Postado por Kamadon
“Vejamos agora o que aconteceria, se se livrassem a um tempo das cadeias e do erro em que laboravam. Imaginemos um destes cativos desatado, obrigado a levantar-se de repente, a volver a cabeça, a andar, a olhar firmemente para a luz. Não poderia fazer tudo isso sem grande pena; a luz, sobre ser-lhe dolorosa, o deslumbraria, impedindo-lhe de discernir os objetos cuja sombra antes via.
Que te parece agora que ele responderia a quem lhe dissesse que até então só havia visto fantasmas, porém que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, via com mais perfeição?”
(Mito da Caverna - Extraído de "A República" de Platão 6° ed. Ed. Atena, 1956, p. 287-291)
Platão resumiu em seu Mito da Caverna a "prisão mental" em que a humanidade vive: por não deixar a caverna, o homem não tem conhecimento do mundo luminoso que existe lá fora e considera as sombras do exterior como a única realidade existente. Ou seja, não temos acesso direto à realidade, pois só entramos em contato com ela através da mediação da linguagem, dos símbolos e dos conceitos, que são limitados.
Para Platão, a maioria dos seres humanos se encontra como prisioneira de uma caverna, permanecendo de costas para a abertura luminosa e de frente para a parede escura do fundo. Devido a uma luz que entra na caverna, o prisioneiro contempla na parede do fundo as projeções dos seres que compõe a realidade. Acostumado a ver somente essas projeções, assume a ilusão do que vê, as sombras do real, como se fosse a verdadeira realidade.
Luz e Paz!
Nenhum comentário:
Postar um comentário