Vigilantes Rodoviários, Chips e afins. A única diferença é que apenas achamos que salvamos nossa própria pele. A dos outros usamos como tapete da sala ou até para nos cobrir de outros ataques.
E muitos em seus dons samaritanos, doam ao outro aquilo que acham ser bom. Mas esse bom é fruto de sua própria verdade, pois o bom do outro é a verdade dele e não a sua.
Olhamos um mendigo na rua e acreditamos que ele queira uma casa, comida e roupa lavada. E se ele partiu em fuga exatamente destas coisas?
Alguém arrisca a primeira pedra e coloca a sua verdade como verdade de todos?
A casa que muitos moram está registrada no Cartório e na papelada constam os nomes dos proprietários. E num tempo não tão remoto assim, o mesmo terreno estava ali, mas com um detalhe...ele não pertencia a ninguém. E quem primeiro pisou ali trouxe uma pequena bandeira e com uma lâmina afiada defendeu aquele chão e ergueu sua cerca.
A verdade de ontem era, conquistei, é minha.
E a verdade de hoje, qual é? Comprei, é minha.
Já a terra do seu vizinho era habitada por nativos. A verdade deles era de que aquela terra não pertencia a eles, era emprestada pelo Grande Espírito. Eles apenas usufruíam dos benefícios, como faziam os pássaros.
Mas esta verdade não produzia apegos e posses. Por que?
Porque eles praticavam a verdade universal de que a Terra é um planeta espiritual.
Estamos aqui de passagem e por que nossas malas continuam tão pesadas? Nos arrastamos pelo caminho com o peso de nossas posses, verdades, sofrimentos e prazeres.
Não é a matéria, a forma, as pessoas, os objetos, não é preciso se desfazer disso...é o peso que se dá a cada um deles em nossas vidas que nos fazem seguir outros caminhos, deixando o meio pra depois.
E quantas atalhos pelas estradas já percorremos?
Atalhos da fama, de ganhos e prazeres. Atalhos de posses, apegos e de dor. Atalhos de passados e futuros.
Quantos mais precisaremos percorrer para perceber que nenhum atalho nos levará ao caminho do meio e da felicidade?
Para chegar a felicidade não precisamos de atalhos.
O meio já está em nós.
Aqui.
E agora.
Viva o seu aqui.
Viva o seu agora.
E neste instante...
A cruz não tem peso.
A cruz não existe.
A cruz é apenas uma verdade que você mesmo criou.
Sem cruz a felicidade reluz!
Fica na paz!
Estamos atrelados ao sofrimento no momento que nos apegamos e possuímos. E toda vez que arrancam a chupeta, choramos.
Aquele carro é meu, escolhi a cor, a placa, o modelo, coloquei todas as minhas reservas no financiamento. Um pequeno risco já me faz sofrer, imagine se o roubam e eu não paguei a parcela do seguro...ahhhhhhhh experiência do quase morte.
Tenho uma mãe, que me faz cafuné, comidinha da boa e que sempre está do meu lado mesmo se estiver sobre suspeita de assassinato, se ela se for irei cavar meu buraco e ali vou ficar.
Este filho nasceu de mim, ele tem meus traços, carrega meu sobrenome, herdará meu cofre de porquinho, se perdê-lo vou amarrar o porquinho no meu pé e me jogar no rio das mágoas profundas.
Um bom emprego me faz ter uma mesa farta no Natal, se perdê-lo o que irei comer no dia da gula?
Sofremos por acreditarmos em nossas verdades.
Compro um carro, então ele me pertence.
Nasci de uma mulher que acredito ser minha mãe, me apeguei a isso.
O filho nasceu de mim, eu o criei e o eduquei, então ele é meu.
Estudei e batalhei pelo emprego, a vaga é minha.
Somos todos poderosos, nos misturamos entre Shazans, He-mans, Mulheres Maravilhas e Biônicas, Vigilantes Rodoviários, Chips e afins. A única diferença é que apenas achamos que salvamos nossa própria pele. A dos outros usamos como tapete da sala ou até para nos cobrir de outros ataques.
E muitos em seus dons samaritanos, doam ao outro aquilo que acham ser bom. Mas esse bom é fruto de sua própria verdade, pois o bom do outro é a verdade dele e não a sua.
Olhamos um mendigo na rua e acreditamos que ele queira uma casa, comida e roupa lavada. E se ele partiu em fuga exatamente destas coisas?
Alguém arrisca a primeira pedra e coloca a sua verdade como verdade de todos?
A casa que muitos moram está registrada no Cartório e na papelada constam os nomes dos proprietários. E num tempo não tão remoto assim, o mesmo terreno estava ali, mas com um detalhe...ele não pertencia a ninguém. E quem primeiro pisou ali trouxe uma pequena bandeira e com uma lâmina afiada defendeu aquele chão e ergueu sua cerca.
A verdade de ontem era, conquistei, é minha.
E a verdade de hoje, qual é? Comprei, é minha.
Já a terra do seu vizinho era habitada por nativos. A verdade deles era de que aquela terra não pertencia a eles, era emprestada pelo Grande Espírito. Eles apenas usufruíam dos benefícios, como faziam os pássaros.
Mas esta verdade não produzia apegos e posses. Por que?
Porque eles praticavam a verdade universal de que a Terra é um planeta espiritual.
Estamos aqui de passagem e por que nossas malas continuam tão pesadas? Nos arrastamos pelo caminho com o peso de nossas posses, verdades, sofrimentos e prazeres.
Não é a matéria, a forma, as pessoas, os objetos, não é preciso se desfazer disso...é o peso que se dá a cada um deles em nossas vidas que nos fazem seguir outros caminhos, deixando o meio pra depois.
E quantas atalhos pelas estradas já percorremos?
Atalhos da fama, de ganhos e prazeres. Atalhos de posses, apegos e de dor. Atalhos de passados e futuros.
Quantos mais precisaremos percorrer para perceber que nenhum atalho nos levará ao caminho do meio e da felicidade?
Para chegar a felicidade não precisamos de atalhos.
O meio já está em nós.
Aqui.
E agora.
Viva o seu aqui.
Viva o seu agora.
E neste instante...
A cruz não tem peso.
A cruz não existe.
A cruz é apenas uma verdade que você mesmo criou.
Sem cruz a felicidade reluz!
Fica na paz!
"SER FELIZ É NÃO SOFRER"
POSTADO POR KAMADON
Verdadeiramente és a verdade, livre de todas as mudanças, o inabalável, a morada da emancipação. A ti não pertencem as paixões ou o desejo de paixões. Por que, então, te lamentas, dominado por desejos?
Primeiro ensinamento deste texto: você é a Verdade...
Só que ao invés de ser a Verdade, você quer ter a verdade. Há uma diferença muito grande entre ser e ter a Verdade.
Ser a Verdade é já ser tudo, sentir-se Perfeito, vivendo a Perfeição. Ter a verdade é querer saber o “certo ‘e o errado”, viver querendo dominar o próximo através da imposição daquilo que acredita como verdadeiro.
Ninguém pode possuir a verdade, a não ser que sujeite o próximo àquilo que acredita ser real. Se você já é a Verdade, qual o problema do outro querer pensar diferente? Se você sabe-se como a Verdade, sabe, também, que o outro também o é, mesmo que aparentemente elas sejam diferentes.. .
Então, lute para ser a Verdade e não para tê-la. Não queira ter razão, estar “certo”.
Segundo: você não se altera...
Você não se altera, porque jamais o espírito se alterará. O que ele pode é, ilusoriamente, ter a sensação de estar alterado. Este estado de consciência, como eu disse, não é real, mas uma “sujeira”. Apesar disso, essa sujeira não modifica a essência espiritual que você é, pois ela é ilusão.
Por isso afirmo: o seu nervosismo é incapaz de acabar com a sua calma interrior; a sua irritação não pode extinguir com a sua felicidade incondicional. . Estes elementos, que fazem parte da essência de todos os seres universais, podem não ser utilizados pelos humanizados, mas se encontram no íntimo de cada um.
Apesar de o ego dizer que o ser humanizado está irritado, a felicidade incondicional está dentro do espírito. Basta você achar a felicidade e a paz que se libertará do nervosismo, da raiva, da angústia...
Mas, vocês esquecem de procurar estes elementos que estão em suas essências. Ao invés disso, quando estão desequilibrados, sofrendo, vão buscar externamente motivos para ser feliz. Como foi exatamente o externo que causou aquele estado de espírito , não encontram...
A felicidade está dentro de você e não fora. Ela não precisa ser conquistada sempre. Para que ela volte a ser o seu padrão emocional, é preciso apenas que a infelicidade acabe. É diferente.
Para se ser feliz sempre, não se deve buscar a felicidade, mas se libertar da infelicidade. Na hora que você compreender isso parará de buscar a felicidade e começará a lutar contra os motivos que lhe faz infeliz.
Pergunte-se porque está agoniado; porque motivo está sofrendo; o que lhe está deixando com medo... Pergunte isso a si mesmo ao invés de ficar iludindo-se buscando soluções (ver televisão, passear, ler, ouvir música) para ser feliz. Isto não resolve nada. O medo e a agonia não acabarão porque você não lutou contra o medo. Vai continuar fazendo tudo isso tendo medo.
Para destruir o sofrimento é preciso destruir a raiz do sofrimento. Esta raiz, ou seja, o que origina o sofrimento é a frustração de um padrão ou vontade, criados por uma verdade, não terem sido atendidos (o acontecimento não espelhou o que era esperado).
Acabe com as verdades que os desejos e padrões se extinguirão. Acabe com o que acha das coisas do mundo e aí acabará com o medo, pois, se não houver condicionamento para a felicidade, ela surgirá espontaneamente.
Terceiro ensinamento deste versículo: a ti não pertencem as paixões e ou o desejo de paixões.
Você sabia que toda sensação de gostar de alguma coisa, que imagina sentir, não é sua? Que tudo que você imagina querer na verdade não quer? Que tudo que diz que precisa, não precisa? Sabia disso?
Então, pergunto: de quem é? Do personagem, do ego. É o ego que lhe cria os desejos, que idealiza paixões (“gostar” ou não), que fomenta a realidade algumas idéias... É o ego, que você programou, que vive a vida carnal (tem posses, paixões e desejos) e não você.
Tudo isso não é seu, espírito, mas sim do personagem (ser humano), que é um ego (consciência) que você criou para vivenciar esta vida e, com isso, gerar a sua provação necessária para a elevação espiritual. Mas, depois que se liga ao ego, ao invés de realizar a sua provação acredita nele e diz: “eu não gosto disso”.
Ou seja, se escraviza ao ego (acredita que é ele) e ainda se acha senhor do mundo (o ser humano superior aos demais elementos do planeta) exatamente por causa deste saber... Senhor do que, se, na Realidade, você não acha nada disso? Foi a sua submissão às posses, paixões e desejos gerados pelo ego que transformaram esse achar em real.
Os seres humanizados acham que se parar de gostar das coisas e desejar algo para si, a vida não terá graça. Concordo: não terá a graça que tem hoje, ou seja, de vez em quando ter prazer. Ela terá uma outra graça: amar e ser amado por Deus.
É... Os seres humanizados trocam o amar e ser amado por Deus por raros momentos de prazer e muitos momentos de sofrimentos.
Pensem nisso. Pensem em quanto estão abandonando, abrindo mão, para poderem, de vez em quando, viverem o prazer de ter acontecido o que queriam. Eu acho que o preço é alto.
Quarto ensinamento: porque então se lamenta, dominado por desejos?
Falamos que vocês não têm desejos mas que eles são do ego. Então, porque se lamentam por causa deles? Porque ainda acreditam que são o ego.
Ainda acham que são mulher e homem, filho e filha, pai e mãe, motorista, que tem que trabalhar, que tem que ganhar dinheiro para o seu sustento... É por isso que se lamentam: porque acham que o ego é você e não se vê como o espírito que é.
É preciso se libertar deste ego. Quando o pensamento vier a sua mente, é preciso compreender que ele não é seu e nem que é você que está pensando. É preciso dizer ao ego que não acredita mais que ele é você. É preciso libertar-se dele e não confiar naquilo que ele lhe diz.
Com isso conseguirá viver a essência divina que você é. Quando isto ocorrer, deixará o ego criar diversas vontades e verdades, mas não mais se entregará a elas como sendo suas.
É isso que é elevação espiritual. Para se aproveitar a encarnação no sentido espiritual, não é a reza, o trabalho com energias ou a meditação que influenciarão no resultado. A oração e a meditação podem ser instrumento para lhe ajudar a vencer o ego, mas elas nunca serão a realização da elevação espiritual.
O importante não é quem muito reza, mas quem mais se aproxima do “eu interior espiritual” que é. Para isso, a única coisa que importa é o quanto deixa de ser o “eu material” que está vivenciand
Verdadeiramente és a verdade, livre de todas as mudanças, o inabalável, a morada da emancipação. A ti não pertencem as paixões ou o desejo de paixões. Por que, então, te lamentas, dominado por desejos?
Primeiro ensinamento deste texto: você é a Verdade...
Só que ao invés de ser a Verdade, você quer ter a verdade. Há uma diferença muito grande entre ser e ter a Verdade.
Ser a Verdade é já ser tudo, sentir-se Perfeito, vivendo a Perfeição. Ter a verdade é querer saber o “certo ‘e o errado”, viver querendo dominar o próximo através da imposição daquilo que acredita como verdadeiro.
Ninguém pode possuir a verdade, a não ser que sujeite o próximo àquilo que acredita ser real. Se você já é a Verdade, qual o problema do outro querer pensar diferente? Se você sabe-se como a Verdade, sabe, também, que o outro também o é, mesmo que aparentemente elas sejam diferentes.. .
Então, lute para ser a Verdade e não para tê-la. Não queira ter razão, estar “certo”.
Segundo: você não se altera...
Você não se altera, porque jamais o espírito se alterará. O que ele pode é, ilusoriamente, ter a sensação de estar alterado. Este estado de consciência, como eu disse, não é real, mas uma “sujeira”. Apesar disso, essa sujeira não modifica a essência espiritual que você é, pois ela é ilusão.
Por isso afirmo: o seu nervosismo é incapaz de acabar com a sua calma interrior; a sua irritação não pode extinguir com a sua felicidade incondicional. . Estes elementos, que fazem parte da essência de todos os seres universais, podem não ser utilizados pelos humanizados, mas se encontram no íntimo de cada um.
Apesar de o ego dizer que o ser humanizado está irritado, a felicidade incondicional está dentro do espírito. Basta você achar a felicidade e a paz que se libertará do nervosismo, da raiva, da angústia...
Mas, vocês esquecem de procurar estes elementos que estão em suas essências. Ao invés disso, quando estão desequilibrados, sofrendo, vão buscar externamente motivos para ser feliz. Como foi exatamente o externo que causou aquele estado de espírito , não encontram...
A felicidade está dentro de você e não fora. Ela não precisa ser conquistada sempre. Para que ela volte a ser o seu padrão emocional, é preciso apenas que a infelicidade acabe. É diferente.
Para se ser feliz sempre, não se deve buscar a felicidade, mas se libertar da infelicidade. Na hora que você compreender isso parará de buscar a felicidade e começará a lutar contra os motivos que lhe faz infeliz.
Pergunte-se porque está agoniado; porque motivo está sofrendo; o que lhe está deixando com medo... Pergunte isso a si mesmo ao invés de ficar iludindo-se buscando soluções (ver televisão, passear, ler, ouvir música) para ser feliz. Isto não resolve nada. O medo e a agonia não acabarão porque você não lutou contra o medo. Vai continuar fazendo tudo isso tendo medo.
Para destruir o sofrimento é preciso destruir a raiz do sofrimento. Esta raiz, ou seja, o que origina o sofrimento é a frustração de um padrão ou vontade, criados por uma verdade, não terem sido atendidos (o acontecimento não espelhou o que era esperado).
Acabe com as verdades que os desejos e padrões se extinguirão. Acabe com o que acha das coisas do mundo e aí acabará com o medo, pois, se não houver condicionamento para a felicidade, ela surgirá espontaneamente.
Terceiro ensinamento deste versículo: a ti não pertencem as paixões e ou o desejo de paixões.
Você sabia que toda sensação de gostar de alguma coisa, que imagina sentir, não é sua? Que tudo que você imagina querer na verdade não quer? Que tudo que diz que precisa, não precisa? Sabia disso?
Então, pergunto: de quem é? Do personagem, do ego. É o ego que lhe cria os desejos, que idealiza paixões (“gostar” ou não), que fomenta a realidade algumas idéias... É o ego, que você programou, que vive a vida carnal (tem posses, paixões e desejos) e não você.
Tudo isso não é seu, espírito, mas sim do personagem (ser humano), que é um ego (consciência) que você criou para vivenciar esta vida e, com isso, gerar a sua provação necessária para a elevação espiritual. Mas, depois que se liga ao ego, ao invés de realizar a sua provação acredita nele e diz: “eu não gosto disso”.
Ou seja, se escraviza ao ego (acredita que é ele) e ainda se acha senhor do mundo (o ser humano superior aos demais elementos do planeta) exatamente por causa deste saber... Senhor do que, se, na Realidade, você não acha nada disso? Foi a sua submissão às posses, paixões e desejos gerados pelo ego que transformaram esse achar em real.
Os seres humanizados acham que se parar de gostar das coisas e desejar algo para si, a vida não terá graça. Concordo: não terá a graça que tem hoje, ou seja, de vez em quando ter prazer. Ela terá uma outra graça: amar e ser amado por Deus.
É... Os seres humanizados trocam o amar e ser amado por Deus por raros momentos de prazer e muitos momentos de sofrimentos.
Pensem nisso. Pensem em quanto estão abandonando, abrindo mão, para poderem, de vez em quando, viverem o prazer de ter acontecido o que queriam. Eu acho que o preço é alto.
Quarto ensinamento: porque então se lamenta, dominado por desejos?
Falamos que vocês não têm desejos mas que eles são do ego. Então, porque se lamentam por causa deles? Porque ainda acreditam que são o ego.
Ainda acham que são mulher e homem, filho e filha, pai e mãe, motorista, que tem que trabalhar, que tem que ganhar dinheiro para o seu sustento... É por isso que se lamentam: porque acham que o ego é você e não se vê como o espírito que é.
É preciso se libertar deste ego. Quando o pensamento vier a sua mente, é preciso compreender que ele não é seu e nem que é você que está pensando. É preciso dizer ao ego que não acredita mais que ele é você. É preciso libertar-se dele e não confiar naquilo que ele lhe diz.
Com isso conseguirá viver a essência divina que você é. Quando isto ocorrer, deixará o ego criar diversas vontades e verdades, mas não mais se entregará a elas como sendo suas.
É isso que é elevação espiritual. Para se aproveitar a encarnação no sentido espiritual, não é a reza, o trabalho com energias ou a meditação que influenciarão no resultado. A oração e a meditação podem ser instrumento para lhe ajudar a vencer o ego, mas elas nunca serão a realização da elevação espiritual.
O importante não é quem muito reza, mas quem mais se aproxima do “eu interior espiritual” que é. Para isso, a única coisa que importa é o quanto deixa de ser o “eu material” que está vivenciand
LENDAS URBANAS - " Disque-Amizade "
POSTADO POR KAMADON
Em 1993 , Carolina era uma jovem de 19 anos , muito infeliz , porque seus pais eram muito rígidos . Ela não podia freqüentar barzinhos , nem danceterias e muito menos namorar . Por isto , no meio de suas colegas de faculdade , Carolina se sentia um E.T. A solidão sufocava cada vez mais esta garota , por isto ela se refugiava nas poesias que escrevia . Mas , um dia num programa de rádio , ela escutou sobre um serviço telefônico chamado Disque – Amizade , onde as pessoas ligavam para o número 145 e faziam amizades por telefone . Então , Carolina experimentou este serviço e gostou . Às vezes , ela ficava declamando suas poesias para o grupo que estava na linha . Até que um dia , uma das monitoras deste serviço , entrou no meio de uma declamação e perguntou : - Aqui é a monitora , alguém precisa de ajuda ? Então , Carolina , respondeu : - Não , obrigada . Assim , a monitora disse : - Eu escutei a conversa do grupo e gostei das suas poesias ! - Sou a monitora Cláudia , podemos conversar ? Desta maneira , Carolina e Cláudia ficaram amigas . Toda a vez que Carolina ligava para o disque – amizade , sempre falava com Cláudia . Até que três meses depois , Carolina estranhou um fato : Cláudia não estava mais conversando com ela . Então , ela telefonou para a agência que oferecia o serviço de Disque – Amizade , e , falou para a atendente : - Por favor , eu gostaria de saber se a monitora Cláudia continua trabalhando no Disque – Amizade ... Assim , a telefonista disse : - Só um minuto , irei verificar esta informação nos Recursos Humanos . Após três minutos , a atendente voltou e disse : - Lamento , a monitora Cláudia do Disque – Amizade já faleceu há dois anos . Depois desta informação , Carolina ficou assustada e pensou : - Como Cláudia pode ter falecido , há dois anos , se só há 4 meses estamos conversando ? Carolina ficou confusa , mas continuou ligando para o Disque – Amizade . Até que outro fato curioso aconteceu : Ela estava conversando com um rapaz , que tinha o pseudônimo de Samael , quando perguntou a ele : - Você tem um número de telefone particular para conversarmos com mais privacidade ? Assim , o moço respondeu : - Tenho sim é : 666 . Então , a garota exclamou : - Pare de brincadeira ! - Eu quero o seu telefone real ! Desta maneira , Samael , exclamou : - Eu já falei : é 666 !!!!! Assim , Carolina afirmou : - Então , eu desligarei o telefone e depois ligarei para o número 666 . E foi bem isto o que a jovem fez : ela saiu do Disque – Amizade e ligou para o 666 . Então , o número chamou duas vezes e na terceira vez , uma voz atendeu : - Boa – tarde , aqui é Samael ! Desta maneira , Carolina exclamou : - Como isto é possível ? ! Deste jeito , Samael disse : - Do mesmo jeito que sei que você está vestindo uma blusa vermelha , uma calça jeans e um chinelo preto . Então , Carolina notou que o rapaz estava falando a verdade sobre a sua roupa . Após isto , assustada , Carolina desligou o telefone . Mas , logo depois disto , o seu telefone tocou e a voz do rapaz disse : - Aqui é Samael ! - Nunca mais brinque com as forças do inferno ! Depois deste acontecimento , Carolina nunca mais ligou para o Disque – Amizade , mais conhecido como : 145 .
LENDAS URBANAS - " Manquinha "
POSTADO POR KAMADON
Lendas da Pomba-Gira Manquinha A entidade chamada Pomba-Gira Manquinha é pouco conhecida. Mas suas lendas são interessantes, pois ela é protetora das crianças que sofrem com a violência doméstica. Leremos os contos desta criatura mágica abaixo: Lenda de Cláudia, a Manquinha Na Idade Média existia uma jovem chamada Dolores, que era muito travessa, pois praticava furtos, bebia demais e era muito namoradeira. Certo dia, ela apareceu grávida e foi expulsa de casa. Assim para escapar da condenação de morrer na fogueira, esta adolescente foi até a floresta, onde tentou praticar o aborto diversas vezes, mas não obteve êxito. Deste jeito a moça teve uma filha chamada Cláudia e passou a morar no meio do mato, onde montou uma pequena lavoura. O problema é que Dolores maltratava a sua filha, que apresentava poderes sobrenaturais como: sonhos premonitórios e cura dos viajantes doentes que passavam pelo mato. Certa noite, a mulher bebeu demais, ficou furiosa e deu uma surra muito forte em Cláudia, que deixou a garota manca. Após isto esta senhora expulsou a pobre de casa. Porém, naquele instante, uma vela caiu no chão e a casa pegou fogo junto com Dolores. Diante daquela cena, Cláudia falou em voz alta: - Eu passei a vida inteira apanhando da minha mãe! - Por isto, toda a vez que uma mãe ficar furiosa, as crianças que me chamarem serão salvas! Desta maneira a menina seguiu a estrada e escutou um grito de criança numa casa. Então ela viu pela janela um menino apanhando de chicote da sua mãe. Assim naquele momento Cláudia aproximou-se da mulher, que estava de costas e colocou as duas mãos sobre a cabeça desta mãe furiosa. De repente aquela senhora mudou de fisionomia, ficou delicada e passou a fazer brincadeiras engraçadas com o seu filho. A partir daquele dia Cláudia passou a entrar nas residências todas as vezes que uma mãe ficava brava e ameaçava bater nas crianças. Esta garota ficou tão popular, que foi apelidada de Manquinha devido ao seu problema físico. Porém, uma vez, um grupo de mães rígidas descobriu o que estava acontecendo. Desta maneira elas seqüestraram a Manquinha, contaram sobre seus poderes para o bispo inquisidor e a pobre foi queimada em praça pública. Mas, antes de morrer, Cláudia exclamou: - Mesmo em espírito eu estarei protegendo os filhos de suas mães descontroladas. Basta apenas eles me chamarem! Reza a lenda que se uma criança estiver apanhando de sua mãe e rezar pela Manquinha, ela incorpora seu espírito na mulher, que fica mansa. Carolina e a Manquinha Carolina era menina, de cinco anos de idade, que sofria por ser o fruto de uma gravidez indesejada. Sua mãe, dona Filomena vivia batendo na garota e exclamando: - Você merece apanhar porque estragou a minha juventude! Certo dia, esta pequena estava apanhando. Quando, de repente, as surras cessaram, sua mãe mudou a fisionomia e disse: - Sou Cláudia, a Manquinha... - Vamos brincar? Carolina falou: - O que é isto, mãe? - Você parece outra pessoa! Dona Filomena respondeu: - Sou, realmente, outra pessoa. - Meu nome é Cláudia, fui uma mendiga medieval que deixava as mães cruéis mais doces... Deste jeito a mulher começou a se balançar e a fazer gestos engraçados com as mãos. Após algum tempo ela caiu para trás com os olhos estalados e voltou a sua personalidade normal. Mas, naquele dia, Carolina não apanhou mais. Nos dias seguintes, ás vezes, suas surras eram interrompidas pela entidade da Manquinha. Por isto, a menina sempre pedia para sua mãe: - Mãe, faz a Manquinha! - Faz a Manquinha! Mesmo após tanta insistência, dona Filomena nunca soube da verdade.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
"MANIFESTO DO MOVIMENTO AUTOGESTIONÁRIO"
Postado por Attman
parte 1- o caminho da verdadeira revoluçao
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O Movimento Autogestionário é um movimento político autogerido que busca ser expressão teórica e política do movimento revolucionário do proletariado. Ele não possui interesses próprios, mas pretende tão-somente ser uma forma de expressão dos interesses de classe do proletariado. Em períodos históricos não-revolucionários, a classe revolucionária de nossa época, o proletariado, não consegue forjar uma expressão política e teórica autêntica de proporções quantitativas elevadas; nos períodos revolucionários, o proletariado realiza sua autonomização e se liberta dos seus falsos representantes (partidos, ideologias, etc.), passando a autogerir sua luta e começando a construir a autogestão social. O Movimento Autogestionário busca, em um período não-revolucionário, expressar os interesses históricos do proletariado e colaborar com a sua autonomização e assim inaugurar um período de revolução social.
O capitalismo mundial e o brasileiro caminham para uma rápida deterioração e, embora não devemos subestimar a sua capacidade de prolongar sua vida e adiar suas crises, os próximos anos deverão ser marcados por uma movimentação revolucionária ascendente. O capitalismo realiza um desenvolvimento acelerado das forças produtivas e isto é, ao mesmo tempo, sua maior necessidade e sua principal contradição. O desenvolvimento das forças produtivas aumenta a composição orgânica do capital, ou seja, os gastos com os meios de produção tornam-se cada vez maiores, devido ao valor incorporado neles pela força de trabalho ser cada vez maior. É por isso que nos países capitalistas superdesenvolvidos, com o seu alto grau de desenvolvimento tecnológico, se realiza uma busca incessante de aumento de produtividade, ou seja, de produção de mais-valor relativo. Entretanto, apenas o aumento de produtividade não supera tal contradição, pois a mais-valor relativo produzido também será incorporado nos meios de produção e reforçará, conseqüentemente, a tendência à queda da taxa de lucro médio.
A solução encontrada pelo capitalismo superdesenvolvido é deslocar os investimentos em meios de produção para os bens de consumo ou para a expansão dos serviços. Após a segunda guerra mundial e a destruição em massa das forças produtivas provocadas por ela, aumentou-se a intervenção do estado na economia, mas esta solução vem sendo suplantada pela expansão da produção de meios de consumo e do setor de serviços dominados pela iniciativa privada. Mas a expansão da produção de meios de consumo cria a necessidade de expansão do mercado consumidor. Busca-se, a partir disto, integrar as populações das economias capitalistas subordinadas no circuito de consumo e aumentar a capacidade consumidora das pessoas, tal como na estratégia de diminuir o tempo de vida útil dos produtos e na produção de bens descartáveis.
O capitalismo superdesenvolvido negocia com as economias subordinadas produtos da mais alta qualidade tecnológica, incluindo meios de produção, em troca de matérias-primas e meios de produção menos sofisticados, tal como determinado pela divisão internacional do trabalho. Lembrando que a produção de mais-valor relativo é elevadíssima no capitalismo superdesenvolvido, mas que a composição orgânica do capital também acompanha esta elevação, vemos que estes países para se manterem precisam realizar uma transferência de valor dos países subordinados para os países imperialistas. É no comércio internacional que se dá o grosso da transferência de valor que sustenta as economias imperialistas. As empresas monopolistas transnacionais criadas a partir da necessidade de exportação de capitais são outra fonte de transferência de mais-valor, ao lado da dívida externa, através da remessa de lucros, royalties, etc.
A exportação de capitais continua sendo uma necessidade do capitalismo contemporâneo devido a monopolização crescente da economia. A acumulação de capital dos grupos monopolistas faz com que estes ultrapassem os limites das fronteiras nacionais por causa do barateamento dos custos de produção e da integração de um mercado consumidor maior no circuito do consumo.
As conseqüências disto são múltiplas. A expansão da produção de meios de consumo e dos serviços produz uma burocratização e mercantilização crescente das relações sociais e isto interfere na luta operária. Por um lado, cria-se uma burocratização das próprias organizações criadas para representar a classe operária e, por outro, cria-se uma mercantilização que favorece a corrupção de indivíduos da classe trabalhadora e integra-os na sociedade capitalista. Por conseguinte, esta expansão produz efeitos não só econômicos, mas também políticos e ideológicos. Além disso, há uma deterioração da qualidade de vida (vista não do ponto de vista da ideologia burguesa, ou seja, levando em consideração o índice de consumo ou o nível de renda, mas sim do ponto de vista do bem estar físico e mental e de uma sociabilidade não-repressiva) provocada por isto e também pela destruição ambiental. Se o movimento operário assume uma posição mais moderada, os demais movimentos sociais (das mulheres, negro, ecológico, estudantil, etc.) freqüentemente esboçam uma radicalização, expressando a resposta das massas as novas contradições criadas pelo desenvolvimento capitalista.
Acontece que o capitalismo superdesenvolvido encontra-se no limiar de uma nova grande crise. Esta vem se esboçando e a formação de blocos econômicos é apenas uma resposta a esse despontar da crise. Esta, ao chegar, deve produzir uma nova autonomização da classe operária e abrir espaço para a Revolução Social. A crise do capitalismo de estado russo e a desagregação do bloco do capitalismo estatal também reforça a tendência de desencadeamento de uma crise mundial e, concomitantemente, de uma revolução mundial.
O capitalismo brasileiro vem se reproduzindo de forma subordinada ao capitalismo superdesenvolvido. O desenvolvimento subordinado brasileiro convive com um período de rearticulação da divisão internacional do trabalho que irá mudar apenas a forma como ele servirá de apoio ao desenvolvimento capitalista mundial. O Brasil entrou pela via de desenvolvimento capitalista de forma retardatária e por isso se encontrou em desvantagem e atraso em relação aos países que entraram por esta via anteriormente, o capitalismo retardatário brasileiro encontra-se em dependência em relação ao capitalismo superdesenvolvido devido ao seu atraso tecnológico e sua acumulação incipiente de capital. A sua entrada no mercado mundial ocorreu, desde a época do modo de produção escravista colonial, de forma subordinada e em situação desfavorável na divisão internacional do trabalho. A entrada de capital estrangeiro e a aliança da burguesia brasileira com a burguesia monopolista internacional expressa no estado capitalista brasileiro são os meios responsáveis pela transferência de valor do Brasil para o exterior.
A enorme transferência de mais-valor para o exterior, sob as diversas formas em que isto ocorre, deixa a economia brasileira em uma situação de dificuldades econômicas constantes. Apesar disto, a luta operária no Brasil não consegue atingir um nível elevado. A péssima situação em que se encontram as classes exploradas no Brasil não foram suficientes para o desencadeamento de uma luta de massas que coloque em xeque o modo de produção capitalista.
O estado capitalista busca integrar as massas utilizando como principal suporte a democracia burguesa, que é apresentada como o palco onde se desenrola a luta política. A canalização da luta política rumo a democracia burguesa tem como objetivo desviar as classes exploradas da luta política direta para a luta eleitoral realizada por seus “representantes” - corrompidos e integrados na sociedade capitalista - e reforça, assim, a burocratização e integração das forças políticas na sociedade burguesa. O estado capitalista, juntamente com as outras instituições burguesas, utilizam outros recursos para integrar, corromper e burocratizar as organizações políticas e movimentos sociais.
É nesta situação que devemos encaminhar nossas lutas. As “esquerdas” tradicionais estão integradas na sociedade burguesa e são mais um ponto de apoio para a dominação capitalista. Qual é, nesta situação, o papel do Movimento Autogestionário? Cabe ao Movimento Autogestionário buscar acelerar o processo revolucionário e criar as condições favoráveis para a vitória da classe operária quando explodir uma situação revolucionária. Deve-se, portanto, radicalizar e dar um caráter de classe às lutas políticas na sociedade e, ao mesmo tempo, criar no interior da sociedade capitalista centros de contra-poder que inaugurem uma nova correlação de forças que em uma situação revolucionária sirvam de ponto de apoio para a luta operária.
Esses centros de contra-poder devem ser instaurados em todos os lugares onde se expressam a luta de classes (fábricas, escolas, bairros, etc.), o objetivo da formação desses centros de contra-poder é fortalecer a posição da classe operária em relação ao poder do capital e do estado burguês. Outra tarefa é realizar uma luta constante contra a ideologia dominante. A luta cultural na sociedade capitalista contemporânea torna-se cada vez mais importante e, conseqüentemente, a criação de meios alternativos de produção e reprodução das idéias revolucionárias se torna necessária.
Portanto, a estratégia revolucionária na época atual apresenta como objetivo fundamental o aceleramento do processo revolucionário e a criação de condições favoráveis para a vitória do proletariado com o desencadeamento deste processo. Os meios para se realizar isto é uma intensa luta cultural e a formação de centros de contra-poder no interior da sociedade capitalista. Mas é necessário, além disso, saber articular a estratégia global do movimento operário com as estratégias específicas que devem ser elaboradas para cada um movimento social e local onde se realiza a luta de classes. No atual estágio de desenvolvimento da sociedade brasileira é necessário elaborar estratégias específicas para o movimento camponês, ecológico, negro, das mulheres, estudantil, os movimentos sociais urbanos, etc., e articulá-las com o movimento operário e sua estratégia global.
Estas estratégias específicas e estes movimentos sociais devem se articular com a estratégia global do movimento operário e juntamente com as forças revolucionárias formar um bloco revolucionário. A classe revolucionária de nossa época, o proletariado, juntamente com as classes e frações de classes potencialmente revolucionárias (campesinato, lúmpem-proletariado, etc.), os movimentos sociais(ecológico, negro, das mulheres, estudantil, etc.) e as forças revolucionárias, formam a composição social do bloco revolucionário que se complementa com o projeto político comunista, a autogestão social. Esse bloco revolucionário deve elevar o nível da luta de classes através do enfrentamento com o capital colocando um projeto alternativo de sociedade e radicalizar as lutas sociais, além de formar centros de contra-poder no interior da sociedade capitalista e com isso reforçar a luta operária.
parte 1- o caminho da verdadeira revoluçao
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O Movimento Autogestionário é um movimento político autogerido que busca ser expressão teórica e política do movimento revolucionário do proletariado. Ele não possui interesses próprios, mas pretende tão-somente ser uma forma de expressão dos interesses de classe do proletariado. Em períodos históricos não-revolucionários, a classe revolucionária de nossa época, o proletariado, não consegue forjar uma expressão política e teórica autêntica de proporções quantitativas elevadas; nos períodos revolucionários, o proletariado realiza sua autonomização e se liberta dos seus falsos representantes (partidos, ideologias, etc.), passando a autogerir sua luta e começando a construir a autogestão social. O Movimento Autogestionário busca, em um período não-revolucionário, expressar os interesses históricos do proletariado e colaborar com a sua autonomização e assim inaugurar um período de revolução social.
O capitalismo mundial e o brasileiro caminham para uma rápida deterioração e, embora não devemos subestimar a sua capacidade de prolongar sua vida e adiar suas crises, os próximos anos deverão ser marcados por uma movimentação revolucionária ascendente. O capitalismo realiza um desenvolvimento acelerado das forças produtivas e isto é, ao mesmo tempo, sua maior necessidade e sua principal contradição. O desenvolvimento das forças produtivas aumenta a composição orgânica do capital, ou seja, os gastos com os meios de produção tornam-se cada vez maiores, devido ao valor incorporado neles pela força de trabalho ser cada vez maior. É por isso que nos países capitalistas superdesenvolvidos, com o seu alto grau de desenvolvimento tecnológico, se realiza uma busca incessante de aumento de produtividade, ou seja, de produção de mais-valor relativo. Entretanto, apenas o aumento de produtividade não supera tal contradição, pois a mais-valor relativo produzido também será incorporado nos meios de produção e reforçará, conseqüentemente, a tendência à queda da taxa de lucro médio.
A solução encontrada pelo capitalismo superdesenvolvido é deslocar os investimentos em meios de produção para os bens de consumo ou para a expansão dos serviços. Após a segunda guerra mundial e a destruição em massa das forças produtivas provocadas por ela, aumentou-se a intervenção do estado na economia, mas esta solução vem sendo suplantada pela expansão da produção de meios de consumo e do setor de serviços dominados pela iniciativa privada. Mas a expansão da produção de meios de consumo cria a necessidade de expansão do mercado consumidor. Busca-se, a partir disto, integrar as populações das economias capitalistas subordinadas no circuito de consumo e aumentar a capacidade consumidora das pessoas, tal como na estratégia de diminuir o tempo de vida útil dos produtos e na produção de bens descartáveis.
O capitalismo superdesenvolvido negocia com as economias subordinadas produtos da mais alta qualidade tecnológica, incluindo meios de produção, em troca de matérias-primas e meios de produção menos sofisticados, tal como determinado pela divisão internacional do trabalho. Lembrando que a produção de mais-valor relativo é elevadíssima no capitalismo superdesenvolvido, mas que a composição orgânica do capital também acompanha esta elevação, vemos que estes países para se manterem precisam realizar uma transferência de valor dos países subordinados para os países imperialistas. É no comércio internacional que se dá o grosso da transferência de valor que sustenta as economias imperialistas. As empresas monopolistas transnacionais criadas a partir da necessidade de exportação de capitais são outra fonte de transferência de mais-valor, ao lado da dívida externa, através da remessa de lucros, royalties, etc.
A exportação de capitais continua sendo uma necessidade do capitalismo contemporâneo devido a monopolização crescente da economia. A acumulação de capital dos grupos monopolistas faz com que estes ultrapassem os limites das fronteiras nacionais por causa do barateamento dos custos de produção e da integração de um mercado consumidor maior no circuito do consumo.
As conseqüências disto são múltiplas. A expansão da produção de meios de consumo e dos serviços produz uma burocratização e mercantilização crescente das relações sociais e isto interfere na luta operária. Por um lado, cria-se uma burocratização das próprias organizações criadas para representar a classe operária e, por outro, cria-se uma mercantilização que favorece a corrupção de indivíduos da classe trabalhadora e integra-os na sociedade capitalista. Por conseguinte, esta expansão produz efeitos não só econômicos, mas também políticos e ideológicos. Além disso, há uma deterioração da qualidade de vida (vista não do ponto de vista da ideologia burguesa, ou seja, levando em consideração o índice de consumo ou o nível de renda, mas sim do ponto de vista do bem estar físico e mental e de uma sociabilidade não-repressiva) provocada por isto e também pela destruição ambiental. Se o movimento operário assume uma posição mais moderada, os demais movimentos sociais (das mulheres, negro, ecológico, estudantil, etc.) freqüentemente esboçam uma radicalização, expressando a resposta das massas as novas contradições criadas pelo desenvolvimento capitalista.
Acontece que o capitalismo superdesenvolvido encontra-se no limiar de uma nova grande crise. Esta vem se esboçando e a formação de blocos econômicos é apenas uma resposta a esse despontar da crise. Esta, ao chegar, deve produzir uma nova autonomização da classe operária e abrir espaço para a Revolução Social. A crise do capitalismo de estado russo e a desagregação do bloco do capitalismo estatal também reforça a tendência de desencadeamento de uma crise mundial e, concomitantemente, de uma revolução mundial.
O capitalismo brasileiro vem se reproduzindo de forma subordinada ao capitalismo superdesenvolvido. O desenvolvimento subordinado brasileiro convive com um período de rearticulação da divisão internacional do trabalho que irá mudar apenas a forma como ele servirá de apoio ao desenvolvimento capitalista mundial. O Brasil entrou pela via de desenvolvimento capitalista de forma retardatária e por isso se encontrou em desvantagem e atraso em relação aos países que entraram por esta via anteriormente, o capitalismo retardatário brasileiro encontra-se em dependência em relação ao capitalismo superdesenvolvido devido ao seu atraso tecnológico e sua acumulação incipiente de capital. A sua entrada no mercado mundial ocorreu, desde a época do modo de produção escravista colonial, de forma subordinada e em situação desfavorável na divisão internacional do trabalho. A entrada de capital estrangeiro e a aliança da burguesia brasileira com a burguesia monopolista internacional expressa no estado capitalista brasileiro são os meios responsáveis pela transferência de valor do Brasil para o exterior.
A enorme transferência de mais-valor para o exterior, sob as diversas formas em que isto ocorre, deixa a economia brasileira em uma situação de dificuldades econômicas constantes. Apesar disto, a luta operária no Brasil não consegue atingir um nível elevado. A péssima situação em que se encontram as classes exploradas no Brasil não foram suficientes para o desencadeamento de uma luta de massas que coloque em xeque o modo de produção capitalista.
O estado capitalista busca integrar as massas utilizando como principal suporte a democracia burguesa, que é apresentada como o palco onde se desenrola a luta política. A canalização da luta política rumo a democracia burguesa tem como objetivo desviar as classes exploradas da luta política direta para a luta eleitoral realizada por seus “representantes” - corrompidos e integrados na sociedade capitalista - e reforça, assim, a burocratização e integração das forças políticas na sociedade burguesa. O estado capitalista, juntamente com as outras instituições burguesas, utilizam outros recursos para integrar, corromper e burocratizar as organizações políticas e movimentos sociais.
É nesta situação que devemos encaminhar nossas lutas. As “esquerdas” tradicionais estão integradas na sociedade burguesa e são mais um ponto de apoio para a dominação capitalista. Qual é, nesta situação, o papel do Movimento Autogestionário? Cabe ao Movimento Autogestionário buscar acelerar o processo revolucionário e criar as condições favoráveis para a vitória da classe operária quando explodir uma situação revolucionária. Deve-se, portanto, radicalizar e dar um caráter de classe às lutas políticas na sociedade e, ao mesmo tempo, criar no interior da sociedade capitalista centros de contra-poder que inaugurem uma nova correlação de forças que em uma situação revolucionária sirvam de ponto de apoio para a luta operária.
Esses centros de contra-poder devem ser instaurados em todos os lugares onde se expressam a luta de classes (fábricas, escolas, bairros, etc.), o objetivo da formação desses centros de contra-poder é fortalecer a posição da classe operária em relação ao poder do capital e do estado burguês. Outra tarefa é realizar uma luta constante contra a ideologia dominante. A luta cultural na sociedade capitalista contemporânea torna-se cada vez mais importante e, conseqüentemente, a criação de meios alternativos de produção e reprodução das idéias revolucionárias se torna necessária.
Portanto, a estratégia revolucionária na época atual apresenta como objetivo fundamental o aceleramento do processo revolucionário e a criação de condições favoráveis para a vitória do proletariado com o desencadeamento deste processo. Os meios para se realizar isto é uma intensa luta cultural e a formação de centros de contra-poder no interior da sociedade capitalista. Mas é necessário, além disso, saber articular a estratégia global do movimento operário com as estratégias específicas que devem ser elaboradas para cada um movimento social e local onde se realiza a luta de classes. No atual estágio de desenvolvimento da sociedade brasileira é necessário elaborar estratégias específicas para o movimento camponês, ecológico, negro, das mulheres, estudantil, os movimentos sociais urbanos, etc., e articulá-las com o movimento operário e sua estratégia global.
Estas estratégias específicas e estes movimentos sociais devem se articular com a estratégia global do movimento operário e juntamente com as forças revolucionárias formar um bloco revolucionário. A classe revolucionária de nossa época, o proletariado, juntamente com as classes e frações de classes potencialmente revolucionárias (campesinato, lúmpem-proletariado, etc.), os movimentos sociais(ecológico, negro, das mulheres, estudantil, etc.) e as forças revolucionárias, formam a composição social do bloco revolucionário que se complementa com o projeto político comunista, a autogestão social. Esse bloco revolucionário deve elevar o nível da luta de classes através do enfrentamento com o capital colocando um projeto alternativo de sociedade e radicalizar as lutas sociais, além de formar centros de contra-poder no interior da sociedade capitalista e com isso reforçar a luta operária.
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